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por Elaine Sirio
Nunca se falou tanto em qualidade de vida como hoje. E para ter uma vida melhor é fundamental seguir uma alimentação saudável – você é o que você come é uma máxima dos hindus. É aí que entra o nutricionista. Ou a nutricionista, já que 90% dos profissionais da área são mulheres, de acordo com dados do Conselho Regional de Nutricionistas (CRN). É previsível que exista essa associação da profissão com as mulheres, já que a nutricionista é uma espécie de mãezona que sabe o que é melhor para cada um. Lembra quando você era pequeno e ouvia que tinha de comer para ficar forte? É isso mesmo, só que para saber o que você deve comer o profissional precisa estudar muito.
São mais de 60 faculdades em todo o País. O Guia do Estudante da Editora Abril coloca a da Universidade Federal da Bahia (UFBA) no topo da lista, com cinco estrelas. A PUC-Campinas (SP), UFF (RJ), UFG (GO), USP (SP) e outras vêm em seguida. O curso da UFBA é mesmo um dos mais antigos, existe há 44 anos. “Quem quer se dedicar à nutrição precisa estudar muito, se atualizar sempre. Nosso curso dura cinco anos e oferece disciplinas comuns a todas as áreas de saúde”, explica Joselina Martins, diretora da universidade.O vestibular é concorrido: 13 candidatos por vaga e o final do curso é voltado para a prática, com quatro estágios. Na USP (SP), os estágios envolvem restaurantes industriais, nutrição clínica, grandes grupos populacionais (como creches e escolas) e atendimento ao consumidor em indústrias.
A coordenadora de estágios da USP, Mônica Elias Jorge, traça o perfil de quem se dará bem na profissão: “É preciso gostar muito de se relacionar, senão é melhor ser um engenheiro de alimentos, que trabalha dentro da fábrica. Fundamental, claro, é se interessar pelas matérias ligadas à saúde, como biologia e química. O nutricionista tem de ser curioso e estar sempre pesquisando, porque, como em toda área científica, as coisas mudam muito”.
Quanto a isso, não há dúvida. Sílvia Helena Marangoni dos Reis, conselheira-diretora do CRN 3 (existem sete dessas regionais no País), oferece um exemplo: “Quando me formei, há 20 anos, se dizia que molho de tomate devia ser evitado, porque podia causar câncer na próstata. Hoje se sabe que é um alimento funcional da maior importância”.
Mercado de trabalho
Não é uma profissão que atraia exatamente pelos altos salários. De acordo com Sílvia Helena, o piso da categoria está em torno de R$ 1.000. E a média fica entre R$ 1.900 e R$ 2.100. “Mas é um mercado que está em expansão, hoje se fala muito em reeducação alimentar. Cinco anos atrás, nutricionista só era associada a hospitais ou refeições coletivas”, diz Sílvia.
De fato, o mercado se ampliou muito: spas, academias, consultórios ou orientação domiciliar são algumas das novas possibilidades, embora a maior parte das vagas continue nos locais tradicionais, como hospitais, restaurantes de empresas e catering. Até mesmo alguns restaurantes top, conduzidos por chefs do porte de Emmanoel Bassoleil e Laurent Suaudeau, têm nutricionistas auxiliando na criação dos seus pratos.
“Somos cerca de 29 mil profissionais em todo o País, o mercado está longe de saturar. Ainda há áreas que merecem um olhar mais atento, como as escolas da rede pública”, sugere Sílvia. “É uma área fundamental, porque a criança aprende a se alimentar melhor e depois transmite seus novos conhecimentos para toda a família.”
Joselina Martins credita a maior parte das dificuldades enfrentadas pelos profissionais da área a um certo preconceito: os serviços do nutricionista, por exemplo, não são reconhecidos pelos planos de saúde. “Programas do governo, como o Saúde da Família e agora o Fome Zero, não contam com nutricionistas, para você ter uma idéia do descaso”, acrescenta.
Mas, se no setor governamental as coisas não vão tão bem, na iniciativa privada as oportunidades se multiplicam. Grandes empresas do setor de alimentos são uma ótima opção. Maria Fernanda Elias Llanos, por exemplo, seguiu sua trajetória na Nestlé, desde 1999. No último ano do seu curso na USP, conseguiu um estágio na empresa e acabou sendo contratada. Começou cuidando do atendimento ao profissional-consumidor dos produtos da empresa, depois se tornou responsável pela cozinha experimental. Desde abril, Maria Fernanda é responsável pela unidade de negócios McDonalds. “Cuido dos McCafés. Croissants, pães de queijo, bebidas. Faço o controle de qualidade, em campo. Verifico se as normas de temperatura e acondicionamento estão corretas, checo as reclamações”, resume.
Esse é um bom filão. Outras redes grandes, como o Habibs e o Bobs, também dispõem de profissionais nesse setor de atendimento. de um amigo, na outra sala tem um gastro. Há também um ortopedista cujo paciente precisa perder peso. Todos eles me indicaram”, conta.
Caminhando sozinho
Como em outras áreas, o objeto de desejo de boa parte dos nutricionistas é ter um negócio próprio e trabalhar sem patrão. Esta é uma possibilidade real para muitos.
Juliana Mendes Lopes se formou em dezembro e já montou consultório. Deu sorte: em 15 dias, conseguiu três pacientes. O pulo do gato: Juliana se instalou em um prédio onde trabalham vários médicos. “Estou na clínica de dermatologia de um amigo, na outra sala tem um gastro. Há também um ortopedista cujo paciente precisa perder peso. Todos eles me indicaram”, conta.
Esses contatos ajudam muito, além de servirem de base para o cálculo do preço da consulta. A praxe, recomendada pelo CRN, é cobrar de 70% a 80% do preço das consultas médicas na região. Juliana, por exemplo, que atende em um bairro nobre de São Paulo, cobra R$ 140. “Mas não dá para dizer que isso seja muito. A consulta leva uma hora e meia, duas horas. A consulta leva uma hora e meia, duas horas. Faço uma avaliação da composição corporal, verifico peso, estatura, percentual de gordura, pressão sanguínea, hábitos, calorias gastas diariamente, antecedentes familiares. Tudo para fazer um diagnóstico nutricional. Depois levo cerca de uma hora para elaborar um cardápio individualizado para o dia-a-dia. E, um mês depois, o paciente tem direito a um retorno sem pagar”, explica.
Outro campo em que o nutricionista pode atuar sozinho é o de consultoria em academias. Quem se interessa por este aspecto específico pode até fazer cursos de pós-graduação especiais, como o oferecido pela FMU (SP). O curso pode ser feito por pessoas formadas em nutrição ou educação física e traz matérias como fisiologia do exercício, bioquímica e recursos ergogênicos (suplementação alimentar). O coordenador do curso, professor Moacyr da Rocha Freitas, considera este um mercado bom, mas onde é difícil se colocar. “Tem de rodar muita academia com o currículo debaixo do braço. Só as grandes é que mantêm nutricionistas. O ideal mesmo é formar uma equipe junto com um personal trainer”, sugere.
Sem patrão!
Juliana Ribeiro de Carvalho, depois de ter feito curso de especialização na Escola Paulista de Medicina, optou por ter seu próprio negócio, na certeza de que de outra forma não conseguiria ir muito longe. Há quatro anos abriu a Recomendo Nutrição, em sociedade com Márcia Daskal. A empresa mantém uma equipe pequena, de três pessoas, e presta serviços a academias de grande porte, como a Fórmula e a Faap. “É um serviço que as academias cobram à parte, para o aluno que quiser”, diz.
Além disso, a Recomendo dá suporte de assessoria para várias empresas. “Por exemplo, um banco quer fazer uma campanha de qualidade de vida entre seus funcionários. Ele convoca enfermeiros para fazer exames de colesterol e nós entramos com as nutricionistas, para dar orientação alimentar ou fazer palestras”, explica Juliana.
Mais um serviço que sua empresa oferece: personal diet. “A nutricionista vai até a casa do paciente, avalia os hábitos da família toda, orienta a cozinheira. Se for necessário, pode até acompanhá-lo ao supermercado e orientar suas compras”, conta.
Com esse mix de atividades, Juliana tem trabalhado bastante e sente que há, ainda, muita margem para crescimento. Mas não pode se descuidar do aperfeiçoamento: já está pensando em um curso de pós-graduação.
Áreas de Atuação
Restaurantes industriais
Hospitais
Produção de congelados
Refeições Transportadas
Catering
Creches
Escolas
Restaurantes comerciais, hotéis e similares
Empresas de refeição-convênio
Empresas de comércio de cesta básica
Spas
Academias
Empresas de alimentos
Consultórios médicos
Personal diet
“O nutricionista tem de ser curioso e estar sempre pesquisando, porque, como em toda área científica, as coisas mudam muito”.
Mônica Elias Jorge
“Quando me formei, há 20 anos, se dizia que molho de tomate devia ser evitado, porque podia causar câncer na próstata. Hoje se sabe que é um alimento funcional da maior importância”.
Sílvia Helena Marangoni dos Reis
“A consulta leva uma hora e meia, duas horas. Faço uma avaliação da composição corporal, verifico peso, estatura, percentual de gordura, pressão sanguínea, hábitos, calorias gastas diariamente, antecedentes familiares”.
Juliana Mendes Lopes
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