Carreiras | Empregos

Por Rômulo Martins
Você é cobrado para posicionar-se sobre as decisões da e quando sugere algo recebe um não bem redondo. Qual é a sua reação? Consultores da área de recursos humanos e gestão de  dizem que é preciso ter maturidade para lidar com a negativa. “O sim e o não fazem parte da vida e da relação profissional.  que é mais fácil conviver com o sim e com os elogios, mas o bom profissional deve estar preparado para administrar a frustração causada pelo não”, recomenda Manuel Martins, diretor-executivo da Mesa RBL.
Deixar de opinar ou de propor mudanças por dos “nãos” recebidos não configura uma alternativa inteligente, pelo contrário. “Cada vez mais estão sendo valorizadas competências como inovação, tomada de decisão, atitude de dono. O profissional precisa expor suas opiniões, argumentar se não concordar com algum fato”, afirma Duda Lomanto, gerente de recursos humanos da DM9DDB.
Segundo consultores organizacionais é importante questionar o motivo da negativa e avaliar se o momento é adequado para sugerir algo novo ou para propor mudanças no ambiente de trabalho. “É preciso ter critério e não sair opinando sobre tudo e todos, sob pena de assumir a fama de palpiteiro e de que é superficial  suas ideias. Agora, quando o profissional conhece bem um e está convencido de que pode contribuir com uma boa ideia ou sugestão, vale a pena correr o risco de se expor”, diz Manuel Martins.
Para Lia Fonseca, sócia da You & Your Career, o não ensina o colaborador a ter jogo de cintura e colabora para o amadurecimento profissional. “Negativas no trabalho também ensinam profissionais a conviver com a frustração e ajudam a esclarecer como funcionam as relações corporativas, fazendo com que o funcionário analise como ele é percebido pela empresa, chefe, colegas e subordinados”, acredita Manuel Martins.
Consultores orientam profissionais a como reagir ao não em diferentes situações:
de Salário; Promoção, Mudança de Cargo:

Martins –
O melhor caminho é buscar entender com clareza o motivo da negativa. A empresa está em crise financeira e não tem condições de arcar com um , ou será que o seu desempenho ficou aquém do desejado? Pode ser ainda que, mesmo atendendo às expectativas, você receba uma recusa porque há colegas com desempenho superior, que serão priorizados. Avalie as justificativas apresentadas pela empresa. Se elas forem genéricas e reiteradas, sem uma informação mais específica, talvez seja o caso de considerar uma mudança de emprego.

Lomanto –
O profissional ao receber um não nesse caso deve  com seu superior suas metas, sua performance, seus resultados, ou seja, buscar feedback. Deve sempre alinhar as expectativas. Ter atitude, cuidar de sua carreira. O crescimento na carreira deve ser cada vez mais uma via de mão dupla levando-se em conta a responsabilidade da empresa e do próprio colaborador.

Fonseca –
Informar-se sobre o plano de carreira da empresa e quais as expectativas que seu gestor tem sobre ele, de forma a conhecer os próximos passos de desenvolvimento para atingir o seu objetivo. Salário está aliado à maturidade e competências desenvolvidas.
 
Transferência Para Outra Unidade:
Martins – Certificar-se sobre o motivo da negativa, que pode ter a ver com fatores que independem do profissional, permite conhecer melhor o terreno e atuar de forma a viabilizar o plano pessoal em uma próxima oportunidade.
Lomanto – O colaborador deve solicitar transferência com antecedência, deve ser algo planejado, alinhado com gestor. Se receber o não mesmo tendo esse cuidado,  o funcionário pode tentar novamente caso a mudança seja pelo bem pessoal e não prejudique a organização. É preciso uma negociação racional levando-se em conta as vantagens para o funcionário e empresa.
Fonseca – Explicar os motivos de seu interesse e posicionar-se que na próxima vez gostaria de ser considerado.

Sugestão de Melhorias ou Inovações:

Martins – Boas sugestões são por vezes desperdiçadas porque o momento não é adequado para suportá-las. É comum também a existência de limitações financeiras para viabilizar a ideia. De toda forma, é importante sugerir e propor iniciativas.  Isso denota empenho, interesse e disposição de colaborar além das funções normais, o que é sempre valorizado pelas empresas.
Lomanto – Continue propondo. Uma grande ideia faz toda diferença. O profissional não pode ser omisso nunca. Ser competente é acima de tudo saber compartilhar.
Fonseca – Posicionar-se sobre as sugestões como um agregador de valor que, se não foi aceito nesse momento, poderá ser numa próxima oportunidade. Deve continuar sugerindo.
Se você segue todas essas orientações e mesmo assim recebe “nãos” frequentemente algo pode estar errado. É momento de avaliar o motivo das negativas para descobrir o que precisa ser melhorado ou para certificar-se se a melhor atitude é buscar outra oportunidade de emprego. “Muitas vezes o perfil do profissional não está adequado à cultura da organização”, diz Lia Fonseca, da You & Your Career.
Para Manuel Martins, da Mesa RBL, outra possibilidade é a do profissional ter uma auto-imagem superestimada, muito além de suas reais competências: “É preciso ser realista. Se a pessoa não atende aos requisitos exigidos pela empresa para determinada promoção ou para justificar um aumento salarial, precisa aprimorar suas competências e conhecimento para tornar-se mais qualificada.  Por outro lado, se é a empresa que está aquém das expectativas e não tem condições de atender aos anseios do profissional, a mudança de emprego configura uma medida saudável.”

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