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* Romulo Decussatti
Todo mundo já conhece a cena: primeiro dia de aula e lá vem o “verbo to be”, que você já está careca de saber que significa “ser e estar”, e cuja frase lapidar é “the book is on the table”.
Foi assim que muitos tiveram o primeiro contato com o inglês. Imagino que você deva estar curioso para saber o que mudou desde então.
Bom, imagine uma máquina do tempo que voltasse 20 anos atrás para investigarmos como era o ensino de línguas. O que veríamos seria o seguinte:
falta de foco na língua – em escolas regulares, devido ao leque de matérias, a língua estrangeira ficava meio que perdida no meio das outras. Escolas especializadas em ensino de idiomas ainda eram raridade;
falta de foco na comunicação – normalmente, aprendia-se sobre a língua e não a usá-la, com ênfase na gramática. O aluno sabia tudo sobre o verbo “to be”, só que, na hora de aplicar, ele não conseguia se comunicar;
ênfase no modelo – a ênfase estava em não cometer erros. Vários testes e repetições eram aplicados até que o modelo fosse incorporado. Falar inglês era imitar um americano. Sotaque? Cruz credo! O resultado foi um temor que resultou em longas pausas na comunicação, uma vez que as pessoas ficavam condicionadas a não errar ao invés de comunicar a idéia.
Com o passar dos anos, algumas dessas características foram evoluindo, levando em conta outros elementos:
foco na língua alvo – escolas de idiomas se multiplicaram para dar mais atenção maior à língua-alvo;
foco na comunicação – a fluência no idioma é o objetivo. Aprende-se a usar a língua e, depois, sobre ela. Errar passou a ser um elemento essencial no processo, pois permite que o aluno aprenda com isso;
ênfase no significado – se a mensagem pôde ser entendida pelo outro lado, ela cumpriu seu papel principal;
liberdade para praticar – ambientes propícios, com recursos como CDs, CD-ROMs, Internet etc, incentivam a comunicação autêntica. O aluno participa ativamente da aula;
flexibilidade de horários – claro, você não está mais amarrado à carga horária de uma aula. Você aprende em diferentes contextos e horários, porque o idioma se apresenta naturalmente, como se fosse no dia a dia.
Ainda poderia se perguntar: eu posso aprender um idioma da mesma forma como antigamente? A resposta é: sim. Por mais avançada que a metodologia tenha se tornado, o fator do sucesso está ainda – adivinha? – em você mesmo! Muitas pessoas se viram bem com o ensino tradicional, mas tendem a procurar, eventualmente, as formas modernas a fim de aprimorar algumas habilidades.
A regra geral é: só saber o verbo “to be” não adianta. Para aprender uma língua, você precisa entender todas as nuances culturais que a regem e isso não acontece quando você se concentra somente em saber a forma que ela tem. Portanto, fique longe do diploma de pós-graduado em verbo to be.
Colaborou neste texto: Suely Glebocki
* Romulo Decussatti é assistente de pesquisa e desenvolvimento do Yázigi Internexus.

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