Carreiras | Empregos

Autor: Sydney Finkelstein
Editora:
Editora M Books
Preço: R$ 75,00
Por Paulo Vinicius Cerávolo, especial para o Empregos.com.br
Se você anda dormindo mal porque as coisas não têm ido muito bem no trabalho, descanse: até os CEOs de empresas como Enron, GM e Samsung fazem besteiras e se dão mal de vez em quando.
Esse é um dos argumentos de Por que executivos inteligentes falham – Como solucionar problemas de tomada de decisões e de liderança , do professor de Administração o norte-americano Sydney Finkelstein. Seu livro é dividido em três partes: “Grandes erros corporativos”, “As causas do fracasso” e “Aprendendo com os erros”. Assim, ele nos conduz por uma espécie de passo-a-passo que nos permite assistir de camarote às trapalhadas de grandes líderes, com vários êxitos no currículo, que tomaram decisões equivocadas que lhes custaram dinheiro, tempo e uma reputação até então inatacável.
Antes de qualquer coisa, Finkelstein desconstrói diagnósticos de fracassos comuns, mas nem por isso menos equivocados, como dizer que os executivos são idiotas ou mal intencionados, que lhes faltou empenho ou liderança, que não poderiam prever o futuro, que a empresa não forneceu os recursos necessários, que o erro aconteceu na execução.
Ao invés disso, ele lista quatro atitudes que no seu entender semeiam o futuro fiasco: a visão equivocada que os executivos têm da própria empresa, a relutância das pessoas diante da necessidade de mudanças, as falhas na comunicação e por fim os hábitos – leia-se manias e “bitolações” – dos líderes bem sucedidos.
Nessa análise, o autor coloca o dedo na ferida de alguns clichês que abundam nos manuais de gestão, chamando a atenção para executivos que se fiam demais em seus sucessos anteriores e não enxergam novas realidades e aconselhando a “proteger a empresa da excelência, da atitude positiva, do perfeccionismo, do espírito de equipe excessivo” que levam à acomodação.
Quanto aos fracassos propriamente ditos, Finkelstein os identifica em quatro etapas: a criação de novos empreendimentos, a atitude diante da inovação e da mudança, a administração de fusões e aquisições e o enfrentamento da concorrência e suas surpresas. Segundo o autor, são esses os terrenos minados nos quais até mesmo os veteranos tombam.
Na terceira e última parte, enfim recebemos a fórmula que vai nos poupar de todas as calamidades fartamente ilustradas ao longo do livro. Apesar de falar em “aprender com os erros”, o professor norte-americano não manda comprar um cadeado depois que a casa foi roubada, e sim prevenir o roubo: “identificar os primeiros sinais de alerta” e “diagnosticar erros enquanto ocorrem” são o antídoto contra a derrocada pessoal e empresarial.
No final das contas, então, por que executivos inteligentes falham? “Porque criam e vivem em organizações nas quais imagens errôneas da realidade dominam”, sentencia Finkelstein. Vale a reflexão.

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