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Por Rômulo Martins
Imagine a seguinte situação: dois gestores de Recursos Humanos de mesma formação e experiência encaram o desafio de liderar uma equipe de 50 pessoas em uma empresa multinacional. Essa equipe é formada por profissionais heterogêneos, de idades, gêneros, religiões e backgrounds diferentes, o que muitas vezes contribui para a geração de conflitos.
Ocorre que um gestor consegue driblar essas diferenças e conduz seus funcionários com tranquilidade e otimismo, fazendo com que eles produzam resultados para a companhia. O outro, por sua vez, não consegue neutralizar as dificuldades de relacionamento entre a equipe, e isso influi nos processos do trabalho – já que a comunicação entre os colaboradores não ocorre. Sem resultado, o que está em jogo é o pescoço desse gestor. Mas, se os desafios são idênticos, por que os resultados são distintos?
A resposta pode estar na Programação Neurolinguística (PNL), uma ferramenta empregada para se alcançar a excelência por meio das habilidades pessoais e técnicas, que vem sendo utilizada por líderes e gestores para influenciar o comportamento das pessoas nas organizações. Roselake Leiros, diretora da CrerSer Mais, explica que esse instrumento aparece justamente em um contexto em que o desenvolvimento tecnológico vem para diminuir a força de trabalho e poupar o tempo nas empresas e em que as instituições de ensino proliferam-se para atender a demanda de mercado, preparando profissionais para enfrentar as exigências das organizações.
Nessa conjuntura, percebe-se que as questões internas, que dizem respeito ao autoconhecimento, a valores e à forma de expressar sentimentos e emoções tornam-se mais dificultosas de se trabalhar em um ambiente altamente competitivo, muitas vezes crítico, que exige respostas rápidas. Para a diretora da CrerSer Mais, esses fatores somados às tensões diárias provocam um desalinhamento entre os valores da empresa e os pessoais, desfavorecendo os líderes em sua atuação com os demais colaboradores.
A PNL propõe a organização interna do indivíduo, baseada na maneira como cada um capta, processa e devolve ao mundo a sua percepção por meio dos três sentidos – o visual, o auditivo e o sinestésico. “É uma questão estratégica. A maneira como a pessoa combina os elementos [sentidos] irá determinar o êxito ou o fracasso em determinada área. Por isso a PNL funciona como um instrumento organizador desse processo interno. É um manual de instrução da mente”, afirma.
Programas mentais Partindo do pressuposto de que assim como a linguagem, o comportamento e o pensamento humanos também são seres organizados e estruturados cuja alteração provoca mudanças no significado, na década de 70, o analista de sistemas Richard Bandler e o linguista John Grinder da Universidade da Califórnia (Estados Unidos) se reuniram para estudar esse fenômeno. Analisaram o comportamento de três terapeutas de renome – Fritz Perls, Virgínia Satir e Milton Erickson – e descobriram que por trás do sucesso destes profissionais havia um modelo de terapia que podia ser ensinado, e que foi denominado por eles de Programação Neurolinguística.
O termo refere-se a “programas mentais” que consciente ou inconscientemente o indivíduo cria e que são responsáveis pela forma como cada um se comporta diante das experiências.
Hoje, a PNL é bastante requisitada nas organizações, porque suas técnicas são utilizadas para superar limitações. Essa ferramenta é encarada como método de persuasão e motivação. Segundo consultores, ela ensina o profissional a empregar a linguagem para influenciar pessoas e auxilia nos problemas de relacionamento, ajudando no combate ao stress, depressão e ansiedade.
Roselake explica que os treinamentos em PNL são realizados em formas de jogos ou dinâmicas e servem tanto para preparar tecnicamente os gestores para a aplicação da ferramenta nas empresas como para contribuir no desenvolvimento comportamental e técnico dos colaboradores em geral.
“Temos algumas inseguranças que bloqueiam a expressão da nossa capacidade. Nesse caso a PNL vai ajudar a acessar os nossos recursos mais profundamente […] Isso vai oferecer às pessoas condições de superar limitações e descobrir novas habilidades, de reconhecer como a linguagem influencia a sua vida e a vida de outras pessoas, de ampliar a capacidade de comunicar e liderar com sutileza e elegância e de lidar com objeções e conflitos”, afirma a diretora da CrerSer Mais.

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