por Laerte Cordeiro
Pegunta
Estive fora do País por um ano fazendo um curso de inglês e para me sustentar lá trabalhei em um café como garçom. Como colocar no meu currículo esta experiência internacional, sendo que garcom nao tem nada a ver com minha área (administrativo-financeira)? Devo omitir ou em que área do currículo devo incluir?
Obrigado
Henry Zamproni
Ribeirão Preto – SP
Resposta
Prezado Henry,
A decisão de ir para fora do País, por algum tempo, para estudar Inglês, tem se tornado coisa comum e freqüente para muitas pessoas, especialmente para os jovens.
Você conseguiu ficar um ano fazendo o curso e certamente usando o idioma de Shakespeare no seu dia-a-dia, o que deve ter melhorado significativamente a sua competência na língua estrangeira.
Mais do que isso, esse ano fora deve ter também melhorado a sua cultura geral, dando-lhe mais estatura pessoal e profissional, o que é extremamente importante hoje em dia, num mundo cada vez mais global.
Claro que para sobreviver durante esse período teria que descobrir fonte de renda que lhe permitisse o aproveitamento com conforto. Mesmo que a família aqui do Brasil tenha ajudado, é de se imaginar que procuraria maneiras de incrementar a receita. Alem do que, trabalhar em serviços certamente ajuda o contato pessoal e promove o necessário maior uso da língua local.
Parece também comum que pessoas jovens que não podem trabalhar por restrições legais e de imigração dos Países visitados procurem aumentar sua renda, no curto período de permanência, prestando serviços mais simples, que podem ser desenvolvidos sem maiores complicações. Assim, “commins” de restaurantes, garçons simples, ajudantes de cozinha, manobristas, “handymen” e outras tarefas, são normalmente escolhidas pelos jovens estrangeiros.
É importante, claro, que em seu novo currículo, no Brasil, você inclua a viagem ao País estrangeiro visitado, como um item de muita importância. Não creio que o fato de você ter sido garçom deva ser incluído em seu currículo, porque nada tem a ver com seu objetivo de ir ao Exterior e porque nada tem a ver com sua área declarada de atuação profissional – administrativo-financeira.
Certamente será de interesse que numa entrevista de emprego, como curiosidade, você conte a história de como se manteve lá fora e como foi a vida de garçom num país estranho. Mas só como curiosidade e se couber na entrevista.
Estudar num país estrangeiro, talvez sem falar bem a língua, quem sabe até sem muitos recursos financeiros e para isso enfrentar trabalhos honrosos, mas de menor expressão social, não é para qualquer um. É preciso raça, que pelo visto você tem!
Um abraço,
Laerte Leite Cordeiro