Carreiras | Empregos

Autor: Roberto Adami Tranjan
Editora: Editora Gente
R$ 34,90 – preço sujeito à alteração. Consulte o site da editora.
Jonas e Hilário eram amigos inseparáveis nos tempos de faculdade. Após terem se formado, trilharam caminhos diferentes na tentativa da construir carreiras sólidas: Jonas optou por criar a própria empresa e Hilário preferiu ser funcionário de grandes organizações. Tempos depois, os dois se reencontram e debatem a situação atual de suas vidas. Os perfis de ambos refletem dois estereótipos comuns do mundo corporativo da atualidade:
Hilário abriu mão de sua autonomia para ser funcionário de grandes empresas, onde dificilmente tem liberdade para expressar e executar idéias inovadoras – em troca do conforto e da garantia de um emprego estável. Promovido à diretoria em uma multinacional, ele possui a seguinte visão sobre seu trabalho: “Um tremendo jogo de faz-de-conta, uma peça, um teatro. Os melhores atores levam as melhores recompensas”.
Jonas , ao contrário do amigo, decidiu abrir o próprio empreendimento após a faculdade. Apesar de ter as rédeas da organização nas próprias mãos e ter liberdade máxima nas decisões da empresa, ele não está nada satisfeito com a vida que leva. A atividade de diretor executivo toma grande parte de seu tempo e interfere negativamente em seu dia-a-dia. Jonas não possui vida social, já passou por casamentos desastrosos e até começou a fumar após os primeiros problemas com a empresa. “Desde que inventei a Dédalo, nunca mais tive sossego. Nem tempo. Nem vida”.
A relação entre os colegas e os percalços da profissão é o fio condutor do livro Pegadas , do consultor Roberto Adami Tranjan. A obra procura, por meio de uma narrativa ficcional, aproximar o leitor e fazer com que ele se identifique com a situação dos personagens. A vida de Jonas e Hilário é mostrada como o reflexo de uma conduta profissional antiquada e insatisfatória, questão muito discutida na atualidade. O autor conta uma história bastante plausível e aponta as soluções necessárias para que o leitor encontre o caminho do sucesso tanto na vida profissional como pessoal.
Toque feminino
Após situar o leitor em relação aos problemas dos amigos, o autor introduz uma personagem-chave à trama: Marta, ex-colega de Jonas dos tempos da faculdade e esposa de Hilário. Estudante brilhante, criativa e motivada, ela decidiu trocar a carreira promissora pela maternidade. Apesar do receio de não conseguir voltar ao mercado de trabalho por conta de sua opção, Marta nunca deixou de fazer cursos e estar totalmente a par dos negócios do marido. E foi durante conversas com ele sobre o mundo empresarial que ela se lembrou do ex-colega Jonas e de sua empreitada como dono de uma grande empresa. Ela decidiu, então, reencontrá-lo e saber a quantas anda sua vida profissional e pessoal. E, ao notar que o amigo está totalmente infeliz, decide ajudá-lo a retomar a vitalidade e a motivação dos tempos de faculdade.
O elemento feminino em Pegadas é fator fundamental para mudar o rumo da história e apontar soluções para tantos problemas. Marta, com paciência de sobra e sexto sentido bastante apurado – características típicas das mulheres – é a ponte entre as insatisfatórias carreiras de Jonas e Hilário e a possível recuperação das mesmas. Para Jonas, que representa o estilo conservador e é preocupado apenas com número, Marta sugere maior atenção aos clientes e funcionários da fábrica – algo, até então, inédito na política gerencial da Dédalo. Também apresenta a ele sua amiga Anita, uma dona de restaurante que muito tem a ensiná-lo. Mais do que um negócio, Anita vê seu trabalho como forma de satisfazer as necessidades físicas e emocionais dos clientes, já que seu restaurante serve apenas comidas naturais e oferece um clima agradável e apaziguador aos freqüentadores. Aos poucos, ele cede às lições femininas e começa a aplicar os novos conceitos em sua vida. A trama acompanha de perto as mudanças na empresa e na própria mentalidade de Jonas, que, mais aberto a novas idéias, começa a ver sua organização se aprimorar como um todo.
Hilário, por sua vez, insiste na escalada gerencial até ser promovido a diretor-geral da empresa e desfrutar dos benefícios a que lhe serão disponíveis – plano de saúde “top”, carro blindado, 14 salários ao ano, viagens freqüentes ao exterior, entre outras regalias. Esse tipo de conduta Marta classifica como “teatro da anomia”, em que os valores são supérfluos e os ganhos materiais acumulados não representam sentido algum na vida de uma pessoa. “Se uma empresa não é aquilo que determinada pessoa acredita, então ela não tem um trabalho, apenas um emprego medíocre”. Para Hilário, porém, essa segurança é válida pois ele colherá os frutos de tanto esforço quando se aposentar. Marta, no entanto, acredita que a vida deve ser a melhor possível todos os dias, sem adiamento.
Pegadas conta uma história que possivelmente reflete a vida de muita gente. O autor usa o recurso da narrativa aliado a diversos gráficos para contagiar o leitor sobre seu principal ponto de vista, que acompanha a tendência do profissional do futuro: de que uma carreira de sucesso, antes de tudo, precisa fazer sentido . “Não se trata apenas de expandir negócios e empresas. Mais do que produzir resultados, é deixar um legado. Um legado são as pegadas que deixamos ao caminhar por territórios desconhecidos, por onde outros vão passar. É contribuir com um mundo melhor. E esse é o maior sucesso”, finaliza Tranjan.

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