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“O coração do sábio é mestre de sua boca e aumenta a persuasão nos seus lábios. Palavras agradáveis são como favo de mel: doces para a alma e medicina para o corpo”. Provérbios de Salomão, 16.23-24
A língua é uma arma de alto poder destrutivo. Daí, a observação em forma de advertência: “Ora, a língua é fogo; a língua está situada entre os membros de nosso corpo, e contamina o corpo inteiro, e não só põe em chamas toda a carreira da existência humana, como também é posta ela mesma em chamas. A língua, nenhum dos homens é capaz de domar”. Dado o seu alto grau de periculosidade, a natureza a revestiu com dupla proteção e blindagem: a arcada dentária e os lábios.
A língua, ainda, todos sabemos, pode elevar ou destruir reinos e nações, assim como
também, pode comprometer o curso de uma carreira política, sacerdotal, diplomática, executiva e militar, entre tantas outras. O profissional que apresenta uma disposição natural para falar demais não é o mais adequado para gerenciar um negócio e, muito menos ainda, o mais recomendável para liderar uma nação, não importa a sua infuência no conselho das nações. O motivo é muito simples: é-lhe quase impossível dominar-se nos momentos críticos e nas ocasiões imprevistas, quando o controle de sua língua é de grande importância. Afinal, quem não se lembra da frase dita pelo rei da Espanha Juan Carlos ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez, durante a 17ª edição da Cúpula Ibero-americana, que ficou célebre e foi citada em todo o mundo, tornando-se até toque de celular: “Por que não te calas homem?”
É difícil também para qualquer homem ou mulher propenso(a) a falar mais do que
deveria permanecer senhor de seus próprios segredos, intenções e, especialmente, dos segredos de outras pessoas. Como observou o diplomata François de Callières,
Secretário de Gabinete de Luiz XIV (1645-1717), “quando sua raiva é despertada,
ele permite que lhe escapem palavras a partir das quais um ouvinte hábil é capaz de extrair facilmente a essência de seus pensamentos, levando, assim à ruína de seus planos.” Quantas vezes ao longo de nossa vida tomamos conhecimento sobre profissionais que interromperam ou destruíram a própria carreira em consequência de uma palavra ou comentário feito na hora errada, à pessoa indevida e no lugar fatídico?
Quantas vezes participamos de reuniões ou discussões, onde um dos participantes
sentindo-se compelido a falar, a questionar, a sugerir ou até mesmo a criticar o assunto em debate, não se preparou adequadamente para discuti-lo com sabedoria e é logo taxado por todos de inconveniente, tolo ou precipitado? Aqui, convém lembrar as palavras do abade Joseph Antoine Toussaint Dinouart (1771): “O homem nunca é tão dono de si mesmo quando no silêncio: fora dele parece derramar-se, por assim dizer, para fora de si e dissipar-se pelo discurso; de modo que ele pertence menos a si mesmo do que aos outros”. Ou se preferirem: Mais vale não aparentar ser um gênio de primeira grandeza e permanecer em silêncio, do que passar-se por bobo, abandonando-se à comichão de falar demais.
Quantas vezes criticamos outras pessoas sem que tenhamos avaliado criteriosa e cuidadosamente a questão? Daí a recomendação sábia do profeta de Nazaré, “Por que vês tu o argueiro no olho de teu irmão, porém não reparas na trave que está no teu próprio?” Ou ainda, como ensina a sabedoria popular: “aprenda a manter a
sua boca fechada”, “moço, guarde a sua boca para comer farinha”, “o silencio é de ouro”. E se o silencio é de ouro, é, sobretudo porque ele custa menos. Saber controlar a própria língua no mundo competitivo dos negócios é de vital importância para o sucesso profissional de uma carreira. “Portanto, aqueles que não atentarem para esse fato, muito em breve, serão expelidos de suas organizações sob a acusação: “He talks too much” (ele fala demais), “Sua boca é um verdadeiro chocalho”, Ele fala mais do que a própria boca.”
Caro, aprenda a manter sua boca comedida e nunca terá de passar por um
idiota; jamais terá de pedir desculpas ou perdão por algo que falou; nunca será tido
como pessoa chata e inconveniente. Ao contrário, você passará a imagem de ser um
profissional sóbrio, confiável e prudente. Permita-me lembrá-lo mais uma vez: “Os
sábios entesouram o conhecimento, mas a boca do néscio é uma ruína
iminente” (Provérbios 10.14).
Portanto, como ensina o abade Dinoaurt, “O primeiro grau de sabedoria é saber calar; o segundo, saber falar pouco e moderar-se no discurso; o terceiro é saber falar muito sem falar mal e falar demais”. Em outras palavras, governar sua língua, considerar os momentos convenientes para retê-la ou dar-lhe liberdade moderada para falar; seguir os princípios prescritos pela arte da prudência; distinguir, nos eventos da vida, as ocasiões em que o silêncio deve ser inviolável; ter uma firmeza inflexível quando se trata de observar, incessantemente, tudo o que se considerou conveniente para bem calar; ora, tudo isso supõe reflexões, luzes e conhecimento.

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