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Por Gustavo G. Boog*
O bom trabalho em equipe é essencial ao sucesso de todas as organizações. Os clientes, internos e externos, percebem instantaneamente as pessoas que estão sintonizadas com o “espírito de equipe”, se querem fazer a diferença. Atitudes como “isto não é comigo” ou “não foi minha responsabilidade” indicam lideres e liderados sem alinhamento. Gente que faz a diferença, que age de forma assertiva para evitar problemas ou para corrigi-los rapidamente se surgirem, ou ainda, realizar as devidas reparações devido às falhas, mostram um bom trabalho em equipe.
Com o crescimento e expansão geográfica de muitas organizações, a visão tradicional de um líder e sua equipe, todos juntos no mesmo espaço, vai dando lugar a equipes virtuais, com pessoas espalhadas geograficamente: o tamanho das salas de um departamento dá lugar ao tamanho do Planeta Terra. A Tecnologia da Informação possibilita acesso imediato a qualquer pessoa em qualquer lugar. A dificuldade não é a tecnologia, mas sim a dimensão humana. Pessoas em diferentes locais, culturas, línguas e fusos horários constituem-se num novo e grande desafio a atingir bons resultados em equipe.
Uma equipe constitui-se num grupo reduzido de pessoas interdependentes, coletivamente comprometidas a atingir os objetivos. O trabalho em equipe será tanto melhor quanto mais estas pessoas tiverem a consciência de que tem estilos e competências que se complementam para os bons resultados de seu trabalho conjunto.
Características Tradicionais
(ex. Um Departamento ou Unidade de Trabalho)
• Contato face-a-face diário;
• Relações de muita proximidade – as pessoas se conhecem profissional e pessoalmente;
• Comunicações em reuniões presenciais frequentes, por e-mail e telefone;
• É uma equipe estável que trabalha junto por muito tempo;
• As divergências são resolvidas de imediato – é fácil detectar insatisfações e dar feedback.
Distantes
(ex. Pessoal de vendas em diversas Filiais)
• Contato face-a-face esporádico;
• Relações de média proximidade – as pessoas se conhecem mais profissionalmente;
• Comunicações em reuniões presenciais (p. ex. trimestrais ou semestrais), por e-mail, telefone, celular e conference call;
• É uma equipe estável que trabalha junto por muito tempo;
• As divergências são resolvidas de tempos em tempos – certa dificuldade em detectar insatisfações e dar feedback.
Virtuais
(ex. Pessoal preparando um projeto inovador)
• Contato face-a-face inexistente;
• Relações sem proximidade – as pessoas se conhecem pouco;
• Reuniões presenciais inexistentes (ou raras);
• Comunicações por conference call e e-mail. Raro uso de telefone ou celular;
• É uma equipe temporária que trabalha junto pelo período do projeto;
• As divergências são resolvidas já num nível crítico – mais difícil para detectar insatisfações e dar feedback.
A construção de laços de proximidade e de confiança entre os membros da equipe mostra-se muito importante em todos os casos, mas é crítica nas equipes virtuais, onde a interação física inexiste. Os princípios sistêmicos das Constelações Organizacionais são vistos como um recurso para estimular esta proximidade e confiança, ou seja:
• Ordem – nas equipes existe hierarquia e importância relativa das áreas;
• Equilíbrio no dar e receber – para evitar sentimentos de injustiça e de aproveitadores;
• Inclusão – para que todos se sintam parte integrante da equipe.
Diferenças de cultura, hábitos e crenças, que existem nas diversas regiões de nosso país e nos países, devem ser cuidadosamente cuidadas pelos membros das equipes: um hábito, por exemplo, de ser direto e franco no feedback pode ser símbolo de competência num lugar e sinal de grosseria em outro.
Os líderes em todos os tipos de equipe devem atentar para um conjunto de indicadores, que, sendo corretamente aplicados, resultarão na excelência da equipe. São eles:
1 – Visão e valores comuns: devem ser claros e construídos de forma comprometida;
2 – Decisão por consenso: preferível a imposições;
3 – Alto comprometimento: resultado da participação dos envolvidos nos processos decisórios;
4 – Interdependência: reconhecimento de que um depende e precisa do outro;
5 – Resolução de conflitos: facilitada quando são pequenos e incipientes;
6 – Ouvir ativamente: grande característica das equipes vencedoras, o saber ouvir a todos;
7 – Cooperação e confiança: elo de união na equipe;
8 – Comunicação: clara e eficaz;
9 – Bom humor, leveza e descontração: indicador da “saúde” de uma equipe;
10 – Reverência pela diversidade: reconhecimento de que o diferente é só diferente, e não errado;
11 – Responsabilidades compartilhadas, definidas e flexibilizadas: reforça o compromisso coletivo;
12 – Coerência entre falar e fazer: assegura motivação de todos, é especialmente importante para a Geração Y.
Com líderes preparados para estes desafios, o trabalho em equipe será exercido com excelência.
*Gustavo G. Boog é fundador e diretor do Sistema Boog de Consultoria, atuando como Coach sistêmico, Palestrante, condutor de Workshops Comportamentais e de processos organizacionais.

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