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por Cesar Boschetti*
O apagão vem aí e com ele uma incerteza: como impedir que o seu já combalido salário se apague mais ainda com a “sobretaxa” na energia

Com o risco do apagão, os brasileiros estão vivendo uma busca incessante por chuveiros a gás, velas, lampiões, lâmpadas fluorescentes e mais uma tonelada de dicas para aprender a usar de forma “controlada” os equipamentos elétricos e eletrônicos que possuem em casa e no trabalho.elétrica? Neste caso, além da cobrança adicional temos também um comprometimento da qualidade de vida.

O fato é que as medidas de contenção elaboradas e divulgadas de forma desordenada pelo governo contribuem para:

  • inflação no mercado das lâmpadas econômicas (muitas com qualidade duvidosa);
  • aumento no custo da energia;
  • aumento generalizado que se sucederá ao acréscimo do custo produtivo;
  • mais desemprego; aumento de risco de acidentes por deficiência de iluminação ou “gambiarras” domésticas (talvez até industriais também) para economizar.

Por outro lado, algumas pequenas medidas, efetivamente inteligentes, realmente podem racionalizar o uso da energia:
1) Verifique no painel de controle do seu micro-computador as opções de energia do seu monitor quando em modo de espera. Vale a pena, pois seu consumo não é desprezível.
2) Os eletrodomésticos como TV e som, quando não estão em uso, ficam em stand by, consumindo alguma energia para manterem-se pré-aquecidos. Esse pequeno consumo pode chegar a cerca de 15kWh por mês. Vale a pena desligá-los no botão principal do aparelho ou da tomada.
3) Não custa reavaliar se você realmente precisa daquele chuveiro de 7.000 W. Pode ser que um de 4.500 – 5.500 W seja satisfatório para seu banho. Além disso, a troca deixará o circuito correspondente mais folgado em termos de aquecimento Joule (efeito de aquecimento da corrente elétrica ao percorrer um fio). Quanto maior a corrente ou potência e menor o diâmetro do fio, maior será a perda por aquecimento Joule. Devido a isso, o rebaixamento da potência, além da economia óbvia, pode significar também uma perda térmica menor na fiação do chuveiro. Neste caso, o risco de um eventual curto-circuito também fica bastante reduzido.
4) Evite deixar a porta da geladeira ou do freezer aberta além do tempo necessário. Isso aumenta o consumo. Veja também se esses equipamentos se encontram em lugar com boa ventilação, o que contribui para a diferença no consumo.
5) Racionalize o uso da lavadora e da secadora de roupas, usando-as sempre com a capacidade de carga total prevista pelo fabricante. Isto reduzirá o número de horas/mês de uso do equipamento.
6) É também recomendável que as instalações de toda a casa sejam revisadas periodicamente por um técnico competente. É comum casas mais velhas, construídas numa época onde os requisitos de consumo de energia eram menores, acrescentarem carga elétrica sem uma revisão dos circuitos. Isso fatalmente acarreta sobreaquecimento de toda a fiação da casa e, portanto, perda de energia por efeito Joule (citado acima). O procedimento deve também ser cobrado do síndico nos prédios mais antigos.
*Cesar Boschetti é físico, com mestrado e doutorado na área de materiais semicondutores e dispositivos optoeletrônicos para o infravermelho. Trabalha como Tecnologista no LAS – Laboratório Associado de Sensores e Materiais do INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.

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