A insatisfação no trabalho parece uma epidemia. Proliferam pesquisas e estudos a esse respeito e notícias como essa são recorrentes na mídia. Medo, infelicidade, frustração, stress, fobia são adjetivos que antecedem, com frequência, o substantivo profissional em diversas circunstâncias.
Nos processos de coaching, o mal-estar das pessoas com o trabalho que realizam é sintomático. O profissional muitas vezes mensura seu sucesso apenas pela ascensão na empresa, mas sem considerar as variáveis sutis implicadas no processo e incerto sobre o que, de fato quer, não raro, se distancia das suas referências e na equação simbiótica entre quem é e o que faz, perde-se dos seus valores e vocação sem conseguir visualizar qual o seu significado de realização profissional.
O clássico ponto cego. Um dos aspectos mais desafiadores no processo de adequação entre o “quem eu sou” e “o que eu quero realizar”.
Quando inconscientes da necessidade de conjugar retorno financeiro e felicidade na carreira, é comum encontrar pessoas entre a agonia fóbica e a paralisante, sem saberem o que fazer nem por onde começar a reestruturação das suas diretrizes de trabalho.
Muitas vezes, somente mais tarde, em meio a questionamentos e conflitos pessoais, se dão conta de que o pedágio foi alto. Muitos na dor, poucos no amor, descobrem que ser bem-sucedido não é apenas ter mais reconhecimento e tempo para trabalhar, mas, principalmente, trabalhar com o que traz realização. Como bem ilustrou a Carol Mazzochin “Alguns trabalham 8 horas por um salário, enquanto outros, 24 horas por um sonho”.
Nem todos se dispõem mais a trocar dinheiro e status por sentido da vida. Pagar conta, sim, é fundamental, mas é necessário algo mais para nutrir o desejo existencial.
Tempos complexos requerem mudanças estruturais de ajuste entre o prático e o sutil. Mudanças de dentro para fora que promovam a percepção clara dos reais objetivos e a fidelidade ao propósito de vida.
Somente a consciência dos próprios valores permite que o indivíduo perceba o sentido do que o realiza para legitimar o diferencial que gera credibilidade e sustenta a reputação. Através de uma imagem consistente de quem é e do que pode realizar na construção de um caminho profissional que, verdadeiramente, o represente, que o permita ser quem é em essência.
Onde seus valores encontram sua carreira?
“Os brasileiros nunca estiveram tão insatisfeitos com a vida”*
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