Carreiras | Empregos

Por Izabel Cristina

Cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte são o sonho, se não de qualidade de vida, pelo menos de boas oportunidades de emprego da maioria dos brasileiros. Milhares de pessoas, das mais variadas cidades do País, chegam a São Paulo todos os dias em busca de uma vida melhor.
É bom que você saiba que essa situação está mudando. Várias cidades, a maioria de outras regiões do Brasil que não a Sudeste, estão se transformando em pólos geradores de emprego, o que é uma ótima notícia por pelo menos dois motivos: São Paulo, a mais inchada capital do País, tem a chance de se transformar num lugar menos sobrecarregado de pessoas e de problemas administrativos e sociais. Ao mesmo tempo, outras regiões, menos favorecidas, viverão tempos de desenvolvimento, e seus moradores terão condições de sobreviver.
Veja onde estarão os investimentos em 2002:
Nordeste
Estão em alta os setores automotivo, turismo, varejo e telecomunicações. Destaque para a cidade de Salvador.
Salvador
Está previsto para 2002 o início da construção do metrô. O investimento é de 307 milhões de dólares. A programação prevê o remanejamento das vias urbanas, a renovação da frota municipal de ônibus e a recuperação de 190 quilômetros de escadarias e passeios públicos.
A iniciativa privada investiu cerca de dois bilhões de dólares em infra-estrutura, o que gerou 52 mil novos postos de trabalho em 2001. Desde setembro, multinacionais como a Monsanto e a Ford abriram grandes fábricas em Camaçari, na região metropolitana de Salvador. Junto com as montadoras chegaram também 31 novos fornecedores.
A cidade de Salvador, porém, dificilmente se tornará uma cidade industrial. Sua estrutura está voltada para os serviços e o turismo. Entre hotéis de luxo e pensões, a cidade dispõe de mais de 22 mil leitos.
Sudeste
Estão em alta os setores de tecnologia, hotelaria, varejo, telecomunicações e petroquímica. Destaques para as cidades de São José dos Campos e Rio de Janeiro.
São José dos Campos
É considerada o maior pólo tecnológico do país e abriga empresas como a Embraer, Avibras, Solectron, Monsanto, Petrobras, Johnson & Johnson, General Motors e Kodak.
São muitos os projetos de novos negócios anunciados para São José dos Campos, o que significa um número maior de ofertas de trabalho. Entre eles estão previstos uma nova linha de poliestireno da Basf, a instalação do maior centro de treinamento da americana CAE, que produz simuladores de vôo, e a inauguração de uma linha da Tectelcom para produzir preforma, tipo de vidro utilizado na confecção de fibra óptica.
Até 2005, a Petrobras investirá 345 milhões de dólares na Refinaria Henrique Lage, instalada na cidade, de onde saem cerca de 13% do combustível consumido no país.
A cidade teve a inauguração de sete hotéis em 2001 e outros quatro devem ser abertos em 2002, entre os quais duas torres das bandeiras Ibis e Mercure, do grupo Accor.
Além disso, São José dos Campos está se consolidando também como o principal núcleo de serviços e comércio de uma região que reúne 42 municípios. Grandes redes de varejo migraram para a cidade. Nos últimos quatro anos, estabeleceram-se ali o Carrefour, o Wal-Mart, a Madeirense, a Pernambucanas e o Magazine Luíza, que pretende inaugurar outras três lojas em 2002. A cidade, que já possui cinco shopping centers, deve ganhar um novo agregado no próximo ano, o Plaza Shopping.
Rio de Janeiro
A abertura do setor de petróleo, em 1998, foi o principal fator para essa guinada. Atualmente, 30 multinacionais petrolíferas estão instaladas na cidade. As maiores companhias de gás e petróleo do mundo escolheram o Rio para sediar suas subsidiárias na América Latina.
Puxada em grande parte por esses investimentos, a economia local assistiu a uma multiplicação dos negócios. Em 2000 foram anunciados investimentos de 4 bilhões de dólares em diversos setores como o Pólo Gás-Químico do Rio, papel e celulose, hotelaria, shopping centers, portos, ferrovias, supermercados, restaurantes e publicidade. Só a Aracruz Celulose investirá 650 milhões de dólares em uma nova fábrica.
As telecomunicações são outro destaque. Desde as privatizações, em 1998, grandes companhias sediadas na cidade, como a Embratel, a Telemar, a Intelig e a Telefônica Celular já investiram mais de 3 bilhões de dólares. A indústria de satélites também está descobrindo o Rio. Há um ano, a americana Star One montou sua sede em Botafogo, bairro da zona sul carioca. Há poucas semanas, foi a vez de a Intelsat, a maior empresa de satélites do mundo, se instalar na cidade. O resultado disso são restaurantes cheios, aluguéis de salas de escritório e moradias de elevado padrão nas alturas e muitos novos hotéis prestes a ser abertos.
>Sul
Estão em alta os setorres de energia, construção civil, varejo, automotivo, informática, turismo e telecomunicação. Destaque para a cidade de Curitiba.
Curitiba
Nos últimos três anos, Curitiba passou por uma grande transformação, depois que o parque automotivo se instalou nas vizinhanças e concedeu à região o título de segundo pólo do setor no país. O potencial de consumo aumentou para 8,2 bilhões de dólares por ano, o que gerou cerca de 70 mil postos de trabalho nos últimos cinco anos.
O setor de serviços, que sozinho responde por 51,2% das atividades geradoras de renda da cidade, também está aproveitando as novas oportunidades. O grupo carioca Multiplan, dono do maior complexo de shopping centers do país, pretende instalar o ParkShopping Barigüi. Serão 44 mil metros quadrados de área construída num empreendimento orçado em 200 milhões de reais.
A prefeitura de Curitiba também está investindo. No bairro do Rebouças, um velho moinho está se transformando num centro de eventos capaz de abrigar exposições de arte, festas, convenções, teatro e competições de esportes radicais.
A idéia da prefeitura é transformar a área do Rebouças num pólo para empresas de tecnologia da informação. Uma das interessadas é a subsidiária brasileira da Microsoft, que já anunciou a intenção de instalar-se na região. O objetivo é erguer seu primeiro centro na América Latina, voltado especificamente para capacitar profissionais na linguagem XML.
Curitiba está ficando conhecida também como a sociedade do conhecimento em formação no Estado. São cerca de 700 empresas, boa parte localizada na região metropolitana, que fazem do Paraná o segundo pólo de produção de softwares do país.
A capital e arredores ainda devem receber cerca da 90% dos 2 bilhões de reais de investimentos captados pelo programa “Paraná Mais Empregos”, do governo estadual. Entre os projetos estão uma fábrica de vidros planos da americana Guardian e a ampliação da fábrica de autopeças da alemã Bosch. Todas essas iniciativas deverão gerar mais empregos na região.
>Centro-Oeste
Estão em alta os setores de energia, construção civil, farmacêutico, turismo, hotelaria, indústria têxtil e moda. Destaques para as cidades de Brasília e Goiânia.
Brasília
Em 2001, mais de 257 milhões de reais foram investidos na construção de hotéis na capital federal. Entre 1999 e 2000, tais investimentos não chegaram a 21 milhões de reais. As áreas de turismo e entretenimento oferecem as maiores oportunidades de negócio e ofertas de emprego dessa cidade de mais de 2 milhões de habitantes.
O turismo de negócios é outra área em ascensão na região. O principal projeto da Agência de Desenvolvimento do Turismo do Distrito Federal (Adetur) é a reforma do Centro de Convenções Ulysses Guimarães, no qual serão investidos 40 milhões de reais.
O Programa de Desenvolvimento Sustentável do Distrito Federal aprovou até outubro deste ano a criação de 3,5 mil empresas. Quando todas essas empresas abrirem suas portas para o mercado serão gerados mais de 130 mil empregos.
Outros setores que também estão recebem investimento: confecção, móveis e informática.
Goiânia
Até o início de 2002, a Panarello, a maior distribuidora de medicamentos do país, deve inaugurar na cidade sua nova sede e o centro de distribuição – um investimento total de 3 milhões de dólares.
O turismo de negócios na região também está em alta. Desde 1994, com a inauguração do centro de convenções, Goiânia se mostra uma boa opção para eventos de grande porte. Não é à toa que hotéis Ibis, Parthenon e de outras três redes estão em construção. Esse investimento atraiu uma nova leva de restaurantes, cinemas e outras opções de lazer.
Na cidade ainda se concentram metade das cerca de 4 mil indústrias de confecção de Goiás, o quarto maior pólo de moda do país. O pólo emprega 35 mil pessoas e está em franco crescimento por causa de empresas como a Nova Moda, que produz 1,7 mil peças por dia e tem planos para abrir as primeiras lojas fora do estado a partir de 2003.
Fonte: consultores e Revista Exame – edição 755

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