por Luiz Scistowski*
Muitas empresas ainda “funcionam” seguindo alguns princípios destorcidos em relação à importância de se ter uma equipe motivada, e a forma como isso deve ser feito. Um bom exemplo disso é acreditar que se pode motivar um determinado profissional apenas através de uma “simples” recompensa salarial (bônus, premiações etc).
É claro que salário é também muito importante, afinal não há nada que desmotive mais um profissional do que a sensação de que a proporção entre sua produção e seu retorno financeiro está desequilibrada. Mas, por outro lado, isso não é simplesmente tudo.
O que é preciso entender, então, são os demais motivos que nos movem a nos implicarmos em nossas carreiras, além da remuneração. Eu apontaria cinco principais. São eles:
1 – Status: Vivemos em uma sociedade onde se valoriza o ser humano não pelo que ele realmente é, mas sim pelo que ele representa. O status de um indivíduo, através da conquista de um cargo de chefia ou liderança, e o reconhecimento pela ascensão, podem ser forte motivo para se investir no desenvolvimento profissional. Afinal, quem nunca sonhou em ocupar a mesa da presidência por pelo menos uns segundos – apenas pela sensação do poder?
Assim, promover um profissional, delegando mais responsabilidade, mesmo sem qualquer tipo de aumento salarial, pode ser um estímulo maior do que um bônus ou uma premiação qualquer.
2 – Prazer naquilo que se faz: Ter prazer no trabalho, fazer aquilo que se gosta, é imprescindível ao sucesso profissional. Assim, esse passa a ser outro forte motivo que leva ao desenvolvimento profissional. Afinal, não existe maior recompensa do que a satisfação de produzir algo com paixão, com total envolvimento e dedicação.
Se analisarmos o discurso de muitos indivíduos que atingiram o sucesso pessoal e profissional, veremos que a grande maioria tem prazer em suas atividades. Na verdade, suas conquistas profissionais estão envolvidas em um prazer que vai muito além da mera recompensa salarial.
Nestes casos, muitas vezes, subir na carreira pode não ser mais importante do que a realização em materializar determinado empreendimento, ou, simplesmente, trabalhar em algo que gere maior identificação e satisfação, por exemplo. Assim, podemos encontrar profissionais que pedem demissão de excelentes empregos, deixando para trás importantes cargos e posições, ou mesmo rejeitando promoções, para se envolver em “pequenos” projetos – atitude que pode ser interpretada por muitos como pura insensatez.
3 – Ambiente de trabalho: Não existe nada mais desmotivante do que trabalhar, dia após dia, em um ambiente desagradável, sem ética, profissionalismo, união e comprometimento entre a equipe. Assim, uma empresa que alimente um clima amistoso, onde o indivíduo possa ser valorizado pelo grupo, pode gerar motivação suficiente a ponto de implicar os profissionais ao total comprometimento. Nestes casos, o salário pode ser tão secundário que o profissional pode até mesmo deixar uma empresa que remunera melhor por outra que possui melhor ambiente e condições de trabalho.
Por outro lado, pode-se ter um profissional implicado no desenvolvimento de sua carreira para ter a chance de trabalhar e viver em um ambiente que traga maiores realizações como, por exemplo uma determinada empresa, segmento etc. Afinal, o que mais poderia motivar alguém a se desenvolver profissionalmente do que a possibilidade de se integrar a uma grande multinacional, passando a viver entre as pessoas que detém a sua maior admiração?
4 – Conhecimento é também algo que não pode ser desconsiderado. A busca pelo saber, o reconhecimento e o status intelectual são também fortes motivos que podem levar um profissional a investir em seu desenvolvimento profissional.
5 – Segurança de vida: Outro ponto importante é a segurança de vida. Segurança é uma necessidade básica de qualquer ser humano, e, exatamente por isso, se torna um forte motivo para se investir no desenvolvimento profissional. Afinal, se meu futuro pode depender do investimento que faço no presente, então esse é um grande motivo para me implicar em minha carreira.
Enfim, existem muitas razões que movem um determinado profissional à busca do desenvolvimento de sua carreira. Porém, esses motivos podem ir muito além do salário. É preciso entender que como seres humanos, todos nós temos necessidades particulares, e são exatamente essas necessidades que determinam o caminho e as prioridades que cada um vai determinar para sua vida.
Para muitos, a carreira vem em primeiro lugar. Por segurança, por status, por dinheiro, enfim, por inúmeros motivos pode-se priorizar o desenvolvimento e a ascensão profissional. Para outros, a realização pessoal, seja ela através de uma determinada atividade, estilo de vida etc., pode ser fator gerador de maior motivação do que o mero crescimento profissional. Estar engajado em um determinado projeto ou estilo de vida pode representar, para muitos, a verdadeira realização.
Assim, podemos concluir que todos nós, como seres humanos, temos várias ambições. Apenas não pelas mesmas metas e objetivos, e muito menos pelas mesmas razões.
*Luiz Scistowski é diretor da Personal Hunter Outplacement, sendo especialista em marketing pessoal, treinamento, coaching e assessoria de carreira. É graduado em Psicologia com extensão na UCSD – Universidade da Califórnia San Diego, nos EUA.
O que move as pessoas no desenvolvimento de suas carreiras?
por Luiz Scistowski* Muitas empresas ainda “funcionam” seguindo alguns princípios destorcidos em relação à importância de se ter uma equipe motivada, e a forma como isso deve ser feito. Um bom exemplo disso é acreditar que se pode motivar um determinado profissional apenas através de uma “simples” recompensa salarial (bônus, premiações etc). É claro que […]
Avalie:
Comentários 0 comentário