Carreiras | Empregos

por Camila Micheletti
O Brasil começa o ano em ritmo de mudança e com o desejo de que o novo governo, o primeiro de esquerda em toda a história da República, possa realmente colocar em prática o ideal de uma nação mais justa e mais humana. Diante de tanta mudança e esperança, você já pensou no que pretende fazer em 2003? Na sua lista de prioridades para este ano há um tópico denominado “Minha Carreira”?
Se não há, é hora de começar a pensar nisso, independente de estar empregado ou não. Segundo os especialistas ouvidos pelo Empregos.com.br, a melhor hora para procurar emprego é quando você está exercendo alguma atividade, já que nesse momento é mais fácil valorizar o seu passe. Mas, de qualquer forma, sempre é hora de rever metas e adequar suas ações para atingi-las. Uma das provas de que a hora de começar a agir é agora é a unânime opinião dos consultores sobre o fato de que deixar para cuidar da carreira após o Carnaval é um grande erro, já que o mercado não pára e boas oportunidades podem aparecer a qualquer momento.
“Não existe melhor ou pior hora para procurar emprego. É preciso encarar cada dia como se fosse o decisivo”, analisa Gutemberg Macedo, diretor-presidente da Gutemberg Consultores, empresa vencedora do 5º Top of Mind na categoria Consultoria de Recolocação. Gutemberg recomenda atenção especial à mídia, para estar atualizado sobre as coisas que acontecem à sua volta, aos classificados dos jornais, sites de emprego e também aos sites corporativos das empresas, já que muitas vagas podem ser divulgadas por este canal.
Para Matilde Berna, gerente da unidade de negócios Career Transitions da Right-SaadFelippelli, procurar emprego exige muito empenho do profissional, em qualquer época do ano. “Deixou de ser uma questão operacional para virar estratégica. Não é só o fato de mandar o currículo, é ter um foco na carreira e na vida e saber o que você pode realmente oferecer para as empresas”, comenta. Para atingir os seus objetivos, Matilde afirma que é essencial saber qual o seu nível de empregabilidade – que você pode descobrir lendo muito e mantendo contato com pessoas da sua área, inclusive ex-chefes, ex-colegas de trabalho e da faculdade.
Outro passo fundamental na hora de procurar uma recolocação é atualizar e rever o currículo. Para Luciana B. G. Sarkozy, sócia-diretora da Career Center, “hoje, a tendência é mostrar um currículo cada vez mais baseado nas competências que você apresenta. O contratante quer saber qual o seu valor agregado e o que você pode fazer por ele”. Nunca é demais dizer que data, assinatura e números de documentos são dados totalmente dispensáveis no currículo. A idéia é: quanto mais curto, melhor. Luciana explica que, para profissionais experientes, já em posição gerencial, um documento de duas páginas está de bom tamanho, e para as pessoas que estiverem abaixo desse nível, uma página basta. “As empresas querem um portfólio objetivo, com foco no serviço que você vai vender. Não precisa colocar tudo o que você fez durante a vida”, ensina a diretora da Career Center.
Pense a longo prazo
Você também deve planejar a sua carreira de maneira a imaginar o que vai acontecer nos próximos meses ou anos. O ideal, segundo a gerente da Right-Saad Fellipelli, é começar avaliando o que você quer realmente para sua vida, onde você quer chegar. “Você precisa verificar os seus objetivos de carreira e de vida, e pensar o que precisa ser feito para alcançar seus objetivos”, explica Matilde. Por exemplo, se você quer ter uma vivência no exterior, mas não passa do “The book is on the table”, pode começar o ano fazendo um curso de inglês; se você tem dificuldades em relacionar-se com pessoas e se acha muito tímido, pode fazer um curso de oratória ou de teatro, que pode trazer mais jogo de cintura e desinibição. “O que você tem para oferecer ao mercado é realmente o que as empresas estão buscando?”, pergunta ela. Se você titubear na resposta, comece o quanto antes a eliminar as falhas.
“É fundamental investir no seu autodesenvolvimento, estando empregado ou não. Acredito que o ideal é fazer pelo menos dois cursos por ano, ler um livro por mês relacionado à sua área de trabalho além, é claro, de dar seqüência à ampliação dos relacionamentos”, explica Gutemberg. O tão falado networking pode e deve ser feito durante todos os dias do ano. Mas lembre-se que fazer contatos não é apenas pedir um emprego. “É um processo a longo prazo de manter e resgatar relacionamentos”, afirma Matilde Berna.
Para quem pensa em fazer um curso de línguas no exterior em 2003, o momento pede cautela, em virtude da alta do dólar. Para Tereza Fulfaro, gerente educacional da Central de Intercâmbio, o ideal é começar a se planejar com pelo menos seis meses de antecedência. “Recomendo que você poupe em dólar e, chegando lá, tente gastar somente o necessário. Deixe os luxos em casa, faça o transporte na cidade à pé ou de ônibus, passe longe dos restaurantes e lojas caras. Assim você não gasta tanto, investe no seu futuro e não fica com problemas no orçamento”, diz Tereza. Segundo ela, o país mais barato atualmente é o Canadá, onde é possível gastar U$S 1.000 em um curso de um mês de duração, seja com aulas de inglês ou francês.

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