Um bom currículo é capaz de atrair as melhores ofertas de emprego e garantir uma boa contratação. No entanto, fatores, como comportamento, relacionamento interpessoal, cultura geral, entre outros são determinantes para que o profissional possa manter-se no posto conquistado. Especialistas apontam a postura adequada no ambiente profissional e questões que garantem a sustentabilidade do emprego.
De acordo com Ricardo de Gil Torres, coordenador da Faculdade de Administração da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FAD/FESPSP), as empresas não contratam mais funcionários pelo seu diploma e sim, pelo pacote completo: hobbies, interesses pessoais, estilo de vida, etc. Por isso, a postura no ambiente corporativo e o aprimoramento pessoal constante são fatores que devem ser observados por aqueles que desejam ingressar no mercado de trabalho.
“Uma cultura bastante difundida nos EUA e que não vemos por aqui é o fato de os candidatos a uma vaga colocarem em seus currículos, informações, como interesses pessoais, ativismo social, atuação ou preferência por determinado time de futebol. As pessoas julgam equivocadamente que este tipo de informação não interessa aos contratadores, mas eles vão pesquisar o perfil dos candidatos no Orkut [rede de relacionamentos] para se informar sobre os gostos, os posicionamentos, as preferências e comportamentos daqueles que pretendem ingressar naquela instituição. A experiência de vida é muito importante e conta bastante”, explica.
Para o coordenador, duas coisas importantes no que se refere à sustentabilidade do emprego são o bom senso no comportamento e no trato com colegas (sejam subordinados, superiores, etc.) e uma boa cultura geral. “O grande problema com relação ao bom senso é o ‘desconfiômetro’, pois pessoas nunca sentem a falta dele (o bom senso). Como diz o pensador Mark Twain(1), a pessoa que é rica, pode achar que poderia ganhar ainda mais dinheiro, a que tem saúde, pode achar que poderia ser ainda mais saudável, no entanto, as pessoas nunca acham que está lhes faltando o bom senso. Abrir o leque e expô-los a todo o tipo de experiência, este é o diferencial que os profissionais precisam experimentar ao longo de sua formação”, comenta Ricardo.
Mais Competências
As empresas buscam profissionais que, além da formação técnica, tenham a preocupação de agregar valores humanos, éticos e que o tornem capazes de solucionar problemas atuais das organizações. Com os avanços tecnológicos, as futuras profissões deverão valorizar a constante atualização profissional, a iniciativa, o trabalho em grupo e a atuação rápida a partir do pensamento analítico. Profissionais com boa formação técnica, mas que não contribuem para o bom relacionamento da equipe, que gerem sensação de mal-estar no ambiente do trabalho e que afetem a produtividade e motivação dos companheiros, são dispensáveis às empresas.
“Espera-se que o profissional tenha uma mente empreendedora, criatividade, que seja capaz de trabalhar em equipe, que esteja preocupado com a sua formação permanente, que respeite os seus pares, superiores e subordinados e que seja ético e responsável pelo resultado de seu trabalho. São coisas do passado trabalhar por obrigação, aposentar-se na empresa, conhecer apenas o que se faz, ter somente a visão técnica, ter segurança e estabilidade no emprego”, afirma Adriana Thomé Yázigi Abrão, doutora em Educação.
Fonte: Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo
(1) Mark Twain, pseudônimo de Samuel Langhorne Clemens, (Florida, 30 de Novembro de 1835 -Redding, 21 de Abril de 1910) foi um escritor, humorista e romancista norte-americano.
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