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Hábitos, humores, sonhos e, sobretudo, responsabilidades mudam na vida de um casal depois do nascimento dos filhos. A carga de trabalho do homem também pode aumentar quando o primeiro bebê é do sexo masculino. Pelo menos é o que comprovou uma pesquisa realizada por duas economistas, Elaine Rose e Shelly Lundberg, professoras da Universidade de Washington, nos Estados Unidos.
Ao analisarem um grupo de 1.200 homens, concluíram que eles trabalharam 122 horas a mais durante o primeiro ano do nascimento do filho do sexo masculino e 56 horas, do sexo feminino. A pesquisa demonstrou que os pais concebem filhos de modo diverso. “Para os homens, ser pai de um menino é diferente de ser pai de uma menina, embora esta idéia não esteja no nosso dia-a-dia quando pensamos na vida em família”, explica Shelly.
Os mais velhos tiveram melhores salários
Para a realização do estudo, as economistas dividiram os homens em dois grupos: os que nasceram até 1950 e os que nasceram depois dessa data. Notaram que, em ambos os grupos, os homens aumentavam os salários e também as horas despendidas com o trabalho assim que se tornavam pais. Os mais velhos foram os que tiveram mais aumento de salário com o nascimento do primeiro filho do sexo masculino, enquanto os mais jovens, os que mais trabalharam. “Talvez os chefes vejam com bons olhos os funcionários com filhos e, por isso, prefiram dar a eles aumentos de salário”, acredita Shelly.
A fantasia do pai provedor continua atual
O nascimento do primeiro filho, especialmente o do sexo masculino, tende a mexer com as inseguranças e os medos do homem. “Como acha que algo grave pode ocorrer com a criança, o pai precisa estar preparado para se apresentar como um super-homem”, diz a psicoterapeuta Carolina Ribeiro, de São Paulo. “A fantasia que ele tem ainda é a do pai provedor”. Quando se trata de um filho, o pai gostaria de servir de espelho. “Quer dar o exemplo de que é trabalhador e um homem bem-sucedido. Aí começa a fazer planos para o futuro do filho e terá, portanto, de trabalhar mais horas para conseguir mais recursos.”
Alguns estudos já demonstraram que o homem fica mais orgulhoso de sua masculinidade quando tem um filho do sexo masculino. “O nascimento de um menino significa a continuação de sua virilidade e a confirmação de que, como homem, é um bom reprodutor”, diz Carolina.
Pesquisa paulista mostra a preocupação com os estudos
Há três anos, Ceneide Maria de Oliveira Cerveny, doutora em Psicologia pela PUC, realizou uma pesquisa em 67 cidades do Estado de São Paulo com 1.105 famílias. Trinta e seis por cento delas responderam que a preocupação principal era promover os estudos e a profissão dos filhos, 27%, a construção do patrimônio familiar e 11%, cuidar dos filhos e dos familiares externos.
Terapeuta de família, Ceneide afirma que em sua pesquisa não existiu a distinção de que o homem trabalha mais quando o primeiro filho é do sexo masculino. E arrisca, sobre os resultados da pesquisa americana, de que “talvez seja uma crença daquela cultura de que o filho necessite de mais investimentos do que a filha.”
 
Madi Rodrigues, especial para Salutia, cedido para Empregos.com.br

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