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Você não viu errado, não. Assim como a retina, a rotina também tem um ponto cego, através do qual o ser humano não enxerga e nem percebe que não está enxergando.
No caso da retina, não há grandes perdas, pois um olho vê pelo outro, mas no caso da rotina a coisa fica mais perigosa, porque:

  • A rotina dificulta a percepção de oportunidades, aquelas situações inesperadas que podem ser vantajosas.
  • Escravos da rotina não conseguem visualizar e muito menos implementar inovações
  • A rotina impede a percepção de erros. Um exemplo: se na sua sala há um quadro pendurado de forma meio torta, seu cérebro se acostuma com essa imagem e nem nota mais. Já uma visita vai perceber na hora.
  • A rotina embota o pensamento. Quanto mais praticamos ações rotineiras e/ou repetimos as mesmas coisas, mais difícil fica para o cérebro pensar de forma diferente.
  • A rotina desmotiva, é entediante, não gera desafios.

A rotina, além de ser inevitável em certas situações, tem lá suas vantagens: já pensou ter que recriar todo dia a forma como você escova os dentes, o percurso para chegar ao trabalho e os procedimentos para acessar sua conta bancária pela internet?
Mas então, como manter a mente em exercício constante para garantir os benefícios de um cérebro alerta e criativo?
Dois caminhos devem ser seguidos:
Sair da rotina
Fugindo da rotina, encontramos idéias em outros universos que podemos adaptar à nossas necessidades. Já explorei o tema em meu artigo sobre “Turismo criativo”, que você pode encontrar no meu site (www.giselakassoy.com.br).
Costumo realizar workshops que incluem visitas a lugares inéditos dos quais seus participantes voltam com novas percepções e idéias. Se você quiser exercitar a mente com atos simples, sugiro:

  • Visitar lugares diferentes. Se estiver morto de cansaço, mude de programa de TV ou visite novos sites da Internet. Mantenha uma visão de antropólogo, não julgue nada, veja tudo como uma curiosidade
  • Fazer atividades diferentes. Mude de hobbies , invente programas diferentes para seu lazer. Experimente ser aprendiz, errar e inventar.
  • Converse com pessoas cujo cotidiano não tem nada a ver com o seu. A tecnologia nos permite conversar com quem quisermos em qualquer canto do mundo, mas nos afastou de vizinhos, familiares ou quaisquer pessoas que não sejam de nossa tribo. Mas é conversando com gente diferente que as pessoas abrem a mente para entender seus clientes ou outros interlocutores extremamente importantes.

Veja a rotina com novos olhos
Há inúmeros exercícios para ver o igual de forma diferente, costumo aplicá-los em workshops de geração de idéias. Seguem algumas dicas que são a base desses exercícios:  

  • Quando um ator automatiza sua fala, a emoção vai embora. Atores de teatro sempre mudam algum detalhe de sua fala ou movimento só para se manterem em estado de alerta. Faça o mesmo.
  • Experimente olhar para algo rotineiro como se o estivesse vendo pela primeira vez. Você descobrirá detalhes incríveis.
  • Fuja da frase “isso é igual a…”. Ao considerar que uma situação, uma idéia ou uma pessoa são iguais (ou parecidas) com uma situação, idéias ou pessoas já conhecidas, você coloca tudo numa vala comum e perde as pequenas diferenças que fazem a diferença.
  • Para um bebê ver seu pai andar pode parecer tão obvio ou tão mágico quanto vê-lo voar. Com dois anos de idade, qualquer criança já sabe que seu pai não voa. Ou seja, as pessoas acreditam que sabem tudo o que não vai dar certo. Recomendo um pouco desse olhar de bebê. Pode ser que algumas coisas passem a dar certo…

Profissionais valorizados são os que aprendem com as diferenças, tem sede de informações, quebram paradigmas, criam e inovam. Apesar de e muito além da rotina.

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