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Todo o processo é muito mais a respeito de ceder ajuda do que esperar que o façam por você
Por Rico de Moraes*
Tomado erroneamente por alguns como forma de conhecer gente influente, o network, ou trabalho em rede é uma magnífica ferramenta para se conseguir viver em uma utópica sociedade trabalhista quase marxista. Está estranhando esta comparação? Então, eu estava certo: Você precisa rever seus conceitos, meu rapaz!
Para a maioria dos afoitos e interesseiros networkers, a troca de influências deve ser boa apenas para um lado (o deles, é claro). Então, o cara começa a colecionar telefones e e-mails do presidente da Fedebrás do Brasil, da Interfeders Incorporated, do primo da mulher do Presidente Lula. Nossa mãe! O cara é mesmo influente. Sabe o que este “mané” vai conseguir? Nada! Apenas migalhas, atiradas como esmolas a mendigos.
O verdadeiro networker é quase religioso (amai-vos uns aos outros), é meio comunista (dividindo a riqueza com seus iguais), é um andarilho (não tem medo de gente, se misturando mesmo a mais heterogenia platéia).
Existe uma lei universal que rege o conceito do network: “Tudo que você der ao universo, voltará para você!”
Sabe aquela historinha de que todo mundo está a apenas sete pessoas de distância de qualquer outra? Este conceito é fantástico, por que é verdade! O que às vezes não fica claro, é que estas tais sete pessoas podem ter qualquer qualidade financeira, cultural ou estética. Você talvez consiga chegar mais facilmente a uma reunião com o Bill Gates sendo amigo da empregada doméstica da secretária do homem, do que sendo amigo de outro poderoso presidente de empresa.
O network é uma ferramenta de compartilhamento de recursos e contatos. É muito mais a respeito de ceder ajuda a seus queridos companheiros, do que esperar que eles o façam por você. A mágica é justamente esta! A ajuda que você tanto precisa, vai chegar até você, sem que você precise pedir. Isto acontecerá, pois você já terá plantado as sementes certas.
O network (esta “açãozinha” de marketing pessoal por meio da qual cultivamos bons contatos profissionais, indicando-nos uns aos outros) já conseguiu grandes feitos (por bem e por mal), juntando provas irrefutáveis a seu favor!
A comunidade judaica ganhou força e influência no mundo moderno graças ao forte e consistente network cultivado por este grande povo. Da mesma forma, a admirável comunidade negra norte-americana vem conseguindo um espaço histórico na sociedade daquele país. O mercado da moda só cresceu graças ao imenso network que existe mesmo em suas esferas mais esquecidas pela mídia (as camareiras, os maquiadores, os modelos em início de carreira, que trabalham um forte network para encontrarem onde está o trabalho!).
Antes de ser uma troca de contatos com profissionais do seu mesmo patamar, o network deve ser uma troca generosa com profissionais de competências e esferas diferentes das suas. É exatamente como se fazia antigamente: Eu planto feijão e você arroz. Desta forma, temos muito a trocar.
Quer começar um bom network profissional? Comece respeitando seus concorrentes. Nunca fale mal deles, pois estes são seus maiores observadores (e admiradores). Depois, desça até a portaria do seu moderno prédio comercial, e convide o porteiro para tomar uma cervejinha! Quando chegar em casa, converse com seus filhos, sua esposa, seu marido. Pegue já o telefone e ligue para seu pior inimigo. Faça as pazes! Pague suas contas em dia, mesmo que precise vender aquele “Mercedão” conversível na sua garagem e andar de ônibus. Ah, já que toquei no assunto, ande um pouquinho de ônibus, pegue o metrô de vez em quando. Tenha conversas interessantes com pessoas que teimam em falar com você.
E como dizem os escoteiros: “Faça uma boa ação por dia, assinando com sua espada!” (Huuummm…Acho que este era o Zorro, não é? Sei lá…).
*Rico de Moraes é consultor em marketing e gestão.

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