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Recentemente realizei seminários na Espanha. Fico orgulhosa em ver meu trabalho demandado e reconhecido no exterior.
Por já ter atuado em sete outros países e por ter assistido a muitas apresentações de estrangeiros, acredito que consolidei alguns procedimentos sobre apresentações em outros países que considero fundamentais. Se você está em vias de fazer algum trabalho fora, aproveite. Se não for o caso, leia também. Afinal, em tempos globalizados, nunca se sabe.
Veja as dicas:

  • Se você não domina totalmente a língua na qual vai falar, ensaie antes. Palavras pronunciadas erroneamente ou tempo gasto para se lembrar do termo correto podem distrair seu público. Por outro lado, não decore e, na hora, nem se preocupe em falar corretamente. O que se espera de você é um conteúdo que flua e atinja os objetivos.
  • Se você sabe que tem sotaque, dedique os primeiros momentos da apresentação a questões menos comprometedoras para que as pessoas se acostumem com sua pronúncia. Já participei de congressos internacionais nos quais a língua inglesa – comum a todos – era falada das mais diferentes formas. Os primeiros dez minutos eram sempre sacrificados.
  • Faça uma revisão de suas piadas e exemplos. As piadas podem não ter tanta graça contadas por um estrangeiro e os exemplos podem ser distantes demais da realidade deles. Trocadilhos, nem pensar, eles poderão ser interpretados como erros.
  • Não abuse de palavras nos slides.Você pode ser tentado a usá-las como “cola”, mas lembre-se que muita leitura de slides torna a apresentação cansativa e tira a espontaneidade.
  • Leve em conta aspectos da cultura local ao montar sua apresentação: qual a receptividade que eles costumam ter a piadas, dinâmicas, exposições longas. Eventualmente, você pode aproveitar o fato de ser estrangeiro para quebrar paradigmas, mas faça-o de forma calculada.
  • Vá preparado para se surpreender com costumes e paradigmas locais: já vi seminários nos Estados Unidos com intervalos para o almoço de 45 minutos. Na Espanha, o tempo previsto é de três horas.
  • Esteja ciente do momento político-social e econômico do país que está visitando. Ele vai afetar a forma como sua mensagem será recebida. Você não precisa emitir sua opinião, mas mostrar conhecimento e empatia só vai contar a favor.
  • Não confie em sua capacidade de interpretar mensagens não verbais, elas variam de região para região. Você não esperaria que uma audiência de japoneses fosse tão calorosa quanto a de um grupo de cariocas, mas há diferenças muito mais sutis. Procure conhecê-las.
  • Outros aspectos da cultura também poderão ajudá-lo: procure saber se seu público costuma ou não perguntar, criticar, apreciar brincadeiras e até fumar durante apresentações. Ë importante você saber quais comportamentos estão dentro ou fora da norma e se o que você está vendo são indícios favoráveis, desfavoráveis ou apenas frutos da cultura local.

Termino com a mais gostosa das dicas: o Brasil está em alta. Notícias daqui, só vi as boas. O Brasil deixa de ser só samba e futebol. Está sendo visto como um país próspero em energia, alimentos e bons profissionais. Aproveite!

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