Carreiras | Empregos

Por Rômulo Martins
Décadas passadas, marketing pessoal era fundamental aos profissionais da área de vendas, comunicação ou qualquer outra atividade cuja essência é lidar com pessoas. Técnicos da área de exatas ou cientistas enclausurados em laboratórios precisavam apenas realizar suas tarefas com precisão; pouco importava a imagem que os outros tinham deles. Isso mudou. Hoje, até mesmo aquela funcionária contratada para administrar as finanças da empresa deve se preocupar com a imagem profissional.
Por quê? Segundo consultores organizacionais, o marketing pessoal é tão importante quanto o conhecimento e a experiência profissionais, pois integra o conjunto de competências requeridas pelo mercado de trabalho. “É uma ferramenta que permite ao profissional moderno um diferencial competitivo sustentável”, afirma o doutor Eduardo Maróstica, professor do Instituto Nacional de Pós-Graduação (INPG).
Isso significa que: não basta ser bom, é preciso mostrar que você é bom. Quem não sabe vender sua imagem no mercado deve exercitar, recomendam os especialistas. Recursos como o coaching, programação neurolinguística, terapias e outras ferramentas que promovem o autoconhecimento podem ajudar. Aliás, quem não se conhece bem não sabe fazer marketing pessoal.
Mas não adianta saber se comunicar, vestir-se bem, posicionar-se de forma impactante em locais adequados, ter boas relações interpessoais e estar bem informado, se o profissional não domina tecnicamente o assunto de sua área de atuação ou não consegue alavancar resultados para a empresa na função em que se encontra. Nesse caso, o indivíduo não está fazendo marketing pessoal. “É uma propaganda enganosa”, diz Irene Azevedo, consultora da DBM.
Segundo Irene, o marketing pessoal é construído com base nos cinco “Ps” do marketing. São eles: produto (o profissional), promoção (maneira como ele se apresenta no mercado), praça (local onde o indivíduo faz marketing), preço (valor do profissional no mercado, em termos tangíveis e intangíveis) e posicionamento (conjunto dos demais “Ps”). “Saber fazer marketing pessoal é uma grande competência, porque passa pelo equilíbrio, autoconhecimento, bom senso e, sobretudo, pela assertividade e efetividade”, afirma a consultora.
Para Priscila Azevedo, coordenadora do setor de Carreiras da Veris Faculdades, fazer marketing pessoal também é um diferencial competitivo: “O mercado quer enxergar a marca pessoal que o profissional vai imprimir à empresa. O que diferencia um indivíduo do outro quando ambos têm a mesma educação? Com certeza é a marca pessoal, é a capacidade que o profissional tem de vender suas ideias, de influenciar pessoas, de construir uma imagem positiva para si por meio do marketing pessoal e dos resultados conquistados”.
Priscila acredita ainda no peso do networking e das redes sociais na construção do marketing pessoal: “Na sua rede de contatos, o profissional tem de procurar sempre ser o top of mind de sua área. É preciso estar entre os top ten, ou seja, entre os dez melhores para ser referência em seu campo de atuação”.
Eduardo Maróstica, do INPG, vai além: “Daqui por diante só haverá uma certeza estável: ou melhoramos ou seremos esquecidos. E lembre-se: quem não é visto não é lembrado”.
Dicas de leitura:
Marketing pessoal no contexto pós-moderno. Cláudio Rizzo (Trevisan)
Carreira e marketing pessoal – da teoria à prática. Alfredo Passos e Eduardo Najjar (Negócio)

Avalie:

Comentários 0 comentário

Os comentários estão desativados.