Carreiras | Empregos

Por Gabriel Aguillar
A competição entre colegas de equipe e funcionários de uma mesma empresa sempre foi estimulada e considerada benéfica no cenário corporativo. No entanto, especialistas da área de gestão afirmam que os líderes devem, sim, incentivar a competitividade dentro da corporação, porém, sempre com gerenciamento atento e focado no equilíbrio. Um ambiente carregado de conflitos provocados por disputas pessoais pode acabar prejudicando o desenvolvimento do trabalho em grupo e impedindo um maior rendimento dos profissionais.
“É benéfico estimular a competitividade na medida em que a competição seja de caráter técnico ou estrutural. O líder eficaz precisa promover o conflito benéfico, o de idéias. Agora, se os conflitos são gerados por características pessoais, estilos comportamentais ou qualquer outro aspecto psicológico, a competição não é saudável para a empresa nem para os funcionários”, afirmou Gilberto Guimarães, diretor da consultoria francesa BPI do Brasil, presidente da ONG Amigos do Emprego e coordenador do comitê de RH da Amcham.
O gestor, no entanto, deve possuir determinadas características essenciais para que a competição dentro da empresa seja saudável. “O líder deve ter autoconhecimento, entender e gostar daquilo que faz. A segunda mais importante é conhecer muito bem cada membro de sua equipe. A partir do momento em que ele conhece seus funcionários, vai conseguir descobrir quando está em jogo o ego e não o resultado. Cabe a ele nesse momento, gentilmente, saber agir com dureza para mostrar a pessoa que ela está levando para o aspecto pessoal e misturando as coisas”, esclareceu Guimarães.
Para Francisco Higa, consultor especialista em gestão e organização e sócio-fundador da Turnpont Gestão e Desenvolvimento Organizacional , as metas de cada funcionário, a princípio, devem fortalecer a troca de informações. “O líder deve estabelecer metas entre os funcionários. Metas individuais, coletivas e as metas cruzadas, que são como metas individuais, mas exigem que um companheiro precise da colaboração do outro no desempenho dessa meta. Isso estimula o trabalho em equipe e gera uma troca de conhecimentos”, explicou.
Competição negativa
Evitar a “batalha de egos” dentro da instituição é fundamental. As metas individuais devem ser estabelecidas de acordo com a capacidade de cada um e o equilíbrio entre as metas e premiações pela conquista de objetivos deve existir para evitar problemas. “Quando o gestor tem na empresa ou no setor somente um funcionário capaz de resolver determinada função, ele acaba ficando dependente desse profissional. Isso gera ciúmes, inveja e conflitos no ambiente. A possível causa desse fato é uma falha na elaboração e distribuição de metas de cada um. O funcionário pode ter recebido uma meta que não será capaz de cumprir ou acha que a meta do companheiro oferece uma recompensa maior pelo objetivo alcançado e não cumpre a sua. É a competição negativa, o gestor deve estar atento a isso”, disse Higa.
Disputas motivadas pela necessidade de satisfazer desejos pessoais do profissional não propiciam espaço para uma competição saudável. “Costumo brincar que a boa empresa deve ter um cabide na entrada onde as pessoas deixam o ego pendurado na recepção e entram para trabalhar. O ego costuma fazer com que as pessoas promovam os conflitos negativos, motivados por idéias pessoais”, completou Guimarães.

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