Em pleno século 21, será que as empresas discriminam profissionais homossexuais? Até que ponto a orientação sexual afeta as relações de trabalho? O assunto ainda é tabu no mundo corporativo, por isso não há respostas concretas para estas perguntas. Além disso, não existem “marcas” que revelem se um profissional é heterossexual ou homossexual.
A lei federal é clara: é proibida a diferença de salário, exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil.
Diversidade
Um exemplo da luta contra a discriminação é o Grupo Gay da Bahia, a mais antiga associação de defesa dos direitos humanos dos homossexuais no Brasil. O GGB visa a garantia dos direitos dos homossexuais e luta contra qualquer forma de preconceito contra gays, lésbicas, travestis e transexuais. O grupo organiza diversos encontros e palestras informativas e ajuda as vítimas de discriminação com um serviço de esclarecimento dentro das empresas.
O GGB possui um grande arquivo com casos de preconceito nas mais diferentes situações de trabalho. Desde atores que são insultados na rua por interpretarem homossexuais até casos de demissões provocadas por denúncias, muitas vezes infundadas, de comportamento escandaloso dos funcionários. Dispensas sob alegação de falta de interesse e postura indevida também são comuns nesses casos.
Segundo Rudney Pereira Junior, consultor de recursos humanos da Foco, o preconceito sofrido pelos homossexuais é similar ao que atinge negros, mulheres, deficientes físicos e mentais no universo empresarial. Para ele, trata-se de um preconceito velado. “Acredito que os homossexuais sofrem tanto preconceito na hora da contratação quanto os deficientes físicos, negros e mulheres. Algumas empresas ainda têm esquemas muito arcaicos de contratação”, diz o consultor.
Ainda segundo Rudney, a contratação ou não de um profissional pela sua orientação sexual vai depender do perfil da empresa. “Vários homossexuais passaram pela minha seleção e foram encaminhados para as empresas sem nenhum problema. Acredito que a condição ou orientação sexual de uma pessoa é algo que não deve interferir na carreira e no trabalho.”
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