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Um dos maiores inimigos da saúde do homem moderno, o estresse pode surgir em conseqüência de exigências no trabalho, de doenças ou até de desequilíbrios no orçamento doméstico.
As preocupações do dia-a-dia e seus efeitos negativos (desgastes físicos e emocionais) acabam por afetar toda a família. Levar para casa questões não resolvidas no ambiente de trabalho, conversar sobre a falta de dinheiro durante o jantar ou ser agressivo com o filho que vai mal na escola são alguns dos sinais de que chegou a hora de reavaliar o comportamento familiar.
Quando as causas do estresse não podem ser identificadas e solucionadas entre os membros da família, a melhor solução é procurar a ajuda de um terapeuta.
Hábitos que deveriam ser comuns, como fazer pelo menos uma refeição diária juntos ou se reunir para conversar por algumas horas dois ou três dias na semana, foram abandonados.
“Nos últimos anos, o ritmo de vida dos chefes de família (pai, mãe ou ambos) impede que as pessoas troquem idéias e compartilhem seus problemas”, diz Alexandrina Meleiro, professora-doutora de Psiquiatria pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP/Brasil).
Tensão relacionada ao trabalho é a mais comum
As preocupações levadas do trabalho para casa ocupam o primeiro lugar entre os motivos do estresse gerado em família.
Cancelar as férias que estavam programadas há meses por causa de compromissos profissionais, faltar às reuniões íntimas por excesso de horas trabalhadas ou passar o sábado e domingo terminando o serviço que não pôde ser feito durante a semana são condutas que comprometem a relação entre pais e filhos.
“É como se os pais estivessem sempre ausentes. Mesmo em casa não há diálogo e, quando tentam conversar, muitas vezes discutem pela falta de afinidade”, diz Meleiro.
Algumas situações acabam sendo estressantes para a família:

  • algum parente (como avós ou tios) com doença grave pode motivar o estresse por um período de tempo;
  • falta de dinheiro e preocupação com o pagamento de dívidas provocam discussões familiares;
  • os filhos, principalmente na adolescência (entre 10 e 20 anos), costumam contrariar os pais e não dão satisfações sobre o que pretendem fazer. Nesta fase, as discussões são freqüentes.

Maneiras de evitar o desgaste emocional
Para driblar a tensão familiar há algumas atitudes que podem ser colocadas em prática:

  • contas: distribuir as responsabilidades da casa entre todos. Caso o orçamento do mês aperte, a sugestão é dividir as despesas até que as contas se equilibrem;
  • diferenças: pais e filhos não devem deixar que mágoas se acumulem. O ideal é esclarecer as diferenças com uma conversa franca;
  • casal: quando as brigas passarem a ser constantes, e os motivos não forem identificados, o casal deve procurar um terapeuta. Ele saberá como diagnosticar a origem do problema e indicará o melhor tratamento;
  • adolescentes: não discutir por motivos fúteis, negociar os horários de retorno à casa nos finais de semana e não criticar a maneira como os filhos se vestem são boas dicas para evitar atritos.

Escolas dão suporte às famílias
Alguns colégios de São Paulo (Brasil) possuem um serviço de assistência aos alunos que, de uma hora para outra, passam a ter comportamentos pouco convencionais.
No Colégio Bandeirantes, um dos mais tradicionais de São Paulo, uma equipe de orientadores educacionais convoca para uma entrevista os alunos que sempre tiveram bom desempenho nos estudos e, de repente, começam a tirar notas baixas.
A agressividade súbita com colegas e professores também demonstra que algo vai mal. “Não somos psicoterapeutas”, afirma a pedagoga Maria Ângelo Azevedo Antunes. “Apenas tentamos identificar a origem do estresse para sugerir o tratamento psicoterapêutico. Se avaliarmos que o problema é grave, chamamos um familiar, que pode ser o pai ou a mãe, para uma conversa”, finaliza.
Álvaro Oliveira, especial para Salutia

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