Carreiras | Empregos

por Renata Marucci
Presidente ou CEO? Afinal, por que é que alguns dirigentes de empresas vêm sendo chamados de CEO (Chief Executive Office)?
O executivo Robert Dannenberg é presidente e CEO da VIA NET.WORKS Brasil. E esclarece: “O presidente é uma figura institucional, responsável por representar a empresa junto a investidores e imprensa – em entrevistas e palestras -, enquanto o CEO é o profissional que resolve e coordena o dia-a-dia da organização”. No Brasil, Robert acaba por “vestir dois bonés”, atuando nas duas posições.
“CEO é um nome diferente para diretor-executivo. Acredito que essa nomenclatura será mais vista nas empresas de tecnologia, que são bastante ‘americanizadas’. No melhor estilo ‘sopa de letrinhas’, agora temos CEO, CFO, COO, CIO, CSO em quase todas as empresas de tecnologia e em multinacionais”, explica Dannenberg.
Trajetória
Não foram muitos empregos, mas muitos desafios até chegar ao comando brasileiro de uma das maiores provedoras corporativas de acesso à Internet. Formado em Administração de Empresas, Robert Dannenberg começou sua carreira como assistente de Marketing em uma empresa de varejo.
A empresa tinha um problema de imagem no mercado e havia duas opções: criar novos produtos ou mudar as estratégias. Com base nas informações concedidas, Dannenberg optou pela segunda alternativa e investiu em marketing esportivo. O resultado foi extremamente positivo e os objetivos foram alcançados.
Ao sair da empresa de varejo, o profissional encarou um desafio completamente diferente: assumiu o cargo de gerente comercial em uma empresa representante da feira Couro Moda no Rio de Janeiro. Dessa vez, sua tarefa era melhorar a participação do Rio de Janeiro no evento. A cidade estava em 10º lugar entre os participantes da feira e ele, junto com a equipe, fez com que alcançassem a 3ª posição, perdendo apenas para São Paulo e Minas Gerais.
O próximo desafio, que aconteceu há 17 anos, foi criar e desenvolver a Fenasoft. Foi por meio dessa que é hoje uma das maiores feiras de informática do Brasil, que Robert Dannenberg conheceu o pessoal da VIA NET.WORKS.
E há cerca de um ano e meio recebeu o convite para assumir a filial brasileira da multinacional.
Perfil vencedor
“Todo esse caminho percorrido fez com que eu me relacionasse bem tanto com vendas, como com marketing”, lembra Dannenberg, que acredita que essa flexibilidade foi uma das características fundamentais para capacitá-lo a assumir o comando de uma empresa como a VIA NET.WORKS.
Segundo o CEO, o executivo brasileiro é muito competente. “Nossos profissionais estão dando um show no mercado! Vivemos um momento de exportação de profissionais bem sucedidos”, comenta. Dannenberg completa: o executivo brasileiro é flexível, criativo e se adapta rapidamente à realidade, tudo isso graças as crises vividas no país. O Brasil é a própria escola.
Para ser um CEO, é preciso ser um líder eficiente, um bom gestor de pessoas, saber integrar as áreas Comercial e de Marketing, delegar tarefas e se atualizar. “Pense no executivo como um técnico de futebol. Ele está lá, tem que estar atualizado sobre o que acontece nos outros times, descobrir novas estratégias de jogo e ficar de olho em novos talentos. Ainda assim, o resultado depende da competência e do comprometimento de todos. Cada um é responsável pelo sucesso de todos”, diz Dannenberg.
O CEO garante que o executivo competente não é aquele que passa 20 horas do dia trabalhando. “Tempo de trabalho não é sinônimo de produtividade”, completa. É preciso administrar bem o tempo, pois como as responsabilidades são muitas, é possível que o profissional se perca ao ficar apenas preocupado em ordenar e despachar papéis.
“Todo líder tem sua técnica própria para organizar e otimizar o tempo e eu também tenho a minha. Procuro dividir o dia em quatro grandes blocos. No primeiro, resolvo assuntos internos, despacho documentos, elimino pendências; o segundo período reservo para reuniões internas com diretores para saber o que anda acontecendo em cada área e como podemos melhorar, além de resolver problemas e tomar decisões; o terceiro utilizo para sair a campo e visitar clientes, me aproximar das necessidades deles, trocar experiências, enfim, saber como o mercado está se comportando; e o quarto bloco é destinado à reciclagem, às leituras de todos os tipos”, relata Dannenberg.
De qualquer forma, é fundamental que o profissional, em qualquer nível, mantenha sua vida pessoal. Isso quer dizer que não é saudável viver em função do trabalho. É essencial manter sua relação com a família, o contato com os amigos e a vida social ativa. “As noites e os finais de semana são exclusivos da minha família e dos amigos. Preservo minha vida pessoal o máximo possível, pois minha vida profissional já é muito intensa. Procuro não levar o notebook, nem acesso e-mail de casa, mas abro exceções quando necessário, é claro”, conta Robert Dannenberg. “Só não permito que a exceção vire regra!”, completa.

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