Carreiras | Empregos

por Camila Micheletti
“A esperança venceu o medo”. Essa expressão foi o lema da campanha de Luís Inácio Lula da Silva, e continua sendo a tônica do discurso do novo presidente, que vem agradando ao mercado e deixando otimistas todos os setores da sociedade. De acordo com Roberto Dumas, economista e professor do IBMEC nas áreas de Macro Economia e Finanças Educacionais, 2003 vai ser o ano para arrumar a casa – o Brasil. “A palavra de ordem é ajuste. O governo precisa aprovar as reformas agora para o próximo ano – 2004 – ser melhor e assim poder alcançar o crescimento desejado”, explica.
Segundo ele, o cenário político-econômico atual apresenta pontos positivos, como o déficit da conta corrente externa, que diminuiu de 33 bilhões em 1998 para 6 bilhões em 2003. Outro ponto a ser ressaltado é a queda do dólar e a diminuição do Risco Brasil, ocorrida após a nomeação de Henrique Meirelles, ex-presidente do Bank Boston e nome reconhecido no mercado, para a presidência do Banco Central. “Os pontos negativos são a volta da inflação, que é um reflexo da depreciação cambial, e o aumento generalizado de preços, que está impactando toda a cadeia produtiva”.
O professor vê certa dificuldade em retomar o crescimento econômico do país já em 2003, e também acha muito arriscado pensar em um reajuste salarial agora. “Pode gerar mais inflação. Acredito que a melhor atitude hoje é deixar como está, e só voltar a pensar nisso no ano que vem, quando o governo e sua política econômica já estarão mais consolidados. O nível de emprego deve crescer 7%, não mais do que isso”, assegura Dumas.
Na opinião de Marcelo Pessôa, professor do Departamento de Engenharia de Produção da Fundação Vanzolini, o novo governo vai enfrentar muito trabalho pela frente. “O grande problema é a falta de capital para fazer investimentos, o que impede que muitos projetos sejam iniciados ou mesmo finalizados”, afirma. Ele vê como questão fundamental a mudança do ensino público. “O problema é de base. Devemos começar capacitando melhor os professores, para então investir nos alunos”.
A tendência, segundo ele, é que cada vez mais as pessoas busquem uma melhor qualificação no mercado de trabalho. “Ainda temos muitas vagas não preenchidas porque há falta de pessoas qualificadas, e os profissionais já começaram a se dar conta disso. Quem não se atualizar vai acabar perdendo grandes oportunidades e fica sem garantia de empregabilidade”, explica. Mesmo para quem não tem recursos financeiros, cursos seqüenciais de curta duração, bolsas concedidas pelas universidades e cursos técnicos são algumas opções baratas e que podem trazer a formação desejada.
“Estou muito confiante, mas prefiro não cantar vitória já. O ano de 2004 será decisivo para o Brasil”, afirma Roberto Dumas, do IBMEC. O professor Marcelo Pessôa concorda: “Eu sou um otimista convicto. Acho que manter esperança é algo natural para o povo brasileiro, e vejo que todos estão muito empenhados para que o Brasil decole definitivamente”.

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