Carreiras | Empregos

Por Rômulo MartinsAtualizada em 09.06.10
Imaginou-se que a internet e os corretores ortográficos fossem suprimir os erros grotescos que aparecem em grande parte dos currículos, mas eles permanecem. Tanto nos currículos on-line – que possuem uma estrutura e formatação próprias – como nos elaborados nos programas de computadores.
Especialistas em carreira e em recursos humanos afirmam que a maioria dos equívocos não é capaz de eliminar os candidatos nesta primeira fase do processo seletivo, porém muitos profissionais deixam de ser localizados ou não são contatados por causa de alguns descuidos e falta de atenção.
Apesar de não ser fator eliminatório decisivo, erros nos currículos podem contar contra na hora de definir de quem será determinado cargo, caso o número oferecido de vagas seja restrito. O Empregos.com.br consultou Jaqueline Silveira Mascarenhas, coordenadora do Ibmec Carreiras, e Ana Cristina Limongi, docente do Programa de Gestão de Pessoas da Fundação Instituto de Administração (FIA). As entrevistas resultaram em um guia que vai ajudar você a preparar um currículo isento das falhas que mais o acometem.
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1. Falta de dados
Parece mentira, mas muitos recrutadores recebem currículos sem o nome do candidato. É um descuido grave, porque você pode deixar de ser contatado por um motivo óbvio. Em alguns casos, quando o candidato tem o perfil desejado e o endereço de e-mail dele é similar ao seu nome, o contato é realizado. Muitos esquecem ainda de informar dados essenciais como telefone e e-mail.
2. Candidatar-se à vaga diferente da formação ou do perfil
Isso acontece nos cadastros realizados nos sites de empregos. O candidato é analista de marketing, mas se inscreve para outras vagas como analista de comunicação ou de recursos humanos. Ele não é encontrado e perde oportunidades por causa desse equívoco.
Observação: Segundo Jaqueline, o candidato pode especificar até três áreas de interesse, desde que elas estejam interligadas. Exemplo: Administrativo-financeira, Administrativo-comercial, Finanças.
3. Currículo incompleto
Grosso modo, também acontece no formato on-line, por descuido, pressa ou falta de atenção. Antes de preencher todas as páginas para finalizar o currículo, o candidato para de lançar seus dados em determinada página deixando-o incompleto.
4. Não informar os projetos universitários e os trabalhos voluntários
Essas informações são válidas principalmente para quem não tem – ou tem pouca – experiência. E pode  m fazer diferença na decisão final quando será determinado quem ficará com a vaga.
Para Ana, estas atividades podem ser listadas no campo “Experiências Profissionais”. Jaqueline recomenda citar os dados no final do currículo, como “Informações Adicionais”. Ela recomenda informar apenas as três principais vivências, de acordo com a vaga oferecida, no campo “Experiências Profissionais”.
5. Currículo muito extenso
O ideal é que o currículo caiba em uma folha de papel sulfite, no máximo em duas. Para evitar excessos, você deve selecionar os itens mais importantes de sua vida profissional. Uma dica é informar apenas os cargos mais relevantes em sua carreira, dessa forma o recrutador vai entender que para chegar onde está atualmente você percorreu um trajeto, que poderá ser detalhado na entrevista.
Outra orientação é citar apenas a formação de nível mais alto, apesar de que, segundo Ana, muitas empresas valorizam o “Histórico Escolar” do candidato. Daí a importância de você conhecer a organização para qual vai enviar o currículo.
6. Erros de português
Tome como base seu corretor automático, mas não confie plenamente nele. Se houver dúvida, consulte uma pessoa para saná-la.
7. Redundância
Cada informação no currículo deve ser única. Se você optou pelo “Resumo das Qualificações” no início do documento não há necessidade de detalhar função e atividades realizadas na empresa no campo “Experiências Profissionais”. Nesse caso, informe apenas o nome da organização e o período que ficou nela. A redundância só se justifica se você tiver experiência em diversas companhias e atuou em atividades diferentes em cada uma delas. Lembre-se: o emprego mais recente vem primeiro e assim sucessivamente.
Da mesma maneira, se preferiu anexar o currículo a uma carta de apresentação não há necessidade do “Resumo das Qualificações” tampouco esmiuçar funções e atividades no item “Experiências Profissionais”.
8. Despersonalização
As consultorias de recursos humanos vêm recebendo currículos de estética similares, como se todos os candidatos tivessem o mesmo estilo. Para Ana, o currículo deve ter os mesmos cuidados de um cartão de visita. O papel deve ser de qualidade; a diagramação deve parecer profissional.
9. Formatação rebuscada ou exagerada
Há candidatos que escolhem o tamanho de letra 20 para destacar o nome dele. Outros utilizam borda na página do currículo. Especialistas recomendam bom senso. Personalizar não significa transformar o currículo em um enfeite. Ele continua sendo um documento que diz muito sobre você.
10. Informar o e-mail corporativo
Esta é uma falha grave. Além de não conseguir a vaga que almeja, o candidato coloca em risco o emprego atual. Informe sempre o endereço de e-mail pessoal.
Dilemas
Devo usar foto no currículo? Sou graduado, detalho meus dados escolares de nível médio? E números de documentos como RG ou CPF, devo informar? A resposta é: depende.
Ana recomenda a utilização da foto em tamanho 3×4 em todos os casos. Jaqueline afirma que o uso só se justifica para profissões específicas, como a de modelo.
Informar a escola, período e cidade onde cursou os ensinos fundamental e médio também provoca controvérsia. Segundo Ana, algumas empresas investigam ou exigem que o candidato informe estes dados. Jaqueline considera desnecessário, caso o candidato tenha formação de nível mais elevado.
Ana orienta ainda informar o número de documentos pessoais como RG e CPF. Segundo ela, algumas companhias exigem essas informações.
A professora, entretanto, diz que é preciso tomar cuidado com o excesso de dados pessoais, referindo-se aos endereços virtuais. De acordo com ela, é importante o candidato informar se participa de alguma rede social. Ele não deve, porém, poluir o currículo com todas as mídias das quais faz parte. “O adequado é informar apenas uma rede, a mais alinhada ao perfil da companhia”, recomenda Ana.
A melhor maneira de sanar outras possíveis dúvidas que possam surgir na elaboração do currículo, afirmam especialistas, é conhecer a empresa para a qual você vai enviá-lo.
 

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