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Por Rômulo Martins
Errar é humano, mas como as falhas podem ser evitadas no trabalho? Segundo consultoras organizacionais, a resposta é simples: o profissional deve ser atencioso, ou seja, concentrar-se na tarefa que está sendo executada. “Quanto maior o  conhecimento sobre o trabalho menor será a possibilidade de erro”, afirma Stefânia Giannoni, consultora de empresas, especialista em treinamento de líderes.
Mas será que uma falta cometida por um profissional de certo departamento em uma organização pode ser considerada, de fato, um erro individual? O que estaria por trás do deslize? Para a consultora Sonia Blota Belotti, autora do livro “Tocando a vida” (Editora Teias), a falha humana pode estar atrelada aos defeitos nos processos ou metodologias aplicadas pela empresa, isto é, aos problemas nos aparatos tecnológicos, aos equívocos nos procedimentos adotados pela instituição ou às falhas na comunicação.
“Se o profissional tem muito claro o caminho que deve seguir, as ações corretas e o seu grau de autonomia, se ocorrer um equívoco será responsabilidade dele. Mas se não lhe forem dadas essas indicações, o erro é do departamento, da empresa ou da política vigente. Não é algo inesperado acionado pela mão do profissional, mas um defeito talvez crônico que merece uma gestão diferenciada ou uma análise aprofundada”, explica Sonia.
Para Stefânia, as principais causas dos erros cometidos no trabalho são falta de conhecimento, comunicação imprecisa, desatenção, desmotivação, problemas de saúde ou outros fatores pessoais. E as consequências da falha podem ser desde uma simples conversa para orientar o profissional até uma demissão. “Vai depender da gravidade do erro”, diz a consultora. Segundo ela, ao descobrir que cometeu um equívoco o profissional deve ser proativo e tentar resolver a situação. Em seguida, deve comunicar o que ocorreu para sua liderança: “Quando o erro é de muita gravidade, a primeira coisa a fazer é informar a chefia.”
“Para não ser o elo fraco de uma corrente ou o bode expiatório de uma situação, todo colaborador deve apresentar um mínimo de confiabilidade: conhecer os problemas previamente, quais soluções já foram usadas para combatê-los e quais as consequências possíveis. Esses passos são imprescindíveis para todos que pretendem falhar pouco e consertar o erro o mais rapidamente possível”, recomenda Sonia.
De acordo com Stefânia, por questão de proteção à empresa, nem todos os erros são informados aos colaboradores. Em contrapartida, ela aconselha ao profissional mencionar a falha cometida por ele em processos seletivos. “Todo profissional em algum momento comete erros, o importante é como ele se procede ao cometê-lo. Ele precisa tentar reparar a situação.”
Sonia, no entanto, acredita que erros já minimizados ou corrigidos não precisam ser “confessados”: “Se existe uma falta de confiança no procedimento do profissional, pouco conhecimento ou falha de caráter, é necessário um trabalho de orientação pessoal ou de carreira para modificar esses comportamentos. Se o selecionador é experiente, perceberá esse problema na entrevista de emprego mesmo que o candidato tente esconder”.

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