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Rodrigo Strasburg Toni é o atual Diretor da Ipsos-Novaction, divisão ad-hoc da Ipsos Latin América, empresa de pesquisa de mercado. Para alcançar esse cargo, Toni contou com a experiência adquirida em grandes empresas como ACNielsen/CPBA e Research International. Formado em Engenharia Agrônoma e Sociologia pela USP, Rodrigo Toni aperfeiçoou suas técnicas de pesquisa na Universidade de Michigan, Estados Unidos, e revelou para o Empregos.com.br como é o dia-a-dia no setor de pesquisas de mercado.
Empregos.com.br – Como é o seu trabalho na Ipsos?
Rodrigo Toni
– Bem, eu participo da equipe de direção da Ipsos e sou responsável por todos os gerentes de atendimento de contas. Além disso, eu também faço parte de um Comitê que dá o direcionamento estratégico da empresa.
Empregos.com.br – Como foi sua trajetória até chegar à Ipsos? Rodrigo Toni– Eu sempre trabalhei em empresas que fazem pesquisas de mercado. Fiquei durante um ano e meio na Teorema, inicialmente como trainee e depois como analista, dois anos na Final Pesquisas, também como analista, outros três anos na ACNielsen/CPBA exercendo a função de gerente de atendimento. Em seguida, foram cinco anos na Research Internacional como diretor de atendimento e planejamento e, há cinco meses, entrei na Ipsos – Novaction como diretor.
Empregos.com.br – Quais as maiores dificuldades que você encontrou no decorrer de sua carreira?
Rodrigo Toni
– A grande dificuldade é aprender enquanto se realiza o trabalho, é juntar conhecimentos, já que ainda não existem faculdades que preparem para a função de pesquisador. É preciso aprender Estatística e Marketing juntamente com o trabalho prático. Acredito que esse seja o maior obstáculo: mostrar esse conhecimento “quase” acadêmico com visão comercial e mercadológica forte.
Empregos.com.br – Se não há graduação para pesquisadores, que tipo de formação o profissional deve ter?
Rodrigo Toni
– No Brasil, não há uma formação específica para essa profissão. Já nos Estados Unidos há um mestrado para quem deseja se especializar na área de pesquisa de mercado. Esse profissional vem das áreas de Administração, Publicidade e Propaganda, Ciências Sociais, Psicologia ou Sociologia. Muitas vezes, os interessados em ingressar nessa área acabam se formando na prática do dia-a-dia. As faculdades de Psicologia e de Ciências Sociais fornecem ao futuro pesquisador um bom embasamento teórico e científico. Para ir além, eu aconselho um MBA em Marketing ou um mestrado nos Estados Unidos.
Empregos.com.br – Qual o perfil de um pesquisador de mercado? Rodrigo Toni – Um pesquisador de mercado deve possuir mente analítica, curiosidade investigativa e disponibilidade para trabalhar muitas horas por dia. Mas também é preciso gostar muito da profissão. Empregos.com.br – Como está o mercado de trabalho para o pesquisador de mercado? Rodrigo Toni – Está carente e sedento por profissionais. Atualmente é difícil encontrar um profissional com uma boa formação acadêmica, bons conhecimentos de Marketing, que tenha postura, profissionalismo e que domine outros idiomas.
Empregos.com.br – Que tipo de estratégias você acha que um pesquisador deve usar para se manter no mercado e alcançar bons cargos dentro de uma empresa?
Rodrigo Toni
– Não há uma estratégica para isso. O que é necessário, não só nessa profissão, mas em todas, é realizar sempre um bom trabalho. Um projeto de pesquisa mal feito pode destruir uma carreira. A boa ou má qualidade dos nossos serviços é transmitida “boca-a-boca” e, quando nos dedicamos, ganhamos credibilidade no mercado. Por isso, acredito que o empenho em cada projeto é essencial.
Empregos.com.br – Há pesquisadores trabalhando de forma autônoma no mercado?
Rodrigo Toni
– Sim, mas é bom começar a carreira vinculado à uma empresa para adquirir um bom treinamento e muita experiência. Os profissionais autônomos bem-sucedidos estão realizando pesquisas qualitativas.
Empregos.com.br – Falando nisso, existem pesquisas qualitativas e quantitativas, não é? Qual a diferença entre elas?
Rodrigo Toni –
Esses tipos de pesquisas são chamados de ad-hoc, ou seja, são realizadas sob medida, de acordo com a situação. Na pesquisa qualitativa, é analisado um pequeno grupo de pessoas (amostra) que, através de discussões e dinâmicas em grupo, demonstram as tendências e as percepções do mercado. Na quantitativa trabalhamos com número e com ferramentas estatísticas (tabelas, gráficos). Nesse caso, as amostras são grandes e utilizamos formulários de perguntas objetivas.
Empregos.com.br – O que o futuro reserva para essa profissão? Rodrigo Toni – A área de pesquisa vem crescendo bastante. Quem optar por essa profissão perceberá que o mercado está em busca de profissionais cada vez mais qualificados, com conhecimentos multidisciplinares, cosmopolitas e bem atualizados.

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