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Quem está buscando uma oportunidade no mercado de trabalho sabe como é difícil controlar a ansiedade e as dúvidas que surgem durante uma seleção. A gente nem sempre sabe como se portar diante do recrutador e reagir às perguntas que nos são feitas. Por isso, consultamos Reinaldo Polito, um expert em oratória que já publicou mais de 19 livros a respeito, além de ser um dos maiores palestrantes do País. Confira as dicas que ele nos deu de como um jovem deve se comportar durante uma entrevista de emprego.
O que o jovem pode fazer para deixar uma boa impressão durante uma entrevista de emprego?
Começando pelo comportamento: chegar um pouco antes do horário. Estar vestido de forma adequada. Sentar de maneira correta, sem se debruçar sobre o braço da cadeira ou sobre a mesa, nem se estirar com as pernas esticadas para frente. Tomar esses cuidados pode não dar o emprego, mas, com certeza, evita que o jovem seja reprovado antes de mostrar seu conhecimento ou seu potencial.
Impressiona muito bem não cometer erros gramaticais, usar um bom vocabulário, sem gírias ou palavrões, concluir sempre o que estiver dizendo, ouvir com atenção, sem interromper o entrevistador. Passa uma boa imagem aquele que fala com volume de voz apropriado, não muito alto, nem muito baixo.
Alternar o volume da voz e a velocidade da fala também é positivo porque proporciona um ritmo agradável à conversa. Sem ser artificial, nem exagerar é importante também pronunciar bem as palavras. Quem fala para dentro ou come as sílabas das palavras pode passar imagem negativa, de uma pessoa frágil, sem personalidade. Consegue se sair bem o candidato que não gesticula demais, nem fica com os braços amarrados, como se quisesse se defender. A fisionomia é outro aspecto da expressão corporal que tem muita influência na avaliação. Quem fala com semblante arejado, expressivo, sem fugir com os olhos, mas também sem encarar demais tem mais chance de conquistar a simpatia.
Pessoas bem-humoradas e com presença de espírito são vistas como inteligentes, afáveis e participativas. O problema é o risco de passar do limite. Quem faz brincadeiras pode escorregar e cair na vulgaridade. Ninguém gosta de palhacinhos ou bobos da corte. Por isso, o equilíbrio é a melhor medida. Ser espirituoso, mas sem exagero. Mostrar interesse e vontade de trabalhar conta pontos a favor do candidato.
Quais atitudes um jovem deve evitar em uma entrevista de emprego?
Ficar calado é ruim. Falar demais pode ser ainda pior. Interromper o avaliador, não permitindo que ele conclua as perguntas ou o raciocínio pode ser visto como excesso de ansiedade, desequilíbrio emocional e até como falta de trato social.
Pega mal criticar empresas onde tenha trabalhado, escolas onde estuda ou tenha estudado, clubes que frequenta. Enfim, se falar mal das pessoas ou reclamar são atitudes condenáveis, durante a entrevista de emprego esses comentários devem ficar ainda mais distantes da conversa. Há um fator que deve ser considerado sempre depois de o candidato conseguir o emprego – as pessoas, normalmente, são contratadas pelo conhecimento, experiência, ou potencial, mas demitidas pelo comportamento.
Quais tipos de respostas são consideradas clichês pelos recrutadores?
Falar de qualidades muito genéricas como o gosto de trabalhar em equipe, facilidade para liderar pessoas, disposição em ajudar colegas em suas tarefas são informações que já não impressionam muito. A não ser que o entrevistador faça perguntas específicas sobre essas competências. No lugar dessas informações é mais produtivo falar das tarefas que realizou, dos resultados que conquistou, sempre que possível com dados que comprovem as afirmações. Não será difícil para o entrevistador verificar se o candidato está ou não mentindo quando diz que possui razoável conhecimento de uma ou mais línguas. Ser apanhado numa mentira como essa pode representar a reprovação do entrevistado.
O que um jovem pode relatar como diferencial se não tiver experiência anterior na área?
O jovem deve ter noção do seu potencial, do que pode realizar. Se não tem experiência, mas tem facilidade com cálculos, com redação, com algum tipo de planejamento poderá despertar o interesse da empresa. Esse é um ponto que deve estar muito claro – se o jovem não tem experiência, a empresa só poderá avaliar o seu potencial de desenvolvimento.
*Reinaldo Polito é Mestre em Ciências da Comunicação, palestrante, professor de oratória e escritor. Publicou 19 livros que venderam mais de um milhão de exemplares. Seu site é: www.polito.com.br

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