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por Camila Micheletti
Formado em Comunicação Social pela UniFMU/Fiam/SP, Doutor em Ciência da Informação pela Universidade de Paris (Sorbonne) e pós-graduado em Gestão Empresarial e Especialização em Marketing pela Faculdade Trevisan, Alexandre Garret respira Recursos Humanos 24 horas por dia. Jornalista especializado em Economia, com passagem pelos jornais Gazeta Mercantil, Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e Jornal da Tarde, hoje atua como editor e publisher da revista Gestão Plus/RH em Síntese, publicação especializada em gestão de negócios e pessoas e que organiza o Fórum Líder RH, evento anual de tendências em Recursos Humanos.
Garret, em parceria com Fernando Luís Dias, que é economista pela PUC/SP com especialização em Gestão de RH pela FAAP e em Gestão Estratégica de Projetos pela UFSC, lançou esta semana o livro Grandes Idéias, Líderes Especiais, Empresas Vitoriosas, pela Editora Gente.
O livro fala sobre um assunto que tira o sono dos empresários e executivos de muitas organizações: a liderança corporativa, um dos maiores desafios atuais das empresas. Como conseguir que as pessoas de uma organização acreditem e aceitem uma liderança, inspirem-se em boas idéias, compartilhem uma visão e comprometam-se com os objetivos propostos? Algumas respostas para essas questões são respondidas pelos autores neste livro, que apresenta práticas de gestão utilizadas por grandes líderes em empresas como o Grupo Accor, Pão de Açúcar, Johnson & Johnson, Avon, Carrefour, Volvo, Telefônica, Nestlê, Basf, Sabesp, Citibank, entre outras.
O livro não apresenta fórmulas, muito menos oferece receitas, já que, em se tratando de liderança, não se sabe se ela deve ser ideal ou eficaz. Além de ajudar na identificação das práticas de várias organizações e na troca de experiências entre seus líderes, o objetivo do livro é facilitar a atuação do líder e discutir métodos de liderança. “Como na liderança não existe fórmula pronta e cada organização é um universo próprio, a referência das teorias e práticas apresentadas no livro é muito útil, porque podemos analisar o contexto em que foram criadas e propor alternativas”, completa Garrett.
Ao longo do livro, são apresentados exemplos de estilos gerenciais e exercícios de liderança, como o conceito dos seis “C’s” – consistência, convergência, comunicação, constância, coerência e conhecimento – aliados ao reconhecimento, recompensas, união do time e qualidade de vida. Garrett diz que esse é o maior desafio dos presidentes, diretores, gerentes e supervisores: “Eles precisam conhecer as ferramentas que os aproximem de suas equipes de trabalho e saber aplicá-las”, diz.
Confira abaixo os melhores momentos da entrevista, que Alexandre Garret concedeu em primeira mão ao Empregos.com.br:
Empregos.com.br – Como surgiu a idéia de fazer um livro que reunisse as melhores práticas de RH das empresas? O que a obra traz de novidade em relação ao que já foi dito?
Alexandre Garrett – A idéia do livro surgiu a partir do evento Fórum Líder RH 2002. Realizamos em parceria com a USP uma grande e extensa pesquisa, com 63 empresas e que mostrava as melhores práticas de gestão de pessoas em pelo menos 45 delas. Era um material muito rico e eu e o Fernando, que é o coordenador da pesquisa, resolvemos transformá-lo em um livro. Ele funciona como um guia prático, a nossa intenção foi mostrar em que contexto a gestão de pessoas pode influenciar a organização como um todo. O livro não é voltado apenas para o RH, mas para qualquer profissional que queira saber qual o cenário atual de gestão de pessoas no Brasil.
Empregos.com.br – O livro foi lançado em um momento de guerra e incertezas quanto ao futuro político e econômico do país e do mundo. Como as organizações devem se posicionar neste novo e instável cenário?
Alexandre Garrett – Cada vez mais, as organizações sentema necessidade de ter um foco, metas e valores que sejam do conhecimento de todos. Desta forma elas ficam mais fortes e preparadas para superar a crise. Também é fundamental ter boas lideranças, porque é papel do líder se antecipar e definir os rumos da organização, principalmente em tempos difíceis.
Empregos.com.br – O RH deve ser responsável pela formação e captação de novos líderes?
Alexandre Garrett – O RH precisa da maior energia possível para poder achar as pessoas que têm essa liderança, que motivam os outros colaboradores, levam os projetos adiante e realmente fazem a diferença nas organizações. Mas isso não é só tarefa do Departamento de RH, o gestor de cada área também deve ser responsável por esse processo.
Empregos.com.br – O fato da empresa ter ou não boas lideranças pode afetar o seu sucesso e desempenho?
Alexandre Garrett – Sim, com certeza. Isso foi demonstrado em uma pesquisa recente feita pela Revista Fortune, com as 500 maiores empresas da última década. Todas aquelas que não renovaram suas lideranças não conseguiram sobreviver, ao contrário das que mantinham os líderes sempre motivados e na ativa.
Empregos.com.br – Hoje fala-se muito na importância do planejamento estratégico para o sucesso da empresa. Qual é o papel do RH nesse processo?
Alexandre Garrett – O RH vai ser a base da estruturação da estratégia e elaboração do plano, já que é a partir dele que vão nascer os projetos do dia-a-dia. Ele deve auxiliar para que as estratégias tenham o sucesso esperado, através da contratação e retenção dos talentos, definição das competências necessárias e inclusive o benchmark com os concorrentes.
Empregos.com.br – Quais são os principais desafios do RH atual, na sua opinião?
Alexandre Garrett – Nossa, são tantos. Podemos enlecar os principais, que são motivar pessoas e transferir missão e valores para o time – diferente do modelo antigo, a ordem agora é trabalhar em equipe. Antigamente, falava-se que o profissional era bom ou não para determinada empresa. Hoje, o profissional tem que ser bom para o mercado, e ter capacidade para atuar em qualquer modelo de empresa. É a chamada multifuncionalidade, o profissional tem que ser competitivo com a empresa, e para isso deve investir em seu autoconhecimento. A organização ajuda com os treinamentos, mas o indivíduo tem que estar consciente de que deve gerenciar sua própria carreira.

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