por Camila Micheletti
“O que move o empreendedor é a motivação, a necessidade de fazer algo que ninguém fez ainda”. A afirmação é de Marília Rocca, fundadora e diretora-geral do Instituto Empreendedor Endeavor, que falou sobre o tema na segunda edição da Career Fair, feira de carreiras e desenvolvimento profissional organizada pela Revista Você S/A.
A executiva afirmou que, além de ser um vendedor nato, o empreendedor deve ser muito, mas muito convincente naquilo que diz e saber identificar pessoas geniais, e fazê-las trabalhar por menos. Mas quais os motivos que levam alguém a largar uma carreira estável de profissional assalariado para se tornar o gestor do seu próprio negócio?
- Possibilidade de controlar o seu próprio destino
- Desejo de criar. Marília conta que normalmente os empreendedores são “ovelhas negras por natureza, pessoas que não se adaptam às regras do mercado”
- Retorno financeiro a longo prazo
- Disponibilidade de fazer um pouco de tudo, o que requer muita humildade – você terá que traalhar como boy e presidente ao mesmo tempo
- Apoio irrestrito da família
Para Marília, não existe um negócio perfeito. “O que existe é um bom negócio para você, que vai depender do que você quer – de quantas horas quer trabalhar por dia e o nível de renda que quer ter. O ideal é ter suas aspirações pessoais como guia, para assim fazer o que você gosta realmente”, analisa.
E começar a empreender não é tão difícil assim: você pode começar hoje mesmo, sem precisar abrir um negócio próprio. Como? Assumindo riscos e responsabilidades na empresa que você trabalha. A atitude requer autoconhecimento e amadurecimento pessoal, características consideradas essenciais em um empreendedor de sucesso. “Você precisa avaliar as suas possibilidades e identificar quais as suas fraquezas, talentos e ainda quanto você tem de capital para investir”. Mas ter maturidade suficiente para levar o projeto adiante, mesmo quando as dificuldades começarem a surgir, não significa passar anos esperando o grande momento, ou então a grande idéia chegar. Marília afirma que empreendedores que são grandes empresários hoje chegaram na Endeavor com a idéia, que foi amadurecendo e se estruturando aos poucos.
Para os jovens universitários, Marília reconhece que há um certo peso por parte dos pais e da sociedade, no sentido de forçá-los a de repente terem uma idéia brilhante e se tornarem empreendedores. “Os jovens não precisam ser empreendedores se eles não quiserem”, sentencia.
Para quem está indeciso quanto que carreira seguir, ela afirma que, antes de mais nada, é preciso coscientizar-se de que o mercado de trabalho mudou muito nos últimos anos. “Hoje ter um curso superior não garante mais nada. Você precisa se equipar de outra maneira. Acredito que o mais importante atualmente seja ter uma bagagem emocional, ter um suporte para trabalhar com decisões, assumir riscos e liderar pessoas. Não adianta mais apenas sentar a bunda na cadeira e estudar. Se pudesse dar um único conselho a um recém-formado, eu diria: Prepare-se para a vida, e não para a profissão que você escolheu”, conclui.
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