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por Izabel Failde

No mês de dezembro de 2001, participei de uma seleção em Porto Alegre, concorrendo a vaga de Gerente de Unidade. No dia e hora combinados estava lá para a entrevista. Com meia hora de atraso fomos informados (10 pessoas receberam o mesmo convite) de que teríamos que nos submeter a um teste e deveríamos estar disponível pelo tempo que fosse necessário. Gostaria de saber o seguinte:
1-No caso de não ser informado sobre o que teria que fazer, poderia antes
1-No caso de não ser informado sobre o que teria que fazer, poderia antes
esclarecer com os responsáveis pela seleção sobre o processo?
2-Para que serve a dinâmica que determina que em 10 minutos todos os
participantes devem recortar figuras de revistas, colar numa folha em branco e explicar através desta colagem o que esperam da função que deverão desempenhar?
3-Será que fui prejudicado por perguntar qual era o salário, pois até o final do teste eu não sabia?
4-Eu posso pedir o resultado do teste ao qual fui submetido sem saber?
5-Será que fui prejudicado por pedir licença para sair pois como eu não sabia que seria mais que uma entrevista, marquei para a tarde outro compromisso?
Paulo Lomando
Resposta

Caro Paulo,
Ainda são muitas as dúvidas de todos sobre como proceder em um processo seletivo. Quando digo todos, digo TODOS MESMO, até as empresas.
Tenho oportunidade de estar com inúmeros profissionais de Recursos Humanos, também da área de Seleção, e há muitos questionamentos sobre os procedimentos éticos a tomar, os direitos dos candidatos, os direitos e deveres da empresa, etc.
As respostas que lhe darei referem-se a um padrão ético e “ideal”  de procedimento. Assim como dos juízes, loucos e médicos, das cabeças dos selecionadores e dos candidatos nunca se sabe o que pode vir…
Sua primeira pergunta “no caso de não ser informado sobre o que teria que fazer, poderia antes esclarecer com os responsáveis pela seleção sobre o processo?”, eu digo que pode e deve. O processo seletivo deve ser uma análise de “mão dupla”. Assim como a empresa terá de verificar se você é o candidato ideal, o mesmo deve ocorrer com você. “Será que quero trabalhar nesta empresa? É o melhor para mim? O que me oferece? Apreciei o contato, fui tratado com ética e respeito?” São apenas algumas perguntas que você deve se fazer.
Faz parte dos direitos do candidato saber como se dará o processo seletivo. Nenhuma empresa deveria se ofender se o candidato perguntasse, por exemplo, “o que farei neste encontro?”. Evidentemente, as estratégias não podem nem devem ser reveladas.
As empresas não fornecem informações que podem vir a prejudicar sua performance nas etapas futuras do processo seletivo. Mas deve orientar os candidatos sobre o que os espera e quanto tempo terão de estar disponíveis para a empresa. Feito isso, o candidato escolhe se quer continuar no processo ou não.
“Para que serve a dinâmica que determina que em 10 minutos todos os participantes devem recortar figuras de revistas, colar numa folha em branco e explicar através desta colagem o que esperam da função que deverão desmpenhar?”. Paulo, não tenho como saber exatamente os objetivos da empresa em aplicar esta dinâmica porque podem haver dados específicos que a empresa necessita observar. No geral, esta dinâmica mostra ao selecionador determinadas características dos candidatos como fluência verbal, vocabulário, domínio da língua (quando expõe-se verbalmente), expectativas sobre o cargo/empresa (o conteúdo do que fala), respeito a limites, regras e normas (uso das figuras e outros materiais em determinado tempo) e criatividade (como compõe seu trabalho).
“Será que fui prejudicado por perguntar qual era o salário, pois até o final do teste eu não sabia?” Estranho, principalmente em um cargo gerencial, você não ter sido informado anteriormente sobre o salário. E se você não aceitasse concorrer  à vaga justamente por estar em desacordo com ele? Pergunte, sim, sobre o salário. É seu direito. Apenas observe “como” e “quando” perguntar.
Quanto à sua quarta pergunta, todos têm o direito de saber como foi sua “performance” no processo seletivo. Caso queira, pergunte e marque um horário com a empresa, que lhe dará o “feedback”.
“Será que fui prejudicado por pedir licença para sair pois como eu não sabia que seria mais que uma entrevista, marquei para a tarde outro compromisso?” Paulo, creio que você foi prejudicado sim, nem tanto por pedir licença e sair, mas por não ter passado por todas as etapas do processo seletivo.
Como você não havia sido informado sobre a duração daquela etapa, nada contra ter marcado outro compromisso. Neste caso alguns procedimento poderiam ter sido tomados:
a) procurar desmarcar seu compromisso da tarde;
b) negociar com o selecionador um outro dia para fazer todo o processo;
c) negociar com o selecionador outro dia para a etapa da tarde do processo;
d) negociar com o selecionador outra forma de continuar o processo seletivo;
d) decidir não participar de nada.
Esteja sempre atento às informações que recebe e não receie perguntar o que não sabe. Se a empresa não puder lhe fornecer certos dados, ela lhe dirá.
Sucesso e paz profunda a você.
Dra. Izabel Failde

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