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Thiago Foresti – Empregos.com.br
 
Há um tempo participei de uma dinâmica de grupo. No fundo eu gosto de dinâmicas. Todo mundo diz que são péssimas, que são um vexame coletivo, mas sei lá, eu acho que geralmente me dou bem nelas. A vaga era para estagiário numa companhia de cosméticos, uma dessas gigantes. Cheguei na hora, cumprimentei os colegas que estavam sentados e então, na hora marcada, entrou a selecionadora.
Na verdade eram duas. A primeira chamava-se Rosangela, era ela que falava e dava as instruções. A outra, Sinara, apenas ficava quieta e anotava tudo. Foi aquela dinâmica tradicional, todo mundo em roda, meio tenso, olhando um pra cara do outro. Rosangela começou com uma rodada de apresentação. Esse momento é crucial, você já vê quem são seus principais concorrentes e aqueles que não têm a menor chance justamente nessa hora. Deu pra ver que era uma turma bem capacitada e preparada. Todos falavam bem e se impunham. Menos o tal de Rodolfo.
Com o andar da entrevista deu pra ver que nem Rodolfo tinha ideia do que estava fazendo ali. O carinha já se mostrava desleixado na aparência. Enquanto todos estavam de roupas sociais, sapatos, e cabelo arrumado, Rodolfo vestia camiseta e tênis.
Ele falava bem, tinha cultura e conhecimento, mas acho que o lance da roupa desmotivou um pouco o garoto. Logo que chegou ele deve ter visto a besteira que fez ao não ouvir sua mãe na hora de se vestir. Ai ele desmotivou. Não só desmotivou como resolveu avacalhar a dinâmica. Fazia piadinhas, perguntava coisas fora de contexto e ridicularizou a vaga o quanto pôde. “O que, com esse salário prefiro ficar em casa”, chegou a dizer.
Hoje, algum tempo depois daquela fatídica dinâmica, encontrei Rodolfo de novo, em outra empresa. Ele estava bem vestido, com sapatos de couro e camisa social. Mas mesmo assim ele acabou ficando desmotivado logo no começo da entrevista. O motivo? A entrevistadora: Rosangela e Sinara.
Nesse mundo coorporativo é fácil esquecer alguém que por ventura tenha escolhido mal a roupa para o dia da entrevista, o que é difícil esquecer é um sujeito desaforado. Rodolfo tinha tudo para passar, mas acabou rodando mais uma vez por conta de sua postura inadequada do passado. Pois é… No fim das contas esse mundo é pequeno demais. É bom tomar cuidado com suas atitudes, pois elas podem repercutir no futuro.

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