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Segundo a empresa especializada em recrutamento Robert Half, 60% dos executivos consideram a fofoca a principal razão do estresse no ambiente de trabalho.
A prática reduz a produtividade de toda a equipe, já que o relacionamento interpessoal é o primeiro a ser afetado.
Com medo de se tornar a próxima vítima do fofoqueiro, os profissionais amortecem a comunicação.

Quando a fofoca impera com maior intensidade e frequência é sinal de que a comunicação da empresa não está fluindo nada bem – Vera Martins, diretora da Assertiva.

 
PRINCIPAIS CAUSAS
Existem alguns fatores que contribuem para que a fofoca tome grandes proporções no ambiente de trabalho. Eles são:
Box interno - fofoca no trabalho
 
TOME CUIDADO COM O QUE VOCÊ DIZ
Não é só o alvo do murmurinho que sofre com a situação. Além de perder a credibilidade com seus colegas e superiores, o fofoqueiro deixa o foco no trabalho de lado para polemizar o que acontece ao seu redor, prejudicando seus resultados.
Além disso, uma pesquisa realizada pela consultora Waleska Farias revelou que 80% das demissões são causadas por problemas cotidianos, como a fofoca.
Para não correr o risco de ser taxado como o fofoqueiro do trabalho, nem de ser suspendido ou demitido, evite passar adiante informações não comprovadas.
 
TOME CUIDADO COM O QUE VOCÊ OUVE
Se a fofoca existe, é porque há alguém para escutá-la. O jeito mais eficaz de cortar esse mal pela raiz é, simplesmente, não dar ouvidos ao fofoqueiro.
Se tem receio de criar inimizades ao dizer que não quer saber daquela informação, ouça-a, mas não acrescente nada, ou diga o quanto aquele conteúdo deve ser averiguado antes de chegarem a uma conclusão sobre o assunto.
Se tem algum problema ou viu uma discussão acontecer, resolva diretamente com os envolvidos, sem sair falando sobre o episódio com os colegas.
 
SE VOCÊ FOR O ALVO DA FOFOCA
Nesse caso, o ideal é assumir uma postura madura e construtiva.

Primeiro o profissional deve avaliar o impacto da fofoca e concluir se vale a pena ou não confrontar o fofoqueiro. Se a sua imagem estiver sendo prejudicada, aja e faça um confronto de forma firme e incisiva – Vera Martins, diretora da Assertiva.

 
A FOFOCA SOBRE A EMPRESA
Qualquer informação mal explicada é alvo de fofoca e isso não exclui os executivos. Ações como a transferência de sede, a troca de presidente, demissões e mudanças na política de benefícios são os principais temas sujeitos à especulação nos corredores da empresa.
Quando a organização não tem uma boa comunicação com seus funcionários, eles passam a procurar o que está acontecendo por meios próprios, gerando assim vários desentendimentos. Esses rumores são chamados de rádio-peão. O risco, nesse caso, é a organização acabar fazendo o papel de vilã.
Segundo Paulo Nassar, presidente da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje), a fofoca rádio-peão é comum em organizações ditadoras, que apenas ordenam e repassam informações, sem nenhuma preocupação em saber se elas estão sendo entendidas ou aceitas pelas pessoas, seguindo a máximo do “manda quem pode, obedece quem tem juízo”.

O tempo inteiro, a empresa e seus líderes parecem afirmar, pela comunicação oficial, que o público interno não tem nenhuma importância, então essa comunicação informal é a vingança dos empregados que não têm as suas opiniões valorizadas – Vera Martins, diretora da Assertiva.

 
AÇÕES DE COMBATE
É importante que a empresa tenha consciência de que as informações precisam ser passadas de forma clara e honesta para criar um bom relacionamento com o funcionário. Esse é o objetivo da comunicação interna, que pode ser feita através de jornais internos ou e-mail. Neles são tratados assuntos da organização e envolvem desde os cargos executivos até os operacionais.
O gerente executivo de assuntos corporativos Francisco Carlos Garcia garante que a estratégia funciona. Basta esclarecer as notícias através dos meios de comunicação interna antes mesmo de elas chegarem aos ouvidos dos funcionários.

Qualquer modo de informar é válido, mural, boletim, faixa, alto-falante, qualquer coisa. O importante é a empresa ter consciência de que a informação precisa ser passada, que veículo utilizar é apenas uma consequência – Francisco Carlos Garcia gerente executivo de assuntos corporativos.

Para disseminar a informação com segurança, é preciso apostar em uma figura de alta credibilidade da empresa, como o presidente, por exemplo.
De acordo com Gaudêncio Torquato, jornalista e consultor em comunicação, as empresas devem começar a se preocupar mais em considerara a contratação de líderes informais na empresa.

Essas lideranças informais têm um poder de fogo maior do que as formais. É preciso que elas sejam consideradas principalmente na articulação de uma rede de comunicação interna. Ao trabalhar apenas com as chefias organizadas, sem considerar a rede informal da organização, você está fadado ao insucesso – Gaudêncio Torquato, jornalista e consultor em comunicação.

 
CASOS REAIS
A desinformação é ainda mais perigosa em época de crise, seja ela interna ou externa.
Em 2001, quando houve um incêndio no Centro de Distribuição da Nestlé, em São Bernardo do Campo, além de comunicar todos os funcionários e a imprensa, a empresa também disponibilizou uma linha telefônica para que os familiares pudessem obter informações dos funcionários.
Já em 2012, a American Express previu a repercussão entre os funcionários sobre a aquisição de 50% do capital restante do Banco Inter American Express. Não tardariam a surgir perguntas como “por que a empresa comprou o banco?” e “o que isto reflete no meu trabalho?”.
Mas, devido a uma experiência semelhante em 1998, a administradora de cartões de crédito já sabia o que fazer para evitar a avalanche de informações extraoficiais. Na ocasião, a empresa passou por outra situação delicada com a transferência do Centro de Operações para Uberlândia (MG).
A solução encontrada para evitar a insegurança e a fofoca foi a comunicação ostensiva:

Todos os 600 funcionários envolvidos nesta transferência foram informados, tanto os que receberiam oferta de transferência quando os que estariam no plano de desligamento – Salvador Evangelista, vice-presidente de RH.

O resultado foi tão satisfatório que até mesmo os funcionários que foram desligados deram um feedback positivo, agradecendo a maneira respeitosa com que foram tratados. A empresa aprendeu que, em caso de crise, quando mais rápido a informação circular, menos tempo terá a comunicação informal para se manifestar.
 
E você? Já sofreu com a fofoca no ambiente de trabalho? Como a sua empresa lida com a comunicação para evitar problemas de relacionamento?

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