Carreiras | Empregos

Por Márcia Abos
“Você é insuportável?”, pergunta a professora Bruna Gasgon aos alunos que entram na sala de aula. Perplexos, eles acabam assumindo que são, pelo menos em algumas circunstâncias, pessoas difíceis de conviver. As boas vindas fazem parte do curso: “Como conviver com pessoas que você não suporta”. Nele, aprende-se a identificar quem são os dez tipos mais insuportáveis no trabalho – e como tornar o convívio com eles mais sadio.
A “professora” tem formação de atriz – e atua na profissão. Quando não está no palco, Bruna é bastante requisitada por empresas para dar palestras – especialmente uma sobre os tipos insuportáveis no ambiente de trabalho.
Veja quais são eles e em qual categoria se enquadram os “seus” insuportáveis:
O Brucutu –  é bruto, briguento, explosivo e feroz. Top de linha em matéria de atitude agressiva. Quando ocupa um cargo de chefia, torna o ambiente de trabalho insuportável, pois faz da brutalidade um tratamento usual e por ter poder sobre seus funcionários, dificilmente alguém terá coragem de enfrentá-lo. Ao lidar com este tipo, controle seus impulsos, não se torne um brucutu também. Espere passar o acesso de raiva e com uma atitude firme, mas sem agressividade, imponha respeito. Mostre que não irá aceitar este tipo de tratamento. Durante o ataque, pesquisas mostram que o melhor é não mudar de posição. Por razões não identificadas, a intensidade da raiva pode aumentar se o atacado se movimenta. Em um acesso de fúria, o brucutu é como um brinquedo de corda: uma hora a corda acaba e ele pára. Tenha cuidado para não rir da cara do nervosinho, ele pode ficar ainda mais agressivo. Espere até a corda acabar.
O Kid Tocaia – este é o tipo mais nocivo e perigoso no ambiente de trabalho. Com ironia e comentários maldosos dá alfinetadas em seus objetos de inveja. Outra estratégia usada por ele é a fofoca e a maledicência. Assim espalha seu rancor aos quatro ventos. Normalmente são pessoas recalcadas, frustradas e invejosas, que foram preteridas em uma promoção ou têm um chefe mais jovem ou recém-chegado à empresa. Ao se deparar com este tipo venenoso, não demonstre ficar abalado por suas piadinhas ou comentários maldosos. Se ele perceber que não consegue atingi-lo, a ironia acaba. Faça um esforço e tente virar o jogo, responda as brincadeiras com bom humor e, se possível, retribua a piada.
O Sabe Tudo –  é muito competente, culto e inteligente. Porém, por insegurança, precisa se afirmar o tempo todo. Acaba sendo autoritário. Não tolera ser contrariado ou corrigido, e quando é desafiado põe em cheque o conhecimento de quem o ameaça. Não gosta de ouvir, mas em compensação fala muito. Não caia na tentação de competir e agir como um “Sabe Tudo” também. Seja paciente e flexível e evite se ofender. O melhor a fazer é adotá-lo como guru. Peça sua ajuda e colaboração em alguma tarefa e você terá nele um aliado e poderá aprender bastante.
O Pensa que Sabe – ao contrário do “Sabe Tudo”, este não sabe nada, mas mente e finge para ser reconhecido e aceito pelos colegas. É conhecido também como leitor de orelha de livro: não leu o livro inteiro, mas é capaz de assinar uma análise profunda sobre a obra. Normalmente, tem baixa auto-estima e teve uma infância infeliz. Pode chegar a viver em uma realidade paralela e confundir o que foi inventado do que é verdadeiro. Tenha compaixão de um colega assim. Tudo o que ele quer é sentir-se querido. Não o desafie, pois assim ele poderá mergulhar ainda mais na mentira. Para ele, a vida não é fácil porque nunca pode ser 100% verdadeiro.
O Rambo –  é o primo mais “calmo” do “Brucutu”. Explode sem razão aparente com estranhos ou amigos que ficam sem entender o porquê do ataque. As razões podem ser bobagens ou acontecimentos de anos atrás. Ao contrário do primo nervoso, se arrepende e pede desculpas. Contenha-se e não revide o ataque, imagine-o como uma criança fazendo pirraça. Se possível, saia de fininho e evite o confronto. Não o acuse, ele já irá sentir remorso e sofrer por ter perdido a cabeça.
O Quebra-Galho – nunca diz não. Tenta ser sempre agradável e gentil, promete tudo sem avaliar se poderá cumprir. Pensando nos outros, acaba sobrecarregado e esquece de si mesmo. Vive em função dos desejos alheios. Na verdade, é um tipo “do bem” que acaba magoado e frustrado, pois não consegue o reconhecimento e o afeto que procura. Se ele não conseguir cumprir tudo com o que se compromete, não o culpe nem exija satisfação, ele vai morrer de vergonha. Ao invés disso, ajude-o a se organizar e seja paciente; com o tempo ele irá se revelar um excelente colega de trabalho e amigo. Você poderá contar com ele para o que der e vier.
O Enigma – quando ameaçado ou zangado, se fecha completamente. Não há quem o faça falar sobre o quê o aborrece. Para ele, o silêncio é uma espécie de ofensa e quanto mais seus colegas perguntam e demonstram preocupação a seu respeito, mais ele vai gostar. Pode explodir em algum momento e descontar sua raiva contida em objetos, quebrando e chutando o que estiver por perto. Não adianta pressionar, o “Enigma” não vai se abrir. O melhor mesmo é fingir que não percebeu a cara feia e agir com naturalidade. Dá até para levar na brincadeira e tentar quebrar o gelo. Se tiver intimidade com a pessoa, faça perguntas objetivas e diretas do tipo: o quê?; quem?; onde?; como?; por que?
O Roda Presa – não consegue tomar uma decisão pois só enxerga o lado ruim das situações. Por isso, espera até que a solução menos pior se imponha. Tem muito medo de fazer uma escolha e aceitar as conseqüências. Pode emperrar o trabalho de uma equipe inteira, pois até ele agir será tarde demais. Evite se irritar, não adianta nada. Não o pressione. Sob pressão ele parece um carro atolado, quanto mais acelerar mais ele afunda na lama. Aproxime-se e tente ajudá-lo a fazer escolhas, a partir de um método sistemático ou de estratégias de decisão. Um exemplo é através de listas de prós e contras que podem ser contabilizados e comparados. Assim ele terá mais segurança para optar.
O Frente Fria – imagine aquele personagem de história em quadrinhos que sempre tem uma nuvem negra sobre si: este é o “Frente Fria”, sempre sombrio e desanimador. Contamina a todos com seu pessimismo e só enxerga defeitos e problemas em tudo e em todos. Tem tanto medo de frustrações que acaba paralisado. Cuidado para não se contaminar com o pessimismo. Mantenha uma atitude paciente e de compaixão: ele deve ter sofrido muito para ser tão amargo. Faça-o sentir-se seguro e confiante, assim ele poderá se tornar mais colaborador.
O Disque Problema – sabe aquele tipo que reclama de tudo, 24 horas por dia? Pois é. Tem esta incrível capacidade de se queixar sem parar, mas é menos pessimista e sofrido que o “Frente Fria”. Não adianta concordar ou discordar das reclamações, tudo o motiva a reclamar mais. Com um pouco de paciência dá para ajudá-lo, apresentando soluções práticas que dependam apenas dele. Cuidado para não aproveitar a deixa e começar a reclamar de tudo também.
Texto cedido por: AOL

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