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Por Rômulo Martins
Focada na temática corporativa no início desta década, em especial aos cursos de pós-graduação e MBA, a internet expandiu-se rapidamente na área acadêmica e passou a atender a um público mais vasto. Hoje, mais de dois milhões de alunos estão matriculados nos cursos de Ensino a Distância (EAD) no Brasil – incluindo os cursos de graduação e pós-graduação -, segundo último senso do MEC, realizado em 2007.
A procura pelos cursos via EAD, impulsionada pelo crescimento do uso de tecnologias na educação, como a videoconferência, e pela ampliação no número de instituições que oferecem estes cursos, promete melhorar a qualidade do ensino, garantir a acessibilidade e, até mesmo, consolidar as leis da educação, afirma Carlos Longo, diretor do Ibmec Online, profissional que atua há dez anos na área do ensino a distância.
“À medida que a população tiver mais acesso à banda larga, a internet se tornará ainda mais acessível e as instituições de ensino vão investir mais. Será o novoboom provocado pela internet, uma vez que um grande número de pessoas precisa de educação no país”.
O Brasil iniciou sua trajetória no ensino a distância ao longo da década de 1990. O Telecurso 2000, projeto estreado pelas Fundações Roberto Marinho e Padre Anchieta, hoje o Novo Telecurso, é exemplo de plano educacional que, com o uso da televisão, formou – e ainda forma – milhares de alunos dos ensinos fundamental e médio.
No final de 1990 e início de 2000, a internet inevitavelmente ganha espaço nas empresas, que passam a utiliza-lá como tecnologia educacional. Com o investimento das instituições em parques tecnológicos, ela se torna o boom no mercado corporativo.
“Suscitou-se um problema. Tínhamos a ferramenta, mas como criar uma metodologia para utilizá-la de maneira adequada? Começou-se a importar conteúdos que eram traduzidos para o português, mas tinham pouca identidade com o mercado corporativo brasileiro. Ao mesmo tempo, começaram a surgir consultorias educacionais especializadas em metodologias aplicadas a novas tecnologias. Já em 2004, surgem os cursos de graduação à distância”, conta Longo.
Com o advento dos cursos de graduação via EAD, o público do interior do país, em especial do Norte e Nordeste, em sua maioria adulta, com família e profissão estabelecidas, teve maior acessibilidade ao ensino superior e a chance de fazer carreira no campo profissional, melhorando a qualidade de vida.
O ceticismo com relação ao ensino a distância também foi eliminado, diz Longo, quando em 2006, o MEC avaliou 13 cursos de graduação nos formatos regular e via EAD e detectou que os dois modelos podem garantir a mesma qualidade. “No ensino a distância, sete cursos tiveram nota maior, contra seis no ensino regular, sendo que as notas dos cursos via EAD eram bem superiores as do curso regular”.
Para o diretor do Ibmec Online, usada para este fim, a internet cumpre seu objetivo final que é o de congregar alunos, escolas e sociedade para uma educação de qualidade. “O futuro do ensino a distância será o ensino sem distância. Se eu uso a tecnologia para aproximar as pessoas, para propiciar o acesso a informações e ao debate em um ambiente comum, não posso dizer que o ensino é à distância”, conclui.
Confira os principais pontos a serem considerados, antes de o ingresso em curso via EAD, segundo Longo:
– acesse a internet e procure por publicações especializadas e/ou, no site do MEC, o histórico da instituição a ser escolhida para programas presenciais e a distância;
– se possível, tente contatar os alunos ou ex-alunos do curso presencial e a distância da instituição de seu interesse;
– confira qual a estrutura de apoio oferecida aos estudantes, desde suporte técnico, apoio pedagógico e orientação acadêmica, até a proposta pedagógica do curso;
– importante informar-se se o curso oferecido é autorizado ou reconhecido pelo MEC. Para isso, basta acessar http://portal.mec.gov.br;
– não se esqueça de avaliar antecipadamente o investimento e todos os custos, diretos e indiretos.
Algumas Instituições de Ensino Superior (IES) proporcionam aulas-teste presenciais e oferecem cursos de curta duração, que podem servir para avaliar a procedência da instituição e do curso.

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