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por Renata Marucci
Estudos realizados nos EUA e Europa estimam que cerca de 12,5% dos casos de asma em adultos estejam relacionados ao trabalho. Uma pessoa asmática ou que já tem disposição para a doença tem maior probabilidade de desenvolver um quadro de asma ocupacional.
Mas o que vem a ser asma ocupacional e como podemos diagnosticá-la? A asma ocupacional surge do contato direto com materiais necessários para a realização da atividade em questão. Isso exclui o ar condicionado e o carpete do escritório, já que estes elementos fazem parte do ambiente e não do trabalho em si.
Segundo o Dr. Clóvis Eduardo Santos Galvão, membro da Sociedade Brasileira de Alergia e Imunopatologia, médico especialista em alergia e pós-graduando da Faculdade de Medicina da USP, há indústrias onde a ocorrência de asma ocupacional é maior, como fábricas de plástico que trabalham com altas quantidades de isocianato – componente químico causador de fortes reações alérgicas -, padarias, citricultura (beneficiamento da laranja) e cultivo de cana.
Clóvis Galvão diz que é difícil diagnosticar a asma ocupacional, porque as pessoas demoram muito para procurar o médico por medo de serem afastados do trabalho. “Muitos trabalhadores só procuram o médico depois de já terem saído do emprego, então só podemos diagnosticar por meio de uma entrevista bastante detalhada. Mas o ideal é que façamos uma visita ao local e tenhamos condições de realizar testes com o paciente”, explica o médico.
A única maneira eficiente de diagnosticar uma doença ocupacional é comparando o comportamento do indivíduo durante o contato com os elementos que fazem parte de seu trabalho com o comportamento do profissional que foi afastado. Se este último apresentar melhora, é sinal de que a doença é causada pelo ambiente ou pelos elementos.
Uma vez identificada a doença e sua causa, encaminha-se à empresa um parecer sobre a situação do funcionário e recomenda-se que ele seja mudado de setor. Essa ação geralmente resolve o problema.
“O melhor jeito de prevenir a asma ocupacional ainda é por meio da utilização de equipamento de proteção apropriado”, ensina o Dr. Clóvis. É fato que há resistência por parte das empresas em utilizar equipamentos de segurança adequados e em reposicionar funcionários que tenham problemas.
Porém, o número de companhias que têm adotado o uso de equipamentos de proteção aumentou e os empresários já se mostram mais abertos a resolver esse tipo de situação.

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