Carreiras | Empregos

por Camila Micheletti
A palestra de encerramento do Evento ficou a cargo de três especialistas na área de Recursos Humanos e reconhecidos pela suas bagagem intelectual e empresarial: Cícero Penha, Vice-presidente de Talentos Humanos do Grupo ALGAR Telecom S/A; Herbert Steinberg, consultor em Desenvolvimento Humano e Governança Corporativa e também Marco Aurélio Vianna,
presidente do Instituto MVC, estrategista, humanista e consultor em Planejamento Estratégico.
VISÃO DO EXECUTIVO – Cícero Penha
Vice-presidente de Talentos Humanos do Grupo ALGAR Telecom S/A; eleita entre as melhores empresas para se trabalhar – Exame/2001. Graduado em Direito, com extensão universitária em Administração de RH pela “State University of New York” e em Gestão Estratégica de Pessoas pela INSEAD – França. Membro do Internacional Who’s who of Profissionais. Autor do livro: “Empresa Rede”.
Cícero mostrou que o crescimento da indústria da informação criará uma sociedade global de conhecimento, com atitudes e práticas que pedem um profissional multifuncional e que saiba trabalhar em um “caos organizado”.
ambientes de trabalho democráticos e práticos, porém profissionalizados
ambientes cada vez mais reduzidos – ficam poucos e bons, o mínimo de gente mas com o máximo de competência
convivência em ambientes de trabalho com grandes turbulências – culpa do estresse, do excesso de trabalho e da falta de paciência
novos vínculos e aumento das terceirizações – é a falência do vínculo empregatício
pessoas começam a entender que existe vida depois do emprego
era do trabalho intelectual – cada um fará a sua jornada, respeitando um horário núcleo padrão
vão faltar talentos preparados para este novo mercado
times virtuais – trabalhando com gerenciamento a distância e alguns encontros presenciais para estreitar o relacionamento
empresas escolas – como os ciclos de aprendizagem e o tempo estão cada vez mais curtos, a tendência é que as organizações atuem um pouco como escolas, educando e treinando seus colaboradores. Os professores seriam os líderes – gerentes, diretores, etc.
novos cargos – devem crescer as funções ligadas diretamente ao cliente
senioridade na força de trabalho – a crescente queda na natalidade e escassez de jovens no mercado vai fazer com que profissionais cada vez mais velhos estejam no mercado. Como a tndência é por um trabalho cada vez mais intelectual, que não exige força física, preconceito com a idade não deverá ser um problema para as próximas gerações
carreira flexível – com o desemprego cada vez mais latente, é provável que as pessoas busquem formas alternativas de trabalho, tendo sempre uma ou duas opções profissionais
diversidade cultural – com a globalização, a tendência é que as organizações tenham colaboradores de todos os credos, valores e nacionalidades
atitude como diferencial – o importante é que como o profissional se comporta e como enfrenta as adversidades. O currçiculo passa a ser apenas um default nesse novo cenário
talentos mais empreendedores – a mentalidade de empregado dará lugar a mentalidade de empreendedor e gerenciador da sua própria carreira
remuneração variável – incentiva pessoa a produzir e a criar
preocupação em ter um plano de vida – atingir o equilíbrio e ter qualidade de vida passa a ser fundamental
motivação pelo prazer – é o grande diferencial deste novo tempo e será o motor que guiará as carreiras das pessoas
VISÃO DO ESTRATEGISTA – Marco A. Vianna
Presidente do Instituto MVC, estrategista, humanista e consultor em Planejamento Estratégico, Cenários, Motivação, Desenvolvimento do Capital Intelectual e Universidades Corporativas. Experiência internacional de trabalhos realizados em 15 países. Eleito personalidade brasileira de RH pela ABRH Nacional. Membro da World Future Society, entidade norte-americana que reúne estrategistas para pensarem o futuro. Autor de 17 livros sobre Gestão.
Para Vianna, o mundo mudou profundamente após a queda no muro de Berlim, no fim da década de 80. Houve uma mudança substancial na dinâmica das organizações, e Marco cita alguns conceitos que passaram a fazer parte do ambiente corporativo desde então:
revolução da gestão empresarial
cidadania empresarial
responsabilidade social
privatizações
gestão do conhecimento
Este último vale uma consideração especial: “Não é só aprender; precisa fazer acontecer. É preciso transformar conhecimento em ação e ação em resultados”, explica o presidente do Instituto MVC.
Confira alguns paradigmas antigos de RH:
ANTIGO PARADIGMA
DIMENSÕES INTERNAS
NOVO PARADIGMA
Avaliação de atividades e instrutores
Resultado na educação
Conhecimento transformado em resultado
Formação geral
Foco da educação
Formação do conhecimento específico e dirigido (Universidade Corporativa)
Empregados internos
Responsabilidade
Colaboradores e processos
Burocrático
Papel
Estratégico
X, no máximo Y
Carreira
Inteiramente flexível
Marco Aurélio questiona: “Quais são os atributos das organizações que duram mais de 100 anos”? Segundo um estudo da Bain & Company, este elo de ligação existente entre os funcionários e a empresa é o que faz as organizações durarem tanto, é uma causa mais nobre e a longo prazo, algo que está além do salário, benefícios ou outros atrativos. “O RH é responsável por 65% a 70% desses valores”, garante ele.
As organizações que duram um século ou mais têm ainda outros diferenciais, tais como:
Uma sólida cultura disseminada
Busca da excelência/seriedade
Conjunto de intuições estratégicas
Visão de longo prazo
Valorização dos seus seres humanos
Otimização financeira
Competitividade
Foco no cliente
Inovação obsessiva
Flexibilidade
Responsabilidade social
O profissional de Recursos Humanos vem adquirindo tanta importância nas organizações que Marco Aurélio aponta uma tendência que pode vir a se confirmar mais para frente: “O profissional mais requisitado do futuro vai ser o Chief People Office, o CPO. Já são profissionais requisitados nos Estados Unidos e a expectativa é que seja uma demanda global”, explica.
VISÃO DO CONSULTOR – Herbert Steinberg
Consultor em Desenvolvimento Humano e Governança Corporativa. Foi Vice-Presidente de Recursos Humanos do Grupo Santander Bonespa. Foi Diretor de RH do Citibank e do McDonald’s. Professor do MBA da BSP Business School – São Paulo. Administrador de Empresas com Pós-Graduação na FGV/SP. 25 anos de experiência em Grandes Corporações. Autor dos livros: “Sabático Um Tempo para Crescer” e “Um Executivo no Caminho – Da razão ao Coração.
Steinberg mostrou os resultados de um estudo, publicado por David Ulrich, professor de Administração de Negócios da Business School da Universidade de Michigan, nos EUA. Segundo ele, os temas de RH mais em voga no mundo atual são os seguintes:
competência central da empresa
capital intelectual
capacitação organizacional
sistemas de trabalho de alta performance
gerenciamento de processo
gerenciamento baseado em valores
delegação de poderes
envolvimento
produtividade
mudança de cultura
equipes de alta performance
Segundo Ulrich, o RH precisa estar alinhado à estratégia do negócio e agregar valor a clientes internos e externos, investidores, ao produto ou serviço e, ainda, criando vantagem competitiva. “O papel do RH é influenciar o comportamento da força de trabalho para atingir resultados operacionais e financeiros.
“No RH do futuro, o foco será muito mais no resultado do que no que é feito. Ele explica que as carreiras de RH no futuro serão formatadas da seguinte maneira:
serão um conjunto de experiências
terão foco mais no que o profissional sabe e é capaz de fazer do que no título ou posição
mais sócios e players do negócio do que experts funcionais

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