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Muita expectativa e vontade de acertar rondam o primeiro dia de trabalho. O ambiente, pessoas e uma vida nova pedem que comecemos com o pé direito. Alguns problemas de comunicação, postura e maturidade por parte das empresas para receberem esse novo integrante pode atrapalhar o processo e dificultá-lo. Por essas e outras razões, fique atento aos sinais, antecipe os conflitos e haja com pró-atividade.
Segundo Luiz Eduardo de Abreu Cunha, consultor em projetos de diagnósticos e educação de executivos sobre gestão de conhecimento, existem dois lados a ser analisados: empresas que possuem uma estrutura e maturidade para receber esse profissional e as que não possuem. “Uma empresa madura, que lida com a integração de uma maneira mais organizada, torna o processo mais fácil, porque ela detém um ritual na hora de receber o funcionário, por outro lado, para as que não possuem, o profissional acaba tendo que perceber as dificuldades e organizar uma maneira para se comunicar”.
Como a comunicação é um item importante no andamento do trabalho e do relacionamento tanto com colegas como com líderes, o profissional deve procurar ficar atento e ampliar seu nível de conhecimento geral para facilitar sua integração.
Quando a empresa não possui uma estrutura, os caminhos ficam um pouco mais difíceis. “O profissional está enfrentando um desafio maior porque precisa, mais ou menos, descobrir a política e a maneira de gestão da empresa, que não está muito clara, porque os processos estarão acontecendo simultaneamente e terão que ser resolvidos de imediato”. O lado positivo é que, ao ajudar a desenvolver e conduzir alguns problemas, você pode ocupar novos espaços na empresa e ganhar visibilidade, explica Cunha.
O mundo moderno pede que nos adaptemos a lugares e situações o quanto antes, e dentro das empresas não é diferente. Renato Ricci, especializado na área de coachingexecutivo e pessoal e diretor-executivo da Qualitec Consultoria Empresaria l, ressalta que o tempo que as empresas dão para que as pessoas se adaptem ao meio é muito menor. “Isso é fácil de explicar pela velocidade do mundo. Dificilmente se faz uma experiência com profissionais, em determinadas posições, por dois anos, por exemplo”.
Planeje e crie suas estratégias
A melhor ação é aquela que você planejou, é aquela que não foi por impulso. O mais importante para o primeiro dia são os momentos que o antecedem. Você vai passar por uma integração? Vai começar no seu setor ou terá uma reunião para conhecer sua função? Vai começar pelo RH? Enfim, qual é o caminho que você vai percorrer?
Essa atitude ajuda a conhecer o ambiente e evitar algumas surpresas que possam fazer com que você se sinta deslocado ou com aquela sensação de que não era nada daquilo que imaginou.
Outro fator importante é a primeira impressão. Estudos indicam que as suas primeiras imagens são as que podem decidir e prevalecer. “Considero muito importante prestar atenção em como você vai transmitir a sua primeira imagem, porque a maioria das pessoas consegue captar muito bem como você é pelos primeiros minutos de contato”, aconselha Ricci.
Lidando com a hierarquia
No primeiro contato o que vale é você ser exatamente o que é. As pessoas imaginam que todas as situações são iguais, então, por exemplo, se o chefe não o escuta, a tendência é você falar para uma pessoa que ele não ouve ninguém; só que, às vezes, a pessoa não é ouvida porque não tem nada pertinente para apresentar. “Limitar a sua ação pelo que você está ouvindo por outras pessoas é perigoso nesse primeiro momento, então, uma recomendação é desenvolver um bom filtro: nem tudo que ouvir em princípio é verdade”, alerta o diretor-executivo.
Ao conversar com aquela pessoa que vai liderá-lo a melhor saída é ser autêntico, mesmo porque você foi contratado teoricamente assim, senão vai ter que ser um bom ator e, normalmente, hoje os atores corporativos duram pouco.
Outra coisa importante é aceitar desafios: qualquer empresa, independentemente do ambiente interno, acha bem-vinda essa atitude. Pró-atividade é a alma do negócio.
Passado o impacto das mudanças e reconhecimento de suas funções específicas, a sociabilização é outro fator que influi e no qual vale a pena apostar.
A hora do almoço
Um momento complicado fora do trabalho é a famosa hora do almoço. O almoço é uma situação que o deixa desconfortável porque você não conhece ninguém e, dependendo de quem escolhe para almoçar, os julgamentos podem ir desde puxa-saco a humildade excessiva? O melhor a fazer é esquecer um pouco essas questões, relaxar e deixar acontecer.
Tente almoçar com uma das tribos: é melhor almoçar com uma delas do que não almoçar com nenhuma. No primeiro dia, procure mergulhar na sociabilização. No máximo, o que pode acontecer é não ser legal, sendo assim, no dia seguinte você muda a sua rotina.
Confira mais algumas dicas para seu primeiro dia de trabalho:

  • Ouça mais no primeiro dia. Não queira mostrar serviço desesperadamente, pois isso pode causar má impressão;
  • Capacidade de resistir e saber lidar com as adversidades;
  • Desenvolva competências como: organização, foco, concentração, flexibilidade, pró-atividade, capacidade de aprendizado e auto-desenvolvimento;
  • Acelere o processo de aprendizagem, quanto mais rápido melhor;
  • Identifique com clareza seus aspectos positivos e desenvolvimento;
  • Integre-se mais, melhore seu relacionamento com o pessoal;
  • Não perca tempo com coisas desnecessárias. Administrar seu tempo é uma tarefa difícil, mas tente;
  • Descubra suas deficiências. Tenha maturidade para parar os processos quando necessário;
  • Entenda as expectativas dos dois lados: suas e da empresa;
  • Navegue pela empresa. Conheça os processos e setores que o cercam;
  • Seja espontâneo;
  • Comunique-se. Um erro enorme nesse processo dos dois lados é imaginar que o outro entendeu. O que é óbvio para um nem sempre é para o outro;
  • Esteja alinhado sempre com aquilo que você faz e o ambiente em que se encontra.
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