por Dielter Kelber
O final de ano, marcado tradicionalmente por festas e comemorações, também começa a ser conhecido por um momento negativo na vida profissional de muitas pessoas. Infelizmente, temos observado um número cada vez maior de demissões durante o último trimestre.
Seja por motivos recessivos, fechamentos de balanço ou a pressão por menores custos, muitas empresas têm sido obrigadas a abrir mão de funcionários mais graduados nesse período. E a situação se agrava ainda mais devido à dificuldade de se conseguir uma recolocação no início do ano, já que consagradamente nada acontece na área de contratações antes do carnaval.
Muitos aproveitam essa época para tirar férias prolongadas e recuperar as energias. Contudo, por mais que o descanso seja necessário e merecido, não se pode esquecer que vivemos em um mercado extremamente competitivo e que os melhores (ou seja, os mais bem preparados e atualizados), bem como aqueles que estiverem no local certo e na hora certa, sempre estarão em vantagem.
Por esse motivo, levando em consideração que o próximo carnaval será no início de março, teremos um período bastante longo que, em vista do atual momento de dificuldades e incertezas, precisa ser aproveitado para a qualificação em função da busca de um novo desafio profissional.
Há diversos cursos abertos no mercado que irão enriquecer o currículo e deixá-lo melhor preparado para as primeiras entrevistas após o carnaval. Seja na área de projetos ou processos, marketing ou vendas, administração, finanças ou recursos humanos, sempre haverá uma nova oportunidade de se agregar um diferencial à sua experiência e conhecimentos.
Acrescente-se a isso as oportunidades de ampliar a sua networking (rede de relacionamentos) durante os cursos.
Além de uma nova postura profissional durante o período de férias de início de ano, a nova realidade de mercado também exige uma nova mentalidade em relação aos investimentos.
Preocupados apenas com nosso dinheiro, deixamos de lado nosso patrimônio intelectual. Esquecemos o quanto é importante reinvestir um pouco dos recursos disponíveis para ampliação do conhecimento. Afinal, seja através da remuneração que recebemos pelo nosso trabalho ou pela satisfação pessoal de dominar determinado assunto, existe rentabilidade maior?
Um bom ponto de partida para a escolha de um curso é entender que temos de estar preparados para “jogar” em qualquer posição do time. Não é mais suficiente ser um especialista, pois o mercado procura pessoas por um conjunto de competências. Precisamos estar aptos a ser “transdisciplinares”. Noções de marketing são essenciais em qualquer profissão.
A mesma coisa se dá com questões jurídicas, financeiras e contábeis. Também, como exemplo, é visível que muitas empresas, especialmente as grandes corporações, passaram a operar por uma estrutura de processos e não mais por organizações hierárquicas. Se conseguirmos vislumbrar isso, nos parece razoável concluir que tipo de cursos devemos escolher: áreas fora de formação básica, porém que estejam sempre “interfaceando” com nossas atividades principais. Gestão de Processos, Indicadores de Desempenho (BSC), Gestão de Projetos, Marketing Corporativo, Gestão do Conhecimento, Tecnologia de Informação são alguns dos assuntos que podem ser citados.
Essas recomendações valem também para os profissionais que no momento estejam empregados. No mundo competitivo que estamos vivendo, temos de estar sempre dispostos a aprender coisas novas, melhorando nosso patrimônio intelectual. E para isso não há limites. Hoje em dia fala-se em “empregabilidade”. Entretanto, creio que o mais adequado é falar em ter capital de competências para produção de trabalho. Para isso, é necessário que, exercendo ou não suas atividades profissionais, você continue se aprimorando, fazendo do aprendizado um vício. Pense nisso quando sair de férias este ano.