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Por Rômulo Martins
 
Grande parte dos profissionais aproveita o primeiro mês do ano para gozar as tão esperadas férias. Mas quando estas chegam ao fim é preciso encarar a rotina nem sempre prazerosa do trabalho. A fase de adaptação costuma levar de uma semana a 14 dias.
“É normal que neste período o profissional sofra os sintomas da readaptação. Afinal, durante as férias a pessoa não tem hora para acordar, dormir, almoçar. Ela sente que tem o controle da sua vida”, diz Ana Maria Rossi, presidente do Isma-BR (Internacional Stress Management Association no Brasil).
No entanto, o prolongamento dos sintomas de readaptação, caracterizados pelo cansaço, sono, preguiça, falta de concentração e de motivação, do 15º ao 30º dia após o descanso trabalhista, sinalizam a depressão pós-férias.
De acordo com pesquisa do Isma-BR, coordenada por Ana, as principais causas desse tipo de depressão são a insatisfação no trabalho (93%) – quando não há perspectiva de crescimento ou aperfeiçoamento profissionais -, a hostilidade ou não-confiabilidade no ambiente corporativo (71%) e os conflitos interpessoais (49%).
Foram ouvidos 540 executivos de São Paulo e Porto Alegre, de 25 a 60 anos. Destes, 23% possuem depressão pós-férias. O estudo mostra que os profissionais mais vulneráveis à depressão estão nas áreas financeira, de saúde e informática, ou não atuam em seu campo de formação.
Segundo Ana Maria Rossi, do Isma-BR, os sintomas da depressão pós-férias podem ser físicos e emocionais. “Os profissionais sentem dores musculares, incluindo dores de cabeça. Outros sintomas são o cansaço, a insônia, a angustia e o sentimento de culpa”. A depressão, aponta pesquisa do Isma-BR, afeta ainda o comportamento do indivíduo.
“A fim de diminuir o nível de ansiedade causado pela depressão, os profissionais usam medicamentos (muitas vezes autoprescritivos) e drogas, consomem bebidas alcoólicas em excesso, abusam do cigarro e se alimentam mais que o normal, gerando uma sobrecarga calórica”, afirma Ana.
Confira cinco dicas para minimizar os efeitos da depressão pós-férias:

1. Regule o relógio biológico

Três dias antes do retorno ao trabalho obedeça aos horários profissionais como se já estivesse trabalhando. A mudança envolve horário de acordar e dormir, do almoço etc.
 

2. Encurte as férias

Para quem está viajando a dica é retornar a casa 48h antes de começar a trabalhar. Muitos profissionais já chegam sobrecarregados no primeiro dia de trabalho por enfrentar congestionamento e noite mal dormida no dia anterior.
 

3. Acione a válvula de escape

É preciso compensar a sobrecarga do trabalho com atividades prazerosas, diz Ana Maria Rossi. “Faça uma atividade voluntária, pratique um hobby.”
 

4. Comunique-se

Para Ana, expor ao chefe direto a insatisfação no trabalho é uma atitude controversa. “Depende do chefe”, diz. Por outro lado, ela atesta que uma comunicação transparente no universo corporativo ajuda os colaboradores a lidar melhor com as dificuldades no trabalho. “É a sensibilidade do profissional que vai dizer se vale a pena tocar no assunto”. Se for preciso, opte pela caixa de sugestões e críticas.
 

5. Atente-se às oportunidades

Quem não está satisfeito com o trabalho deve estar pronto para “pôr o currículo na rua”, nas palavras de Ana. Nesse caso, é preciso estar atento às oportunidades de emprego e saber como chegar até elas. Na busca por um emprego, vale possuir um bom currículo e uma imagem pessoal e profissional credível. Quem tem bons relacionamentos profissionais está na frente.

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