Por Rômulo Martins
A grande lamúria dos jovens que estão em busca do primeiro emprego é a falta de oportunidade para adquirir experiência. Profissionais de recursos humanos e orientadores de carreira devolvem: a conquista do trabalho número um exige do jovem inexperiente análise do mercado de trabalho. Em outras palavras, requer sabedoria para discernir onde estão as empresas que procuram os calouros e o que elas querem.
Nesta época do ano a oportunidade está na indústria e, em maior parte, no varejo. Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Serviços Terceirizáveis e Trabalho Temporário (Asserttem), cerca de 30% das vagas temporárias deverão ser preenchidas por jovens em situação de primeiro emprego. Estima-se a contratação de 139 mil profissionais para suprir a demanda do Natal.
Para Paulo Queija, consultor de recursos humanos da MQS Consultoria e Treinamento Empresarial, o jovem pode acumular uma valiosa experiência na contratação temporária. “Além das possíveis vagas para efetivação ao final do período, algumas empresas buscam novos talentos para a renovação de seu quadro”, destaca.
Localizado na baixada santista (São Paulo), o Litoral Plaza Shopping estima 660 contratações para o Natal em suas 220 lojas. Em 2009, 20% dos temporários foram efetivados.
O setor de telesserviços é outro filão para os jovens sem experiência. De acordo com a Associação Brasileira de Telesserviços (ABT), a atividade cresce 10% ao ano. A expectativa é terminar 2010 com 37 mil novos postos de trabalho. Grande parte dessas vagas é destinada aos jovens em condição de primeiro emprego.
“É um setor que não exige experiências anteriores e, ao mesmo tempo, oferece ótimas oportunidades de desenvolvimento profissional e evolução na carreira”, atesta Neiva Dourado Martins Mendes, diretora de recursos humanos da DEDIC GPTI.
Quem não tem perfil para atuar no varejo ou em call centers pode encontrar no voluntariado e nos programas especializados a oportunidade de ingressar no mercado de trabalho.
Para Michelle Caetano, orientadora pedagógica do Programa Preparação para o Trabalho, mantido pela organização não-governamental Ação Comunitária, essas práticas permitem agregar competências valorizadas pelas empresas. “São ações que possibilitam ao jovem ampliar sua rede de relacionamentos (network) e a partir daí conseguir alguma indicação para uma vaga de emprego”, ressalta.
Programas de Estágio e Trainee
Estagiar é exercitar a teoria aprendida na escola seja ela de nível médio, técnico ou superior. Para Ruy Leal, superintendente geral do Instituto Via de Acesso, o bom estágio é o melhor caminho para o jovem conhecer o universo do trabalho dentro de sua área de formação.
Autor de “Superdicas para o jovem escolher bem sua profissão” (Editora Saraiva), ele destaca que o estagiário precisa ter o mínimo de conhecimento teórico e foco na área de interesse. “Um estudante de Arquitetura, por exemplo, deve identificar se deseja trabalhar num escritório ou em empresas de construção antes de disseminar seu currículo.”
Jovens no final da graduação ou recém-formados, que buscam a primeira oportunidade profissional por meio de um programa de trainee, devem ficar atentos aos sites corporativos e às redes de relacionamento. “O trainee precisa estar antenado com a sociedade. Deve ser uma pessoa politizada, que saiba se posicionar sobre temas da atualidade e lidar com pessoas”, afirma Gustavo Nascimento, gerente da Foco Talentos.
Conhecimento em idiomas estrangeiros, principalmente o inglês e o espanhol, também é importante. “Diria que 90% dos programas pedem ao menos o inglês avançado”, diz Nascimento.
A um passo do primeiro emprego
Prepare-se e esteja atento às oportunidades do mercado para quem não tem experiência.
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