por Maurício Góis*
Para vencer em seu trabalho, pare de procurar respostas e passe a fazer as perguntas certas
Você quer vencer mais rapidamente? Quer atingir suas metas mais cedo? Quer ser promovido em seu trabalho? Quer ser disputado no mercado? Sonha em ser um empreendedor reconhecido? Então, trate de ser notado por todos como um solucionador de problemas. Lute para ser percebido como parte da solução. Posicione-se como o Midas em que todo problema tocado por você se transforma no ouro da tomada de decisão acertada. Ora, se sua vida ou seu setor têm muitos problemas, que tal acabar com eles ou, pelo menos, minimizá-los?
Quem quer vencer precisa resolver problemas. E, para isso, você precisa provocar respostas. O segredo está em você fazer ao seu cérebro emocional as “perguntas abridoras”. Elas desentopem os bloqueios da mente e esquentam você para as boas idéias. Lembre-se de que a melhor forma de solução de um problema não está em procurar respostas, mas, sim, em levantar as perguntas certas. Se você é um funcionário, pegue seu desafio e encha-o de perguntas mágicas. Antigamente, o mercado remunerava quem tinha as respostas. Hoje ganha mais quem tem as perguntas. E isso é vencer profissionalmente.
Se você é um líder, reúna seu pessoal e, por favor, não esquente a cuca. Esquente a bateria das perguntas em sua turma. Agora, cá entre nós, ou você resolve o seu primeiro problema ou ganha um segundo, que é a falta de tempo para se fazer todas essas perguntas. É claro que há outras perguntas importantes, mas essas são as 32 necessárias e suficientes. Elas vão ajudá-lo a crescer na sua área e a superar bloqueadores difíceis. E se tornar um campeão da tomada de decisão. Vamos a elas:
O problema foi enunciado por escrito?
Escreva seu problema num papel. Agora, leia-o em voz alta. Coisa de maluco? Não. Quando você lê seu problema em voz alta, recebe três estímulos neurolingüísticos: visual, auditivo e sinestésico e, muitas vezes (pasme), apenas isso faz você encontrar uma solução. Estímulos novos sugerem uma nova visão e uma nova percepção e, acredite, novas soluções podem aparecer.
Que informações estão faltando ou sobrando na descrição do problema?
Peça para seus colegas ou seu pessoal reescreverem o problema (não a solução), porém, com maior número de palavras ou idéias dele (e não sobre ele). A seguir, cada um relê o que o outro escreveu, fazendo a si mesmo a pergunta dois. Pode ser que você pare por aqui e nem precise de todas as outras perguntas, pois apenas essas duas já resolveram tudo.
Enquanto reuniam-se informações, alterou-se alguma coisa no problema?
Será que a cultura do eu achismo não está sendo um bloqueador para se achar uma solução ideal? Se você é do tipo que sempre diz: – Eu acho que – esqueça. Em solução de problemas, não se acha nada, buscam-se dados, fatos, estatísticas etc.
O problema antes de ser interpretado foi levantado? Não tente dar nenhuma solução a nenhum problema, sem antes descrevê-lo corretamente. É uma velha regra: antes de atirar, levante seu alvo, antes de prognosticar, diagnostique.
O que pode ser acrescentado, diminuído, invertido, reformulado, adaptado, combinado, rearranjado etc. para se ver diferente esse problema ou resolvê-lo?
E se eu dividir o problema em partes e procurar soluções para cada parte isoladamente? Quando eu encaixar essas partes no todo, resolvo o todo do problema?
A solução do problema está sendo buscada baseada em amostragens ou em opiniões pessoais isoladas?
O que causou o problema? Entenda que a pergunta não é: quem causou e sim o que causou o problema. Não procure culpados, mude os processos. Muitas vezes, as pessoas erram porque os processos estão errados.
Um problema é sempre um desvio entre o que deveria ser e o que aconteceu, entre o desejável e o realizado. As pessoas envolvidas sabiam o que se esperava delas?
Usamos a lei da despersonalização, isto é, saímos do problema para percebê-lo de fora? Um truque é imaginar como um artista de novela, um político, um jogador de futebol, uma cozinheira, um engenheiro, um artista plástico e um matemático veriam esse problema. Empreste os olhos de cada um deles e mãos à obra! Em resumo: – Estou vendo o problema com os olhos dos outros ou apenas filtrando tudo sob a minha ótica pessoal de ver as coisas?
Meu arquivo de soluções enlatadas, isto é, meu banco de dados resolve esse problema ou ele é inédito e preciso procurar novas técnicas de resolução?
Todos concordam quanto à política e objetivos da empresa em relação a esse problema?
Ora, vamos dar uma parada e requestionar: – Por que é importante mesmo resolver esse problema? Um novo questionamento pode fazer aparecer uma nova solução.
A solução está a meu alcance? Eu sei resolvê-lo? Se sei, posso resolvê-lo sozinho?
Será que o problema está difícil de ser resolvido porque estou usando o princípio do martelo? Esse princípio diz: se tudo o que tenho na mão é um martelo, todo problema que vejo, penso que é um prego. Não tente resolver o problema pela ótica de sua especialização e, sim, pelo enfoque que ele pede.
O problema ou solução é de minha área-chave de resultados? De minha área de ação?
Quais os fatores e as repercussões ambientais, éticas, sociais, psicológicas, trabalhistas, legais etc. que envolvem o problema?
O que estudamos até agora é causa ou efeito do problema?
Que causa, se eliminada, mata o problema pela raiz?
Que cilada nos reserva o futuro se o problema continuar?
Qual o custo da permanência do problema e qual o custo da solução final? Compensa resolvê-lo nesta fase em que estamos atravessando?
Qual a solução ideal? E a solução possível? E a real? A ideal é possível? A solução é prática? É econômica? É viável e exeqüível? Resolve em parte ou no todo?
A decisão está sendo demorada porque nos faltam técnicas e regras de como dirigir reuniões? Ou estamos indo na conversa de quem tem o dom da conversa e, por isso, impõe suas idéias de solução?
Essa solução alternativa não abre outros problemas? Ela, por exemplo, modifica os objetivos de quem? Para pior?
As alternativas de solução foram levantadas seguindo as regras do velho brainstorming ou brainswriting em que, na primeira fase, escrevem-se todas as idéias sem críticas, adiando todo e qualquer julgamento, buscando primeiramente a quantidade sem pensar na qualidade das opiniões solucionadoras?
Não seria bom que uma tentativa do tipo balão-de-ensaio fosse acionada? Achada uma primeira solução, foi tentada uma segunda? A segunda solução é mais criativa, pois a primeira pode ter surgido pelo desejo premente de encontrá-la.
Para essas soluções foram desenvolvidos critérios de classificação dos riscos. Exemplo: alternativa de solução a, grau de risco 8; b, grau de risco 3. Foram comparadas e combinadas as alternativas. Exemplo: alternativa b, sozinha é fraca, mas combinada com a d torna-se forte.
Que solução podemos antecipar hoje para que o problema não aconteça de novo amanhã? Que alternativas ficarão na manga se, por acaso, a vaca for pro brejo?
Eu perguntei por que não…? É uma perguntinha excelente para resolver problemas. Pergunte: Por quenão os bancos abrirem depois da meia-noite? Quem fez essa pergunta “infantil” inventou o banco 24 horas. Por que não um banco ser um conceito e não um lugar. E assim nasceu o banco virtual.
Eu perguntei o que não aconteceria se…? O que não aconteceria se esse problema fosse deixado assim mesmo? O que não aconteceria se ele não fosse resolvido? Às vezes, não aconteceria nada.
Ora bolas, se ficou alguma dúvida quanto à solução do problema, que tal, em vez de ficar procurando mais alternativas, redefinir o problema de outra maneira e começar tudo de novo?
Olhei de novo para o problema com novos óculos paradigmáticos? Muitas vezes um problema não é resolvido porque nós insistimos em achar a solução utilizando-se paradigmas antigos e ultrapassados.
Acredite sem fanatismo: muitas vezes, problemas aparentemente humanos estão carregados de implicações espirituais. O Eterno é o único capaz de criar matéria usando a não-matéria e pode ser que Ele seja a sua única chance de você tentar, com sucesso, o impossível. Muitos problemas são insolúveis mesmo e não se deixe enganar pelas armadilhas do lado irresponsável da auto-ajuda. A espiritualidade nos faz felizes e produtivos, apesar de nossos problemas. Por isso, pergunte: busquei ajuda espiritual por meio da fé para resolver o problema?
Bem, ao final de tudo, eu não sei se o seu problema foi resolvido com essas “perguntas abridoras”. Mas é bom refletir no seguinte: se o problema estiver difícil, altere-o, mas, se alterado, ficar insolúvel, altere-se. Você pensou assim? Então, você é um vencedor, não importa o tamanho de suas dificuldades. Seu problema pode não estar resolvido. Mas você é uma pessoa resolvida. Parabéns!
*Maurício Góis é palestrante sobre alta performance.
32 perguntas que resolvem qualquer problema
Para vencer em seu trabalho, pare de procurar respostas e passe a fazer as perguntas certas
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