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O montador Roberto Soares, de 27 anos, trabalha há sete anos na fábrica da Volkswagen, em Taubaté. Quando entrou na empresa, ele era usuário de cocaína. Durante 13 anos, fez da droga sua maior aliada. ” Eu usava cocaína, faltava ao trabalho sem motivo, era desonesto e desrespeitava os colegas.”

No final do ano passado, Soares aderiu ao programa da empresa para dependentes químicos. “Minha vida mudou, hoje sou outra pessoa”, confessa. Ele passou 30 dias internado numa clínica especializada e hoje integra um grupo de auto-ajuda da fábrica.
Outro exemplo é João Bernardes, mecânico de manutenção da fábrica Anchieta. Durante 20 anos, ele diariamente fazia uso da bebida. Por causa disso, sofreu crises de abstinência, tentou suicídio e chegou a ser internado como louco. “Eu não fazia nada sem álcool. Não tinha vida.” O mecânico só foi descobrir que o alcoolismo era doença quando entrou no programa. E até hoje mantém a abstinência.
Há 28 anos, a Volkswagen do Brasil desenvolve um programa destinado a dependentes químicos. A estratégica básica é promover a integração com a família e fazer com que o paciente conviva melhor com a doença, já que a dependência química atinge 10% da população, segundo dados da Organização Mundial da Saúde.
Segundo Murilo Alves Moreira, gerente de Serviços, Saúde e Segurança do Trabalho da companhia, o Programa para Melhoria da Qualidade de Vida – Dependência Química oferece um plano médico ao funcionário que cobre integralmente as despesas e, nos casos mais graves, inclusive a internação em clínicas especializadas. Além disso, todos participam de grupos de sensibilização, de orientação e familiares. ” Nos últimos quatro anos, foram mais de 1,1 mil palestras preventivas e educativas com 20.519 participantes. Conseguimos recuperar 60% deste pessoal. É um sucesso, comemora.”
Atualmente, o programa atende 120 dependentes químicos nas fábricas de São Bernardo do Campo e Taubaté. Nos últimos quatro anos, foi possível reduzir as internações hospitalares em 83% e o índice de horas não trabalhadas em 58%. “Nosso índice de recuperação é o dobro da média nacional alcançada por instituições públicas e filantrópicas”, festeja Moreira.
 

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