Carreiras | Empregos

Por Clarissa Janini
Carreira e relacionamentos amorosos costumam caminhar paralelamente na vida de uma pessoa. “Onde se ganha o pão, não se come a carne”, diz a sabedoria popular. Porém, o ambiente de trabalho é um local propício para se encontrar possíveis amores. “Pesquisas mostram que cerca de 37% das pessoas conhecem seu parceiro no trabalho”, afirma Cecília Junqueira, diretora da Cecília Junqueira & Consultores. Ela diz que é preciso, antes de tudo, consultar o código de ética da empresa, pois “algumas permitem o relacionamento aberto, outras não, e algumas só no caso de pessoas de departamentos diferentes”. Controlar a situação requer maturidade de ambas as partes, pois qualquer deslize pode acarretar em desordem emocional e profissional. “Os jovens devem tomar cuidado com o ‘ficar’, pois pega mal trocar de parceiro no trabalho com tanta freqüência”, acredita.
Quando o relacionamento acontece entre pessoas de departamentos diferentes, é mais fácil manter a discrição entre outros colegas e superiores. Nathaly Galhardo, secretária, relaciona-se com um colega do banco onde trabalha e afirma conseguir separar o lado profissional do pessoal. “Somos de áreas bem diferentes e andares diferentes também. Não trabalhamos juntos, o banco é grande, quase não nos vemos”. Mas admite que o romance alterou positivamente sua rotina. “O que mudou foi que agora saímos sempre para almoçar juntos e tenho uma motivação a mais para vir trabalhar”. Nesse caso, é importante que ambos estejam cientes de suas responsabilidades profissionais e não misturem as coisas. “Devem ter o cuidado, por exemplo, de não revelar ao outro informações privilegiadas de um dos departamentos”, afirma Gisele Welter, diretora da GW Consultoria.
Por outro lado, quando a relação envolve pessoas de hierarquias diferentes no mesmo setor, os cuidados devem ser redobrados. “A discrição deve ser mantida sempre”, afirma Gisele. Além de saber separar a relação pessoal da profissional, o casal deve tomar cuidado com possíveis comentários e fofocas. “Se a pessoa é recém-contratada, por exemplo, pode dar a impressão de favorecimento”. Contar ou não sobre o relacionamento aos outros vai depender da cultura da empresa e da disposição do casal. “Às vezes é melhor esclarecer tudo e controlar a realidade do que deixar as pessoas fantasiando”, diz a consultora.
Sacrifícios e compensações
Relacionar-se com um colega de trabalho exige mudanças no dia-a-dia, desde alteração nos horários até troca de departamento, dependendo da circunstância. Porém, antes de tomar uma atitude mais drástica, avalie a situação e pondere se vale a pena modificar o lado profissional em nome do sentimental. “Se a relação não é tão sólida, tome cuidado para não se expor de maneira prejudicial dentro da empresa”, diz Cecília. “Já pensou se você mudar de departamento por causa de um colega e logo depois terminar o namoro?”. Lembre-se, portanto, de avaliar separadamente sua carreira e vida pessoal.
Quando o relacionamento acaba, é necessário manter a rotina profissional e encarar o trabalho com maturidade. “Você deve ter a mesma atitude quando termina a relação em qualquer outro lugar. Lavar a roupa suja não é em público”, afirma Cecília. Exatamente por isso, é essencial que o romance, enquanto dure, não interfira de jeito algum no ambiente de trabalho. “Terminar bem ou não vai depender da maturidade de ambos. Qualquer ressentimento ou vingança pode ser prejudicial na carreira do outro”, alerta Gisele.
Tomados os devidos cuidados, é possível cultivar uma relação amorosa saudável e satisfatória entre colegas. Nathaly encara a situação com naturalidade e segurança. “O essencial é que nosso ‘affair’ não interfira no trabalho. Fora daqui, a vida pessoal é nossa, se quisermos ficar juntos não existe problema”.

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