Carreiras | Empregos

Por Rômulo Martins
Tem uma vaga disponível na empresa e você terá de disputá-la com os colegas de trabalho. Será que levo vantagem por ter mais tempo de casa? Ou o meu colega pós-graduado com fluência no inglês tem mais chances? A resposta vai depender muito do tipo de empresa e do perfil requerido para a vaga. Mas uma coisa é certa: comportamento e espírito de liderança nunca foram quesitos tão importantes para quem deseja galgar posições.
“Os aspectos comportamentais são individuais e intransferíveis. A capacidade do indivíduo se relacionar com as pessoas, de obter resultados através de comportamentos nos quais ele respeita a si e o outro e de trabalhar em equipe, bem como características como a assertividade, a empatia e a percepção têm peso forte no momento de conquistar uma promoção”, diz Maria Eugênia Miranda Gutierrez, consultora da Muttare.
Estudo realizado recentemente pela Robert Half, companhia especializada em recrutamento, revelou que 30% dos executivos levam em consideração a capacidade gerencial do profissional na hora de promover. Segundo a pesquisa, 21% apontam o perfil comportamental como fator relevante e 15% a capacidade técnica. “Hoje o perfil pessoal é decisivo na hora de uma promoção. Não basta saber fazer. Para se destacar é preciso desenvolver outras capacidades como liderança, trabalho em equipe e transmissão de conhecimento”, diz Fabio Saad, gerente da divisão de mercado financeiro da Robert Half.
A estas características somam-se o domínio de pelo menos um idioma estrangeiro, preferencialmente o inglês, e das novas tecnologias, bem como a atualização profissional constante. Os “QIs” e o favoritismo ainda perduram, principalmente em empresas familiares, mas perdem força à medida que o mercado requer profissionais talentosos, dotado de competências, preparados para o novo. “O profissional que tem um bom relacionamento com o superior imediato é lembrado mais facilmente, mas se não tiver alicerce para sustentar o cargo e a sua equipe certamente não será indicado para uma promoção”, afirma Lia Fonseca, consultora You&YourCareer.
Efeito “CHA”
A Universidade de Harvard realizou uma pesquisa para descobrir como deve agir o indivíduo que quer crescer profissionalmente. Concluiu-se que os profissionais de sucesso diferenciam-se por ter as características do chamado efeito CHA – conhecimento, habilidade, atitude.
De acordo com o estudo, o conhecimento tem peso de 15%, as habilidades pessoais e específicas 35% e a atitude 50%. “A principal recomendação para quem quer crescer é: faça acontecer. Esteja atento ao seu redor, aprenda coisas novas, respeite as pessoas, controle o seu ego, tenha foco, seja organizado e planeje sua vida reservando sempre um tempinho para o inusitado”, orienta Carla Correia, consultora de recursos humanos.
Outro ingrediente indispensável para quem deseja ser promovido é a transparência nas relações. A promoção vai depender ainda do amadurecimento profissional, dos resultados alcançados a partir dos projetos desenvolvidos, dos requisitos técnicos para ocupar determinada vaga, de como o profissional lida com situações-problema e da imagem que a empresa e os funcionários têm dele.
Estar alinhado à cultura e aos valores da empresa também é fundamental. O profissional acomodado, arrogante, que pensa saber tudo e deseja galgar posições sem pensar no coletivo corre o risco de sucumbir. “Na vida profissional existe o momento de plantar e de colher. Nos primeiros anos você deve adquirir conhecimento e experiência, observar o outro, gerir projetos, atrever-se a tentar de novo de uma forma diferente. Quando estiver suficientemente amadurecido poderá desfrutar dos resultados plantados”, diz Maria Eugenia, da Muttare.

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