Carreiras | Empregos

Autor: Cristina Von
Editora:
Disal
R$
24,80 – preço sujeito à alteração. Consulte o site da editora.
A gente sabe que eles estão por aí, mas nunca estamos satisfeitas com o que temos – e também não sabemos onde procurá-los. A afirmação vale tanto para os namorados quanto para as oportunidades de emprego – ambos cada vez mais raros e, por isso mesmo, muito cobiçados.
Longe de ser um livro de auto-ajuda tradicional, este lançamento da Disal Editora é da autoria de Cristina Von, publicitária e escritora com mais de 30 livros publicados para adultos e crianças. Irreverente, irônica e por muitas vezes até um pouco cruel, Cristina mostra, sem dó nem piedade, as semelhanças existentes entre a vida amorosa e a profissional. “Irei comparar duas situações que envolvem aparência, comunicação, capacidade, desempenho, experiência e jogo de poder; tratando de relações entre pessoas com expectativas, objetivos e interesses, que pertencem a uma sociedade que também tem suas regras.”
” – Por que aquelas chatas, feias, ciumentas e insuportáveis têm um cobertor de orelhas e você não?”
” – Por que as incompetentes, desinformadas e incultas estão com o holerite em dia e você não?”
Segundo ela, esta forma de pensar é errada e só piora as coisas. Você precisa estar bem consigo mesma, confiante e cheia de auto-estima para que as coisas possam melhorar. “E não espere que eu passe a mão na sua cabeça e lhe dê colo depois. Não tenho filha dessa idade nem sou sua melhor amiga”, avisa ela, logo no começo do livro.
Arrumar um emprego exige muito networking, contatos, indicações e distribuição de currículos, certo? Pois a estratégia para conseguir um namorado é praticamente a mesma. Você precisa espalhar por aí que está querendo namorar. Também precisa começar a freqüentar locais onde a paquera não seja óbvia e pode haver bons pretendentes. Cristina indica cursos – pode ser de salão, idiomas, mergulho, qualquer coisa -, esportes, bibliotecas e livrarias, parques, shoppings, praia: o ideal é fazer o que mais tem a ver com você. “Fique na vitrine. Produto escondido no estoque fica encalhado e fora de moda”, alerta ela.
Finalmente você conseguiu uma entrevista em uma empresa e conheceu alguém interessante. Vá com calma, não se deixe levar pelas aparências do primeiro encontro – ou da primeira visita na empresa. “Você não conheceu o único homem perfeito do planeta. Repita-se para si mesma: ele é normal. Isso poderá ajudá-la a manter a cabeça sobre o pescoço”.
Confira algumas dicas da autora para se dar bem na entrevista de emprego:

  • Procure não se fazer de coitadinha. Não vá com roupas velhas e cabeça baixa, dando a impressão de que está passando fome. E jamais se lamente. Ninguém quer contratar uma problemática.
  • Não tente bancar a engraçada. Para se divertir a gente vai ao circo. Oscile entre a seriedade e a descontração.
  • Não queira dar uma de boazinha dizendo que aceita qualquer coisa, qualquer cargo, qualquer salário e que concorda em fazer horas extras. Eles já têm capacho na entrada.
  • Também não chegue de nariz empinado e bolsa Louis Vitton, pedindo o salário em dólar. A função de presidente já está ocupada.
  • Nunca fale mal dos empregos ou chefes anteriores. Seu novo empregador não pretende ser pichado no dia em que você for embora.
  • Tome cuidado com os auto-elogios. Nada de presunção, narcisismo ou sedução.
  • Deixe os decotes e minissaias em casa. Um terninho alinhado de cores sóbrias será mais adequado. Não abuse do perfume ou da maquiagem e prenda o cabelo (se ele não for curto).

Assim como no primeiro encontro, o primeiro dia de trabalho costuma ser um pouco complicado, já que você ainda não conhece o ambiente de trabalho, não faz a mínima idéia do que os colegas pensam e muito menos sabe qual o estilo de liderança do seu chefe. Para Cristina, a parte boa é que eles – o namorado e a empresa – também não sabem nada a seu respeito. “Você hoje é o resultado de todas as suas experiências, e irá demonstrar quem é em cada fato, em cada gesto e em cada palavra. Não há a menor necessidade de contar os fatos”.
Com o tempo, as coisas vão entrando no seu ritmo normal, você já está integrada na turma, participa dos happy-hours e até conta algumas piadinhas. O namoro também vai a mil maravilhas e você não pára de pensar no dito cujo. Muito bem, parabéns, mas não pense que a luta já está ganha. Esta é a hora de mostrar serviço e até de fazer algumas vontades deles – do chefe e do namorado – só para ganhar alguns pontinhos. Mas cuidado: “procure dar na medida que for recebendo. Isso vale para telefonemas, presentes e cartas de amor. Já viu coisa pior que dizer “Eu te amo” e ouvir um grunhido como resposta?”, questiona.
Passado o período de experiência, você já tem base suficiente para decidir se quer ou não continuar nesta empreitada – seja no namoro ou no emprego. Cristina avisa: Se não gostou do candidato a namorado ou do novo emprego, esqueça-os. Só não pode ficar em cima do muro. Tome uma decisão e não volte atrás.
O livro passa pelos seis meses iniciais e chega até três anos de relacionamento – com a empresa e com o homem que você escolheu para chamar de seu. Mostra como negociar um plano de carreira e um aumento de salário e como driblar as crises inerentes a qualquer relacionamento, seja ele profissional ou amoroso.
O final previsível demais desaponta um pouco, mas não diminui a diversão que o livro proporciona. Não espere grandes teorias sobre o mercado de trabalho e a guerra dos sexos – mas prepare-se para um delicioso e inédito ensaio sobre duas coisas que muito preocupam e chateiam, mas também enobrecem, ensinam, alegram e fazem a vida valer a pena.

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