Carreiras | Empregos

por Laerte Cordeiro
Em 2002 farei 29 anos. Curso Engenharia desde os 19 e por razões como falta de maturidade e problemas familiares, o curso que deveria ser concluído em 5 anos será concluído em 11. Apesar de cursar Universidade de primeira linha (POLI – USP), hoje estou com grandes dificuldades para conseguir estágio ou emprego.
Acho que o fato de ter ficado tanto tempo na faculdade, aliado à idade, tem grande peso nesse sentido. Nas entrevistas sempre sou questionado sobre isso, e sou sincero, falo que não tinha maturidade e ocupei meu tempo trabalhando como garçom,professor estadual, etc. Gostaria de saber que impressão tem o condutor do processo seletivo quando isso acontece, e sugestões para finalmente ser bem sucedido em minha busca.
Alexandre Patelli Costa
:: RESPOSTA
Prezado Alexandre,
O mercado de trabalho é um comprador racional, frio e objetivo. Só compra aquilo que entende, gosta e aprova. Não faz concessões e é uma avaliador duro de histórias e currículos profissionais.
As dificuldades que você tem enfrentado ao procurar oportunidades de estágio ou emprego são normais, diante das decisões que tomou no passado e das situações que preferiu ou teve que vivenciar até aqui.
Certamente você ainda é cronologicamente muito jovem, porém quando se observa que os jovens estão concluindo seus cursos universitários com 22 ou 23 anos e estagiando desde os 20, sua candidatura parece um pouco difícil de ser digerida pelo mercado. Aos 29 anos os jovens engenheiros já estão concluindo, muitas vezes, o seu MBA, já estão trabalhando há cerca de 6 anos e a época dos estágios já aconteceu há 10 anos.
Uma das coisas muito importantes na vida de qualquer profissional, para efeito de seu aproveitamento no mercado de trabalho, é que ele tenha objetivos de vida e de carreira muito claros e definidos. Às vezes o mundo é até injusto porque pede definições muito cedo, quando ainda nem se conhece bem a vida; mas é assim que as coisas são.
Em sua carta você diz que levará 11 anos para fazer o curso de Engenharia na Poli e que as razões para isso têm a ver com sua falta de maturidade em momentos de sua vida. Creio que aqui cabe a pergunta: Engenharia é o que você gosta? É a área profissional à qual pretende se ligar ? Sente-se existencialmente feliz quando pensa em ser Engenheiro? Ou será que vai completar o curso porque é socialmente recomendável ou porque acha que pode garantir uma vida material mais confortável?
Em minha opinião, valeria você procurar apoio profissional tanto do ponto de vista psicológico quanto do ponto de vista de aconselhamento de carreira (coaching/mentoring), para ser orientado em seus caminhos pessoais e profissionais, melhorar a sua empregabilidade e perseguir objetivos bem compatíveis com sua real aspiração. Lembre-se também de que o passar do tempo não lhe ajuda. Só complica.
Vale, por outro lado, acrescentar, que situações parecidas são vividas por muitos jovens, mas que afinal, de um ou de outro jeito, todos acabam encontrando suas rotas de sucesso.
Um abraço,
Laerte Cordeiro
:: QUEM É LAERTE CORDEIRO
Especialista em Busca de Emprego
Laerte Leite Cordeiro é Presidente da Laerte Cordeiro Consultores em Recursos Humanos, uma empresa de consultoria brasileira com 20 anos de experiência e dedicada a atuar na área de empregos e carreiras de executivos e profissionais. Uma das atividades mais importantes da Empresa é a orientação e o apoio para a busca de novo emprego, preparando seus clientes para o sucesso de seus projetos de recolocação. Economista, com Mestrado em Administração e especialização em Recursos Humanos, nas Universidades de Michigan State, Harvard e Stanford, Laerte é co-autor dos livros “Comportamento Humano na Empresa” e “Administração Geral e Relações Industriais na Empresa Brasileira”, além de inúmeros artigos em jornais e revistas especializadas.

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