Carreiras | Empregos

Por Gisèle de Oliveira
Um dos pontos altos da Career Fair foi o bate-papo descontraído e empolgante entre Fernando Tigre (foto), presidente da Cervejaria Kaiser do Brasil, e Fernando Terni, presidente da Nokia do Brasil.
Com mediação da professora Betania Tanure, da Fundação Dom Cabral, de Minas Gerais, especializada em gestão empresarial, os dois participaram do “Painel de Liderança – Assim é o presidente, assim é a empresa” e trouxeram aos participantes opiniões embasadas por uma larga experiência para assuntos que fazem parte das dores e delícias de se ocupar um cargo com tamanha responsabilidade.
E Tigre decreta: “Arrogância, prepotência, mau humor não têm nada a ver com liderança”.
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Confira alguns momentos da conversa:
O desafio do líder
“Atrair e reter bons profissionais é sem dúvida o maior desafio do líder. Geralmente quando você chega em uma empresa você encontra três grupos: tem pessoas que se aproximam, concordam e aderem, aquelas que ficam em cima do muro e 30% que não vão aderir nunca. E, nesse caso, se não aderir aos valores, vai embora”, Fernando Tigre.
“Temos áreas que são sempre um desafio: RH, econômico e mercado. No RH o desafio é fazer com que os funcionários trabalhem segundo os valores da organização; atrair e reter talentos. Se a pessoa acha que a missão da empresa conflita com o que ela acredita, deve procurar outro emprego. No econômico é manter os investimentos e brigar com a Ásia. E o mercado é a concorrência, o market share”, Fernando Terni.
A importância dos valores
“Certas vezes, somos chamados a escolher entre nossos valores e poder, dinheiro e outras tentações. Meu conselho: sempre opte pelos valores. Ao longo da vida e da carreira, você é reconhecido por eles. Sirva de exemplo para os seus funcionários. Valor não é para ser negociado”, Fernando Tigre.
“Estabeleça seus próprios valores. Se eles não batem com os da empresa, procure outra companhia para trabalhar”, Fernando Terni.
O que mais admira em um profissional
“Gosto de profissionais que realizam. Uma excelente idéia vale somente 20%. A idéia colocada em prática vale 100%”, Fernando Tigre.
“Eu gosto de ter na minha equipe profissionais competentes, óbvio. Mas uma característica que me agrada muito é trabalhar com pessoas bem-humoradas, que encaram o trabalho como um jogo”, Fernando Terni.
Na hora de contratar
“Se estiver diante de dois candidatos em igualdade de condições. Um homem e uma mulher. Escolho a mulher. Para chegar ao mesmo grau de competência técnica do que o homem, a mulher teve de se esforçar muito mais. Infelizmente vivemos numa sociedade machista e nas empresas não é diferente”, Fernando Tigre.
“Eu sou péssimo ao entrevistar pessoas. Já errei em 50% dos casos. Por isso, hoje não me prendo somente na competência técnica. Quero saber o que o sujeito faz quando não está trabalhando, se pratica esporte, se faz algum trabalho comunitário. Ninguém é feliz trabalhando doze horas por dia”, Fernando Terni.
Diversidade na equipe
“É preciso ter pessoas diferentes nas equipes. Tem que ter o detalhista, aquele que voa, aquele que tem o pé no chão. É bom ter bastante gente diferente para que o pensamento flua. Cada um na sua posição”, Fernando Tigre.
“Procuro ter uma equipe que não pense igual a mim”, Fernando Terni.
Sonho
“Ser feliz, viver em paz, poder ajudar alguma comunidade. Poder passar, dar a alguém em termos de atenção, de tempo”, Fernando Tigre.
“Parar de trabalhar por dinheiro, sem ansiedade. Não ser presidente. Os momentos felizes da minha vida, em sua maioria, não estão ligados às minhas conquistas profissionais, aos meus resultados”, Fernando Terni.

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