Carreiras | Empregos

por Camila Micheletti

Você sonha com uma carreira internacional de sucesso? Pretende mudar de país em alguns anos e ter um emprego estável, ou pelo menos trabalhar fora por algum tempo? Pois saiba que este é um sonho possível, mas pelo qual você vai ter que batalhar muito.

Uma das maneiras de conseguir isso é por meio da empresa em que você trabalha. Como custear funcionários no exterior custa caro, as organizações o fazem com quem ocupa uma posição que permita essa mobilidade, e que seja estratégica, mesmo em outro país.

Normalmente, este processo é feito dentro de empresas multinacionais, que tenham a matriz em outros países. Para os iniciantes e trainees, geralmente a opção é um tempo para treinamento na matriz da empresa e, com a experiência e o tempo de empresa adquiridos, surgem outras oportunidades de ir para o exterior.

Na IBM, por exemplo, quem está começando a carreira pode participar do programa de treinamento da empresa, que leva profissionais para testarem ou lançarem um novo produto, ou mesmo para aprenderem algum sistema que utilizarão na filial brasileira. O treinamento pode variar de três dias a uma semana, e normalmente os funcionários vão para a matriz da companhia na América Latina, que fica em Miami. Marina Quental, gerente de Remuneração e Benefícios da empresa, explica a importância do treinamento dos trainees: “É um investimento muito importante por que as pessoas que estão como trainees hoje provavelmente serão os futuros gerentes, diretores e presidentes da IBM”, afirma ela. Já no caso do treinamento dos gerentes, todas as áreas participam, e o treinamento é feito na matriz da empresa em Nova York. E para pessoas mais técnicas, o treinamento acaba se concentrando na área de serviços e vendas.

Mas, afinal, quem tem mais chances de conseguir uma vaga além das fronteiras? Veja:

  • Capacidade de resolver problemas rapidamente, poder de decisão e espírito de liderança
  • Flexibilidade, fácil adaptação, inovação e criatividade; habilidade para trabalhar em grupos e particularmente, com outras culturas e nações
  • Conhecimento em uma área específica. Engenheiro eletrônico existe de monte por aí. Mas dizer que é engenheiro com especialização em robótica pode fazer você ser muito cobiçado pelas empresas de fora, que têm demanda para áreas como essa e precisam de profissionais qualificados
  • Experiência profissional anterior e desenvolvimento de projetos experimentais na faculdade
  • Prática de voluntariado – no exterior, isso é ainda mais comum e conta muitos pontos no currículo

Trabalho remunerado é uma boa alternativa

Apesar da relativa segurança de viver no País de origem, muitas pessoas preferem pagar para trabalhar num país onde não conhecem ninguém, onde a carga horária será pesada, o trabalho será operacional e depois de alguns meses, a volta é inevitável. É o chamado trabalho remunerado, organizado por agências que fazem a ponte entre os interessados e as empresas contratantes.

A maioria das pessoas vai em busca de um grande diferencial na carreira, que é o aprendizado da vivência internacional. Em alguns casos, é possível sair no lucro, pois além da experiência, dos lugares que conheceu e dos amigos que fez, você ainda consegue trazer um boa grana no bolso. Tudo vai depender do tipo de trabalho.

Geralmente, o trabalho remunerado para universitários – estar cursando uma universidade é um pré-requisito – acontece em estações de esqui, resorts, hotéis, restaurantes, parques temáticos, lanchonetes, cassinos e lojas. Além de estar cursando uma faculdade, a pessoa deve ter entre 18 e 30 anos e nível intermediário a avançado de inglês. “Tudo depende do tempo de trabalho, mas trabalhando pesado por 4 meses, em mais de um emprego, você consegue voltar com cerca de US$ 3 mil dólares”, afirma Sandra Goulart Urioste, diretora da SIS Intercâmbio.

A empresa tem um programa intitulado “Summer Work”, realizado nos Estados Unidos, onde o estudante trabalha durante as férias escolares, durante 04 meses, com mais um mês de passeio. Na opinião da diretora, a pessoa que quer participar de um programa desses precisa ter três características básicas: “É essencial ela ter uma mente bem aberta, saber lidar com dificuldades e ser extremamente extrovertida e comunicativa. Não recomendo esse programa para pessoas muito tímidas”.

O Summer Work é um programa do governo americano e, por ser oficial, dá direito a receber o mesmo salário mínimo /hora que os americanos recebem, além de poder trabalhar em mais um local. Por outro lado, você recebe um número de seguridade social e é obrigado a declarar imposto de renda lá, sendo que depois cerca de 80% do dinheiro é reembolsado.

Como a SIS, várias outras empresas fazem programas de trabalho remunerado no exterior, incluindo o famoso Au Pair, onde garotas entre 18 e 26 anos de idade têm a oportunidade de passar um ano estudando e cuidando de crianças. Como o outro, este programa ocorre nos Estados Unidos e, dependendo da escola, na França também.

Para Fred Chiderolli Tiba, da CEL-LEP International Activities, unidade de cursos no exterior da CEL-LEP Idiomas, o trabalho remunerado é muito válido para quem não quer enfrentar uma sala de aula todos os dias: “O trabalho remunerado é ideal para quem já tem conhecimento do idioma e quer ter uma vivência mais real, quer ver como se fala o idioma na prática sem ter que estudar o tempo todo”, explica ele.

Opções de estágio remunerado

Estágios remunerados no exterior, de uma forma geral, são difíceis de conseguir. Regulamentos de imigração criam obstáculos, as organizações intermediárias credenciadas cobram taxas que não são normalmente baratas, os processos de seleção são competitivos, e além disso você tem que ser fluente em inglês.

Mas não custa nada tentar uma vaguinha, não é mesmo? Estes programas são válidos inicialmente para os Estados Unidos, mas muitos deles atuam em outros países também. Confira a seguir uma lista de organizações credenciadas junto ao Serviço de Imigração dos EUA:

AIESEC – Association Internationale des Étudiants en Sciences Economiqués et Commerciales. Organização internacional que atua em vários países promovendo intercâmbio de jovens estudantes e recém-formados. Através de comitês normalmente instalados junto a universidades e gerenciados por estudantes, a organização busca empresas interessadas em receber estagiários estrangeiros, ao mesmo tempo em que faz a seleção de candidatos a estágios no exterior. Fluência em inglês para estágios em países de língua inglesa é requisito básico. A passagem aérea é por conta do estagiário, e o mesmo também paga uma taxa pelos serviços de intermediação.

IAESTE – International Association for the Exchange of Students for Technical Experience. Organização ligada à UNESCO, voltada ao intercâmbio cultural e profissional em áreas técnicas e ciências exatas, que atua predominantemente em países europeus. Os estágios oferecidos são de 2 a 4 meses, e o candidato a estágio deve estar já no quinto semestre de seus estudos superiores ou ser formado há não mais que 1 ano e meio.

Camp Counselors – É um programa que emprega jovens de 18 a 28 anos como monitores de crianças e adolescentes em acampamentos de verão por um período de 9 a 16 semanas durante os meses de junho, julho e agosto. Summer camps são uma tradição principalmente norte-americana. Todo verão, mais de 7 milhões de estudantes de primeiro e segundo grau (de 5 a 17 anos) participam através de suas escolas de atividades esportivas e educacionais em acampamentos de verão. A maioria dessas sedes recreativas estão situadas em áreas de expressivas belezas naturais, junto a lagos, praias, montanhas, etc. A remuneração varia de 900 a 1000 dólares por nove semanas de trabalho. Fluência em inglês é requisito básico.

CIEE (Council on International Educational Exchange) – É um programa norte-americano que ajuda a pessoa a encontrar seu próprio emprego. O site traz links que oferecem empregos nos EUA, deixando por sua conta a tarefa de encontrar um estágio. Uma vez encontrada colocação, normalmente após vários contatos com o futuro empregador e uma entrevista por telefone, o Council entra na intermediação emitindo o documento IAP-66, o qual, junto com a carta da empresa, possibilita a obtenção do visto J-1 para estagiários.

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